TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Resenha O Império e a Criação de Uma Ciência Social

Por:   •  14/11/2022  •  Resenha  •  1.416 Palavras (6 Páginas)  •  144 Visualizações

Página 1 de 6

RESENHA -O Império e a criação de uma Ciência Social

   O livro ‘’O Império e a criação de uma Ciência Social’’ da cientista social Raewyn Connell aborda e analisa como o cânone clássico da sociologia foi criado, principalmente nos Estados Unidos, como parte de um esforço de reconstrução depois do colapso do primeiro projeto de sociologia euro-americano. O livro está estruturado em 7 partes, com ensaios que tratam de temas sobre as ciências sociais, como a origem, metodologia, imperialismo e a ‘’nova’’ sociologia. Que com base na autora, o cenário imperialista contribuiu para a nova fundação de uma nova história fundadora e descrições da construção sociológica. Neste cenário, o livro de Connell oferece a oportunidade de reflexão e compreensão dos fatos sociológicos e a construção da ciência social.

   Na primeira parte ‘’Origem da história’’, aborda sobre a visão normalmente apresentada acerca dos pais fundadores da sociologia (Emile Durkheim, Karl Marx e Max Weber) e sua mudança no campo da sociedade europeia, como a Revolução Industrial, Estado Moderno e classes. Além disso, atribui a ideia da teoria clássica com um cânone particular, que embute uma doutrina internalista da história da sociologia como uma ciência social. Também demonstra a abordagem de uma introdução a formação dos clássicos. Nesse âmbito, é possível notar como o retrato convencional da criação da sociologia é ambíguo e é necessário um olhar coletivo, acerca dos métodos sociológicos que construíram os períodos da sociologia.

   Na segunda parte ‘’ A Diferença Global e o Império’’, leva aspectos da sociologia como disciplina acadêmica e seu contexto europeu, além da fundação internalista e a visão do seu processo de modernização. A principal dificuldade com esta visão é que ela não se enquadra com os compêndios mais gerais de sociologia. Como exemplo pode-se abordar sociólogos como Emile Durkheim, que abordava temas europeus e norte-americanos modernos. Por conseguinte, diz sobra a ideia de diferença global que é o enorme espectro da história humana que os sociólogos tomaram como seu domínio era organizado por uma ideia central de que a diferença entre a civilização da metrópole e outras culturas cuja característica principal era seu primitivismo. Neste gênero de escrita, sociólogos poderiam postular um estado original da sociedade e então especular sobre o processo de evolução que deve ter sido levado daquele tempo até hoje. Em nenhum desses trabalhos estava a ideia da origem tomada como uma questão histórica concreta, isso pode ter sido assim porque o conhecimento histórico sobre as sociedades iniciais crescia dramaticamente naquelas décadas. Entretanto os sociólogos não estavam interessados em onde e quando um evento originalmente particular ocorreu, nem estavam preocupados a respeito de quando as principais mudanças verdadeiramente aconteceram. E com o tempo, funcionou o pensamento sociológico principalmente como um sinal da diferença global. Levando isso em conta, o processo de criação da sociologia nos leva para uma nova significância. Os lugares onde a disciplina foi criada foram os centros urbanos e culturais dos principais poderes imperiais na grande onda do imperialismo moderno. A sociologia era formada dentro da cultura do imperialismo e incorporou uma resposta intelectual ao mundo colonizado. Este fato é crucial para entender o conteúdo e o método da sociologia, assim como a ampla significância cultural da disciplina.

   Na terceira parte ‘’O conteúdo e o método da sociologia’’, a parte inicial aborda sobre como os sociólogos abordavam teorias emolduradas nas ideias positivistas de Comte. Os escritos dele, a principal ideia tinha a ver com a sequência antigo-medieval-moderno na Europa. Os críticos do final do século dezenove rejeitaram a arbitrariedade do sistema de Comte e demandaram uma base empírica para o conceito de progresso. Este era um terreno comum entre Spencer e Letourneau e é um fato de maior significância que ambos os autores tenham se voltado ao dividendo etnográfico do império como sua principal fonte de dados sociológicos. Na época em que a sociologia foi institucionalizada, na última década do século, a prova central do progresso foi o contraste entre sociedades metropolitanas e colonizadas. Os sociólogos não debateram a importância deste contraste. Ao invés disto, eles debateram como ele poderia ser interpretado se através de evolução física de tipos humanos inferiores a superiores, ou uma evolução dos padrões mentais e sociais; se a competição ou cooperação era o motor do progresso, ou seja, A Divisão do Trabalho de Durkheim não era um texto fundador, mas sim uma intervenção tardia em um debate de longa duração. Além disso, a sociologia refletia de maneira mais direta as relações sociais do imperialismo, como assuntos sobre gênero e sexualidade. O sociólogo Spencer e Letourneau foi um dos primeiros a abordar da temas e influenciar a maior ampliação desse campo de pesquisa. Parte disto pode ser explicado em linhas internalistas através da influência do feminismo da primeira-onda. Mas o modo como as temáticas de gênero e sexualidade adentravam na sociologia era muito mais afetada pela preocupação evolutiva e os problemas do império. No contexto imperial, as questões raciais e sexuais não estavam separadas. A característica mais impressionante do método sociológico era sua abstração corajosa. Comte ofereceu “leis” culturais de vasto escopo, e o encontro inaugural da Sociedade Americana de Sociologia, 60 anos depois, ainda continuava celebrando extraordinariamente as “leis” da evolução social.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (9.3 Kb)   pdf (39.7 Kb)   docx (9.9 Kb)  
Continuar por mais 5 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com