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Resumo: Antianti-relativismo

Por:   •  29/9/2017  •  Seminário  •  1.335 Palavras (6 Páginas)  •  159 Visualizações

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Seminário

Desde as primeiras aulas da disciplina, discutimos sobre o momento no qual a antropologia se viu pós 60. A discussão presente nos capítulos representa esse momento histórico, onde o autor apresenta linhas de pensamento e sobre como o antropólogo deve se propor a pensar a cultura do outro. Com isso apresenta suas próprias reflexões sobre a temática, se constituindo como mais um pedaço, utilizando-se da analogia feita em sala de aula, do grande vaso que se quebrou.

A antropologia como sendo uma ciência que estuda o ser humano, sofreu e sofre constantes crises de identidade, talvez quem sabe por tentar acompanhar um "objeto" que também está em constante mudança e crise, e que é um dos elementos que mais modificam o Planeta Terra. Dentro da área das ciências sociais, os antropólogos não sabem ao certo se diferenciar de seus colegas sociólogos e cientistas políticos, embora saibam que existe uma diferença. O que talvez possa marcar uma particularidade inicial é o método, o trabalho etnográfico que os antropólogos lançaram e fazem tão bem.

A crise começa quando se percebe que a maneira como se fazia antropologia não se encaixa mais nela. O objeto de estudo que antes focava no "primitivo" não é mais suficiente, uma vez que na atualidade globalizada não se encontra mais tantos povos isolados e desconhecidos, assim como muitos antropólogos redirecionaram suas pesquisas para as próprias sociedades ocidentais ou então para a sua própria sociedade. O antropólogo não é mais aquele que vem do ocidente e dá voz a um outro povo, ele agora também vem deste outro povo, nativos do oriente ou das américas que passam a fazer antropologia e se colocar voz. Com um mundo globalizado, o antropólogo deixa de estar sozinho em seus espaços de pesquisa, passa a dividir seu objeto de estudo com outros estudiosos de diferentes campos disciplinares.

A partir dessa crise que atormenta a disciplina, os novos antropólogos precisaram experimentar novas formas de se fazer antropologia, buscar outras identidades para esta ciência. Começa a surgir também novas versões de estudos antes realizados, porém desta vez feitos pelos próprios nativos das etnografias. À medida que pesquisadores apostam em novos jeitos, surgem outra porção para contestar o que se foi feito, "duelos" entre antropólogos começam a se tornar algo comum dentro do universo científico da antropologia. Conceitos famosos dentro da disciplina também passam a ser reavaliados, surge uma cautela quanto ao modo de se fazer a etnografia, e de se generalizar ou universalizar muito do que encontramos de diferente, assim como deixar cair tudo no relativismo.

No terceiro capítulo da obra “Nova Luz sobre a Antropologia”, Clifford Geertz apresenta a ideia do antianti-relativismo. O autor não busca defender o relativismo, visa atacar o anti-relativismo, objetivando essa perspectiva em vez de defender a visão que ela se opõe. Com isso, Geertz propõe o anti-anti relativismo, a dupla negativa nos “permite rejeitar algo sem que com isso nos comprometamos com aquilo que este algo rejeita” (p.48), ou seja, ele rejeita o anti-relativismo sem que com isso esteja de acordo com o relativismo. Como exemplo, o autor apresenta o caso do aborto, você se opor ao aumento das restrições legais sobre o aborto não significa que você é a pró-aborto e nem que é anti-pró-aborto, com isso você estaria sendo “anti-anti-pró-aborto”.

A crítica que se passou a fazer contra o relativismo, em específico o relativismo cultural, perpassa pelo fato de que o relativismo mascara a diferença entre os povos. A preocupação dos relativistas está acerca do provincianismo, “o perigo de que nossa percepção seja embotada” (p.50) e que apenas levemos em consideração aspectos valorizados por nossa sociedade. Muitas das definições sobre o relativismo foram elaboradas por críticos a essa perspectiva, com isso são definições absolutistas que aproximam o termo ao niilismo, devido ao fato de tudo ser relativo não podemos chegar a lugar algum. O autor destaca que os anti-relativistas consideram que o relativismo “nos desumaniza a ponto de nos tornar incapazes de nos comunicar com alguém” (p.52). Por fim, Geertz destaca que a inclinação relativista está implícita de maneira particular no campo da antropologia cultural e por mais que tentamos nos distanciar dessa noção ela não irá se “extinguir a menos que a antropologia desapareça” (p.49), pois ela está ligada ao processo no qual a disciplina surge.

Os anti-relativistas passaram muito tempo descrevendo aquilo que não defendiam, o que consequentemente levou a um discurso pouco explicito de sobre a proposta anti-relativista. Os anti-relativistas consideram que ao julgarmos tudo em toda sociedade como sendo de grande importância, esse todo acaba sendo tão insignificante quando o resto. Logo, o autor ressalta que os anti-relativistas apontam que ao adjetivarmos o outro como diferente sempre, não podemos realizar analises sobre as diferentes organizações, consideram que existe algo compartilhado por todos os povos no qual possibilita que falemos do outro.

Para apresentar a perspectiva do antianti-relativismo,

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