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Resenha de Thales de Azevedo, “Classes Sociais e Grupos de Prestígio”

Por:   •  8/12/2015  •  Resenha  •  847 Palavras (4 Páginas)  •  825 Visualizações

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Resenha do artigo de Thales de Azevedo, “Classes Sociais e Grupos de Prestígio”

Thales de Azevedo, no artigo “Classes Sociais e Grupos de Prestígio”, traça um estudo do Estado da Bahia, sociedade que ele considera enquanto uma sociedade multirracial de classes. Para o entendimento do sistema de estratificação desta sociedade, é necessário resgatar o período colonial: nessa época, a categoria que melhor explana a sociedade do período é o de “status”, isto é, estamentos os quais a classificação dos indivíduos se dá através da atribuição de posições, independentemente de suas capacidades pessoais. Deste modo, a raça combinava-se com o critério político para definir a posição e os papéis de indivíduos e grupos, nas categorias branco-senhor em contraposição a negro-escravo. Havia uma combinação de títulos de status com qualidades pessoais, localizando-se no extremo superior os senhores, brancos, proprietários e no extremo inferior os escravos, negros, de ocupações “servis”; entre tais grupos, encontrava-se “o povo”, os trabalhadores livres dos núcleos urbanos.

Para o autor, em decorrência do conservantismo cultural e da permanência da estrutura econômica semicolonial, a Bahia não teria finalizado a passagem de uma sociedade de status para uma sociedade de classes sociais. Esta seria a razão que explica o fato de que os brancos (e as pessoas socialmente consideradas como tais) e os negros seguem ocupando as mesmas posições que possuíam no passado. Assim, os brancos são identificados como o grupo superior, os negros, por sua vez, com o grupo inferior. Contudo, o conceito de branquidade e o de negritude são relativos ao tipo físico e à posição social: o autor exemplifica tal afirmação com o exemplo do indivíduo de traços negros atenuados pode ser compreendido como “branca” caso seja rico ou possua um papel de destaque; enquanto “preto” é uma expressão que serve para aqueles que possuem a pele escura, assim como também é utilizado para definir as pessoas mais pobres, menos instruídas e de ocupações que não eram prestigiosas.

Deste modo, a natureza do grupo racial para Azevedo se configura enquanto grupo de status, com a correlação entre status e cor. A sociedade, assim, dividir-se-ia em dois estratos principais que, antes de serem classes, seriam grupos de prestígio. De tal estrutura em dois estratos começariam a aparecer as classes sociais (que se assentaria em partes ao de grupos de prestígio), a classe alta ou elite, classe média e classe baixa ou os pobres.

Thales de Azevedo aponta que no seio da classe alta é onde existe a maior concentração de indivíduos de fenótipo branco, incluindo algumas pessoas socialmente consideradas brancas, tais como morenos claros; mas o autor destaca que neste estamento não há espaço para pretos ou mulatos escuros. Além disso, a classe alta discrimina os indivíduos pobres, de modo que estes não freqüentam as associações daqueles, por exemplo.

A classe média, isto é, o grupo composto pelos economicamente autônomos de recursos medianos e os dependentes e salariados que se utilizam das suas faculdades intelectuais em suas ocupações, também se identificam com os brancos, mas aqui há uma permeabilidade maior, de modo que em suas associações podem freqüentar os morenos, mulatos e até mesmo negros.

Na classe

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