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Resumo da Introdução do livro "Um toque de Mestres"

Por:   •  12/9/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.635 Palavras (7 Páginas)  •  295 Visualizações

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Apesar da reflexão sobre a sociedade ser algo que existe desde o princípio, a sociologia, enquanto saber cientifico, surge apenas no século XIX. A sociologia surge, até então, com o objetivo de interpretar o "caos" em que a sociedade europeia havia se tornado durante as diversas crises que ocorreram a partir do século XVI.

As grandes transformações sociais acontecem de forma suave, quase que imperceptível para os que nela estão imersos.

MUDANÇAS RESULTANTES DA INDUSTRIALIZAÇÃO

O capitalismo avançou na Europa ocidental como modo de produção, mas, também, como desestruturador dos fundamentos da vida material, dos estamentos tradicionais e das instituições feudais a partir do seu surgimento, na Revolução Industrial. Apesar de todas essas mudanças, a industrialização, juntamente da revolução agrícola, promovera reduções nas taxas de mortalidade, aumento da expectativa de vida e da população, causados por abundância de alimentos e melhorias na higiene do povo. Por outro lado, as condições de trabalho dos operários eram precárias, o que causava uma baixa expectativa de vida dessa parcela da população, visto as longas jornadas de trabalho (12 a 16 horas/dia), que se tornaram maiores com o surgimento da iluminação a gás, as doenças contraídas devido ao ambiente insalubre de trabalho, a alimentação ruim, os diversos acidentes causados pelo pesado maquinário, entre outros fatores. As diversas lutas trabalhistas, tanto na Europa quanto na América, fizeram com que os trabalhadores conquistassem novos direitos que já fazem parte da legislação social e trabalhista de vários países até os dias atuais.

A instituição familiar também passou por mudanças, diversas famílias são comandadas por mulheres, os filhos possuem maior autonomia, o primogênito não possui direitos exclusivos, entre outros fatores que, atualmente, são coisas normais, mas que séculos passados nem eram imaginados.

Outro universo que passou por avanços foi o das relações afetivas. O casamento, até então arranjado pelas famílias dos noivos até décadas atrás, é feito por escolha mútua e ganhou muito mais importância, se comparado aos casamentos de antigamente que visavam, em sua maioria, somar fortunas advindas de duas famílias diferentes.

A industrialização modificou, também, a percepção do tempo. Antes dela, as jornadas de trabalho não eram tão exatas e o ritmo de trabalho não era algo tão exigido e disciplinado, o que causa revolta nos trabalhadores

ANTECEDENTES INTELECTUAIS DA SOCIOLOGIA

Até o século XVIII, grande parte das áreas de conhecimento era como na Antiguidade Clássica, parte integral dos grandes sistemas filosóficos.

Diversas mudanças culturais contribuíram para substituir a concepção orgânica, que dominava na Antiguidade e na Idade Média, por correntes de pensamento de base individualista. A Reforma Protestante, por exemplo, ao contestar a autoridade da Igreja em relação à interpretação dos textos sagrados e à absolvição dos pecados, fez da consciência individual o principal nexo com Deus, ao instituir o livre exame.

Além da Revolução Industrial, a Revolução Francesa deu um grande incentivo para que o modo sociológico de investigar e interpretar a sociedade fosse possível. O Iluminismo (movimento cultural da elite intelectual europeia do século XVIII que procurou mobilizar o poder da razão, a fim de reformar a sociedade e o conhecimento herdado da Idade Média) tem grande impacto na formação da Sociologia e na definição de seu principal foco, que é o conflito entre a tradição e a modernidade.

O filósofo político Montesquieu (1689-1755) teve uma grande influência sobre as ciências sociais ao ter aberto mão do seu conhecimento histórico e empírico para dar base a seus argumentos, distanciando-se do pensamento hipotético-dedutivo característico dos contratualistas. O seu legado mais importante em relação à formação do pensamento sociológico é a caracterização da esfera social como um campo diferenciado e a procura das leis que regem seu movimento.

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), partindo da visão de um estado de natureza sem desigualdades e moralidade, prolonga a tradição contratualista do século XVII e modifica o conteúdo e o sentido de "pacto social" o qual legitimou a desigualdade, a injustiça na distribuição de terras e riquezas, a submissão, a violência, os roubos e todos os tipos de abuso. Além de um artifício, o estado civil é resultado de um processo histórico. É nessa visão evolucionista e na crítica ao processo civilizatório onde se encontra a maior influência de Rousseau à Sociologia.

Os iluministas tinham fé de que a humanidade utilizaria da razão a fim de progredir. Advogar que os seres humanos, com base na razão, podiam melhorar sua condição gerou o grande interesse em certos setores da sociedade visando divulgar os conhecimentos científicos e práticos. Tinha início, então, um período no qual mestre e empresários se tornaram parte da camada social dominante, sendo eles os responsáveis invenções e descobertas que modificaram a face do planeta. Essas invenções e descobertas geraram um grande desenvolvimento industrial que aumentou a produção, gerando maior demanda por novos mercados e matérias-primas. Com esse processo, o comércio internacional se intensificou e instalava-se, então, o novo modo de produzir, acabando com a sociedade feudal e suas instituições.

PRIMEIRAS SOCIOLOGIAS: ORDEM, CAOS, CONTRADIÇÕES, EVOLUÇÕES

A Revolução Francesa e o Iluminismo geraram também uma reação conservadora e retrógrada no pensamento social, o que refletiu nas produções francesa e inglesa, em relação à preeminência da sociedade sobre o indivíduo e às críticas às mazelas da sociedade moderna. Os chamados "profetas do passado" desejavam uma sociedade estável, hierarquizada, com base em valores familiares, religiosos e comunitários, como também na ordem, na coesão e na autoridade. Esses pensadores afirmam que o caos e a falta de moral e solidariedade que as sociedades oriundas das duas grandes revoluções são frutos do enfraquecimento das antigas instituições protetoras que garantiam ou expressavam a estabilidade e coesão social anteriores. Essa percepção causa forte impacto na produção sociológica, mas, apesar disso, a Sociologia assume um caráter decididamente moderno, crendo no progresso como tendência inexorável.

A teoria social avança na França com a obra de Saint-Simon (1760-1825),

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