TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Resenha crítica Rios, Terezinha Azevedo. Ética e competência

Por:   •  7/8/2018  •  Resenha  •  3.330 Palavras (14 Páginas)  •  3.481 Visualizações

Página 1 de 14

Rios, Terezinha Azevedo. Ética e competência. 20 ed. Editora Cortez. São Paulo, 2011.

RIOS é Doutora em educação; Pesquisadora do GEPEFE – Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Formação de Educadores – Faculdade de Educação – USP; Professora visitante da Universidade Pedagógica – Moçambique; Consultora e assessora em projetos de formação continuada de profissionais de diversas áreas; Membro do Conselho de Educação da Cortez Editora e da Sociedade de Filosofia da Educação dos Países de Língua Portuguesa (SOFELP); Autora de diversos artigos, livros e revistas especializadas.

A autora inicia o capítulo 1 escrevendo que a obra é um estudo filosófico diferencia o estudo filosófico do saber cientifico, através da compreensão, pois a filosofia se procura apropriar-se da realidade para ir além da exposição da descrição, para buscar sentido desta realidade, assim a filosofia pergunta para onde vai? ... de que vale? Ao se perguntar de que vale a autora se refere aos valores da realidade, e define ética como espaço de reflexão filosófica que se define como a reflexão crítica, sistemática sobre a presença dos valores na ação humana; RIOS, p. 29, também ressalta de forma brilhante que “é na própria história das civilizações que podemos verificar a presença de valores em mutação”. Deixando claro que a ética e a moral estão em constante mutação.

A autora deixa claro que quando se qualifica um comportamento como bom ou mau, tem-se em vista um critério que é definido no espaço da moralidade. Sendo assim, a verdade, o belo, o bem não são conceitos estáticos definidos de uma vez por todas, são conceitos construídos socialmente.

RIOS, p. 31, deixa claro que como seres sócias, que somos, a moralidade está ligada ao que devemos ser, que é indicado pelas regras do coletivo de que fazemos parte. A autora escreve que os papéis sociais têm seu fundamento no ethos de um sociedade, assim a autora frisa a importância de distinguir; ethos de ética e ética de moral.

Assim RIOS, p. 32, apud VAZ, 1988, p. 12, define ethos como: “a casa do homem (,,,) enquanto espaço humano, não é o dado ao homem, mas por ele construído ou incessantemente reconstruído”, ou seja o ethos é a propriedade de um ser que pode ser utilizada pela sociedade ou por outro individuo através da influencia sobre algo de natureza fundamental, através da política, assim a autora relaciona o ethos  com o polis. Já a RIOS, p. 32, apud VAZ, 1975, p. 25, define a moral como: “um conjunto de normas e regras destinadas a regular as relações dos indivíduos em uma comunidade social dada”.  Assim pode-se verificar que é o espaço da moral que os comportamentos dos sujeitos são aprovados ou reprovados socialmente.

E por fim RIOS, p. 34 define ética como: “A ética se apresenta como uma reflexão crítica sobre a moralidade, sobre a dimensão moral do comportamento do homem”. Assim a autora escreve que no plano da ética o individuo se encontra em uma perspectiva crítica, próprio da filosofia, querendo compreender e buscar o sentido da ação.

RIOS, p.36, brilhantemente exemplifica o polis e a ética.

Ao investigarmos o fenômeno da prática profissional do ponto de vista da totalidade procuramos vê-lo em todos os seus componentes: um componente econômico, enquanto relacionado à produção da vida material, parte do trabalho humano na sociedade; um componente político, no que diz respeito ao poder que permeia as relações dos indivíduos e dos grupos na sociedade: um componente ético, a partir do que se diz respeito aos valores que subjazem à prática desses indivíduos em grupos.

Ou seja, para o homem como ser social que é faz uso constante tanto da: moral, ethos e da ética. RIOS, p. 37 também de forma brilhante cita Nelson Rodrigues, 1984, p. 15, para exemplificar a filosofia, “que a filosofia, e análoga a um farol, não a um indicador de caminhos. O farol tem a função de iluminar os caminhos, que podem ser múltiplos, para que nos decidamos por aquele que nos leva melhor a nosso objetivo, e até mesmo para que criemos novos caminhos”. A autora  conclui o primeiro capítulo afirmando que é assim que ela julga adequado fazer filosofia.

Já no capítulo 2 RIOS, 2011, faz uma relação entre a educação e a sociedade, a educação e a cultura e a educação e a política, assim a autora pretende lançar um olhar claro sobre o contexto social que envolve a educação, ou seja, para a autora, falar sobre educação brasileira, por exemplo, significa ir a sociedade para verificar as determinações de como está organizada de um modo específico, nos moldes do sistema capitalista. Assim a autora para relacionar como a educação serve ao sistema subdivide o capítulo 2 em três subtítulos: Cultura, sociedade, trabalho; Sociedade, educação e escola; e Educação e política.

No primeiro subtítulo do capítulo 2, a autora afirma que: “a educação e transmissão de cultura”. RIOS, 2011, p. 40, e a autora deixa claro que o conceito de cultura é um conceito chave a ser considerado ao se estabelecer a relação entre educação e sociedade, uma vez que ele está, contido nesses dois outros.

RIOS, 2011, p. 41, escreve que o mundo se apresenta aos homens em uma dupla dimensão. A primeira é a chamada de natureza, que é o mundo que independe do homem para existir, do qual os próprios homens fazem parte em seus aspectos biológicos, fisiológicos. E a segunda dimensão é a chamada de cultura, o mundo transformado pelo homem, e o que leva o homem a fazerem cultura e a necessidade, e a necessidade se da porque o homem é um ser de desejos, e o conceito de desejo indicará a presença de liberdade associada à necessidade, e a autora define cultura como:

Cultura é na verdade, tudo o que resulta da interferência dos homens no mundo que os cerca e do qual fazem parte. Ela é a resposta humana a provocação da natureza e é ditada não por esta, mas pelo próprio homem. Ela se constitui no ato pelo qual ele vai de homo sapiens a ser humano (RIOS, 2011, p. 41)

E RIOS, 2011, escreve que tudo isso é resultado do trabalho, por isso não se fala em cultura sem se falar em trabalho, intervenção intencional e consciente dos homens na realidade, elemento distintivo do homem em relação aos outros animais.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (21 Kb)   pdf (144.6 Kb)   docx (18.6 Kb)  
Continuar por mais 13 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com