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Resenha História Dos EUA "História Dos Estados Unidos: Das Origens Ao século XXI" De Leandro Karnal

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Por:   •  29/10/2014  •  2.928 Palavras (12 Páginas)  •  6.115 Visualizações

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RESENHA – PARTE DO LIVRO “HISTÓRIA DOS ESTADOS UNIDOS”

Leandro Karnal

HISTÓRIA DAS AMÉRICAS

O Livro “História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI” de Leandro Karnal e outros autores, trata de forma dinâmica e clara a História do Estados Unidos, desde a chegada dos primeiros desbravadores aos movimentos de independência das 13 Colônias. Tem como proposta discutir criticamente a História e a natureza contraditória dos Estados Unidos, como esta nação pode ter proporcionado tantas contribuições do ponto de vista cultural e cientifico ao mesmo tempo em que desperta tanto ódio. O livro divide a História dos Estados Unidos em várias partes, englobando aspectos culturais e sociais, bem como os fatos míticos e curiosos do transcorrer dos temas.

Existe a preocupação em expor pinturas e várias fotografias que ilustram o texto e reforçam seus os argumentos. Com um teor crítico e ao mesmo tempo imparcial, o autor esclarece e desmitifica muitos dos estereótipos e convenções que fazem parte do discurso americano, predominantemente para enaltecer e glorificar os americanos. O autor consegue integrar o leitor nas principais correntes historiográficas que fazem parte do debate da história americana. A escrita do livro e sua organização é excelente, de fácil entendimento, sem rodeios e sempre mantendo um sentido de movimento, sem perder de vista os vários processos que ocorrem ao mesmo tempo na História dos EUA.

Contestando o Trivial

Comparações incômodas e outras explicações

São muitos os Jargões americanos, que pretendem de certa forma vocacionalizar trajetórias históricas “vencedoras” e legitimar ações dos Estados Unidos da América diante do Mundo. Um deles surgiu ainda no século XIX, “O Destino Manifesto”: no qual o povo americano fora escolhido por Deus, portanto, induzido ao progresso, o sucesso e êxito – contrariamente ao subdesenvolvimento, atraso e tensões do restante do Continente Americano. Jargões – ideológicos e triviais – como esse, tentam explicar o sucesso e alto desenvolvimento dos Estados Unidos, aos olhos dos outros países americanos, um modelo a se alcançar, uma elite intelectual e uma referência de sucesso. Isto certamente, é um elemento de persuasão do discurso americano que inferioriza as demais nações e que nos faz acreditar que a riqueza norte-americana e nossas mazelas seriam explicadas por modelos históricos distintos ainda nas origens mais remotas: o fato dos Estados Unidos terem surgidos de uma colônia de povoamento e não uma de exploração. As colônias Ibéricas seriam de exploração. Portugueses e Espanhóis tinham por único objetivo explorar o máximo de riquezas de suas colônias na América. Essas grandes metrópoles tinham grande ambição de enriquecerem com a extração de matérias primas e bens preciosos de suas terras colonizadas, onde chegavam todo tipo de gente, de “baixo nível e espécie”, no intuito de prosperarem além-mar. Os Estados Unidos surgiam de um modelo de colônias de povoamento. Onde se definitivamente se estabeleciam famílias honradas, intelectuais comprometidos e bons religiosos. O objetivo era desenvolver aquela região e não espolia-la. Portanto, os americanos descenderiam de colonos intelectualizados, bem intencionados e organizados.

É um discurso trivial, pois desconsidera as especificidades regionais, históricas, religiosas e culturais sobre a ação dos agentes colonizadores. Houveram facilidades, escolhas políticas e diferentes empecilhos no desenvolvimento dessas vastas regiões, sendo uma grande prepotência americana (e ingenuidade latina) achar que todo o destino dessas civilizações estaria lançado a vontade divina. Houveram muitas diferenças de cenário natural, geográfico, vastidão territorial, controle (apego e desvencilhamento) da metrópole e até a postura religiosa. As densas massas matas brasileiras e os rios de dificultosa navegação por exemplo, dificultaram bastante a ação dos portugueses. O ideal católico de conversação das “almas nativas”, condenando a poupança e enriquecimento individual, foram alguns limitadores; diferentemente do ideal do colonizador Protestante, que condenava o ócio e valorizavam o trabalho, “o Dinheiro era graça Divina!” Assim, as duas colonizações foram baseadas em condições e pressupostos diferentes. Em suma, é preciso afastar a idéia de “acidente” ibérico e “sucesso” anglo-saxão, pois os homens, com suas diferentes visões e escolhas, construíram seus espaços ao seu modo.

O turbulento Início

O Autor começa relatando as evidências que apontam a presença para a presença de Vinkings na região do Canadá, muito antes da chegada de Colombo em 1492. No início, portugueses e espanhóis dividiram o Novo Mundo com o tratado de Tordesilhas, vastas áreas de terras desconhecidas que não despertavam interesse nos ingleses. Só então no final do século XV, com os boatos de riquezas minerais (ouro e prata) dessas regiões, com os lucrosos ataques de corsários ingleses as naus portuguesas e espanholas, que os ingleses veem a possibilidade de exploração e lucro, e empreendem expedições para a já visitada região que ainda seria os Estados Unidos.

A partir destas observações iniciais Leandro Karnal passa então a caracterizar o “projeto” de colonização Inglês mostrando as semelhanças entre este e o projeto Ibérico, segundo o autor é a partir do século XVII que pode-se notar uma diferenciação quando a Inglaterra passa a delegar este “projeto” para iniciativa privada, a entrada de companhias marcava a mudança de rumos. A Companhia de Londres e Companhia Plymouth, passam a ser as encarregadas da atividade colonizadora com interesses exclusivamente capitalistas, mas que também acabam fracassando em 1624 e 1635 respectivamente.

O autor elucida que o impulso colonizador estava dado, inúmeras eram as dificuldades iniciais. Por exemplo, a Fome era uma grande dificuldade, cães, gatos, cobras serviram de alimento, existem até relatos de canibalismo entre os colonos. Como se não bastasse, era preciso resistir aos intensos ataques dos índios que tiravam a vida e o sossego dos primeiros habitantes da América do Norte. Mesmo assim, a população das colônias crescia rapidamente, milhares de ingleses migraram para a América do Norte na pretensão de obter prosperidade, em uma terra fértil e abundante. A Coroa via com bons olhos a migração desse contingente populacional, a fim de habitar a colônia e desafogar as

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