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Resenha Historia das Coisas

Por:   •  26/7/2016  •  Resenha  •  1.617 Palavras (7 Páginas)  •  417 Visualizações

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Análise “A História das Coisas”

O vídeo “A História das Coisas” aborda uma problemática que entra em conflito direto com a sociedade em que vivemos hoje: o controle e a conscientização do consumo, quando vivemos o mesmo consumo cada vez mais desenfreado. A apresentadora demonstra o desenvolvimento linear que as grandes corporações nos apresentam hoje, em formato de material educativo, para as massas compreenderem como os produtos saem da matéria-prima até o descarte/lixo do consumidor final, sob o nome de “Economia de Materiais”, que assim segue subdividido em algumas “setas”: Extração da matéria-prima > Produção > Distribuição > Consumo Final > Tratamento de Lixo.

A apresentadora, então, discorre sobre cada uma dessas subdivisões do destino do produto, demonstrando como essas grandes corporações e até mesmo o governo, ao demonstrar esses dados para o grande público, propositalmente desconsideram uma série de fatores que geram limites para esse sistema (já falido), como as pessoas e o fato de termos recursos finitos em um nível atual de consumo cada vez mais acelerado.

Na seta “Extração de Matéria-Prima”, observamos a questão da finitude dos recursos atuais e o paradoxal constante crescimento no consumo. Também podemos observar a exploração além dos limites das capacidades sustentáveis do meio ambiente, e como países como os EUA acabam explorando outros países de economias de base (no vídeo denominados “Terceiro Mundo”) que, sendo no estrangeiro, acabam dando uma importância muito menor para a questão da sustentabilidade do ambiente explorado, bem como da população local.

Passamos então para a seta da “Produção”, onde a apresentadora demonstra que, atualmente, possuímos mais de 100.000 produtos químicos sintéticos no mercado, sendo que apenas alguns foram testados para a saúde humana, e nenhum para a saúde sinérgica (ou seja, a relação dos próprios produtos químicos entre si, aos quais estamos em constante exposição). Tal forma de produção geralmente é realizada também nos próprios países de “terceiro mundo”, para evitar a toxicidade em terras do próprio país que os produzem (no caso em questão, os EUA produzindo em lugares como China, Congo, México).

São tantos produtos tóxicos que somos hoje expostos e que absorvemos para os nossos corpos, que a maior dose de tais produtos tóxicos que recebemos durante nossas vidas é durante a amamentação, ou seja, através do leite materno. Isso porque em torno de 200.000 pessoas por dia saem de ambientes que sustentaram suas famílias por gerações, destruídos pela exploração descontrolada dos mesmos, a procura de empregos nas cidades por mais tóxicos que sejam, já que não possuem mais opção, aumentando essa exposição. Assim, além de recursos, ainda temos pessoas sendo desperdiçadas ao longo deste sistema. As empresas nos EUA, por exemplo, aceitam a liberação de aproximadamente 1.800.000 quilos de químicos tóxicos por ano (quantidade que devemos considerar a mais, já que esta é a que as empresas acreditam ser “aceitável”), em próprio território nacional.

Aqui, um adendo inserindo o pensamento apresentado também no livro Primavera Silenciosa, da autora Rachel Carson, onde nos é apresentada, em uma mistura de fatos e estória, a situação ambiental na qual os EUA se encontravam na época de seu lançamento, na década de 1960. O livro aborda primariamente a questão da então utilização do DDT e como tal produto tóxico afetava o meio ambiente (e consequentemente, poderia nos afetar, direta e indiretamente) e, além de best-seller altamente aclamado, teria sido um dos facilitadores para o banimento de tal pesticida dos EUA uma década mais tarde, na Conferência de Estocolmo. A autora criticava também como a sociedade aceitava de forma não crítica as informações oferecidas pela indústria química, e como essa indústria se aproveitava de tal fato para, propositalmente, disseminar desinformação sobre seus produtos (como infelizmente ainda vemos em diversas áreas do consumo). É um ótimo exemplo desta exploração desenfreada do meio ambiente, utilização de produtos químicos tóxicos para baratear/facilitar a grande produção, e a desconsideração com o consumidor final e a contaminação da mão-de-obra local.

Seguindo para a seta da “Distribuição” onde, para manter os preços baixos, as corporações procuram manter os salários baixos, e restringem o acesso a planos/seguros de saúde aos funcionários sempre que possível. Nesta parte a apresentadora nos demonstra suas observações sobre as questões da segurança e da saúde no trabalho, onde as empresas desconsideram tais fatores em prol do custo baixo, afirmando que o verdadeiro custo da produção não se reflete afinal no preço final de um produto, já que ao longo do sistema o valor vai sendo abatido dos ganhos dos próprios funcionários (como os supracitados salários baixos, falta de planos de saúde, férias, carga horária dobrada, os próprios recursos de uma população local etc.), resumindo tudo até aqui em uma “exteriorização dos custos”.

Nesta parte, do “Consumo Final”, chegamos no que a apresentadora aponta como a parte mais importante desse processo linear, que chama de “Seta Dourada”, o coração que mantém e move todo este sistema como conhecemos. É também, na verdade, a única parte deste sistema com a qual estamos em contato direto e constante, a única que conseguimos enxergar. Esta seta define que nosso valor na sociedade é proporcional ao quanto contribuímos para ela, ou seja, quanto mais produtos temos, e quanto mais novos são esses produtos, melhores somos julgados na sociedade. Isto pois tivemos a inserção de dois planos do mercado das grandes corporações: a obsolescência programada e a perceptível.

Na primeira, a programada, temos o desenvolvimento de produtos que são feitos propositalmente para estragarem ou se tornarem obsoletos rápido. Por exemplo, a produção de eletroeletrônicos, como televisões e computadores, que em menos de um ano o modelo anterior já é obsoleto por existir uma nova resolução de imagem, ou um processamento mais poderoso que, em pouco tempo, o modelo mais antigo passa a se tornar um impeditivo para

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