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Serviço Social Atps Psicologia

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Por:   •  18/2/2014  •  2.189 Palavras (9 Páginas)  •  624 Visualizações

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Introdução

O presente trabalho foi elaborado com o objetivo de proporcionar a compreensão do significado social da profissão e de seu desenvolvimento sócio histórico, esclarecendo as possibilidades de ação contidas na realidade, e também auxiliar na identificação das demandas presentes na sociedade, visando à formulação de respostas profissionais para o enfrentamento da questão social, e conduzindo para uma reflexão sobre a importância da compreensão dos mecanismos sociais que podem influenciar a vida tanto psíquica como social dos indivíduos na sociedade.

Neste trabalho também serão apresentados dois conflitos sociais, retirados das cenas do filme Tropa de Elite, na qual será destacada a importância do Serviço Social na resolução desses conflitos e serão interrogadas as medidas de intervenção, isto é, como o trabalho do Assistente Social é relevante para intervir na realidade social, a qual produziu estes conflitos.

O filme Tropa de Elite é riquíssimo em diversidade cultural, pois, retrata realidades diferentes provocando um choque cultural muito grande, e mostra como a cultura muda de forma significativa modificando todo um contexto social.

Contrariando o pensamento de muitos que entendem como cultura um alto nível de informação, afirmando que pessoas com pouco estudo ou pouco conhecimento em geral são pessoas sem cultura, toda e qualquer sociedade, seja ela simples ou complexa, possui sua forma de expressar, pensar, agir e sentir, portanto, todas têm sua própria cultura, ou seja, seu modo de vida, uma vez que, cultura pode ser definida como o modo de ser, de agir e de pensar de um grupo, povo ou nação, são ideias, artefatos, costumes, leis, crenças morais, conhecimento, adquiridos a partir do convívio social em um determinado grupo. É a maneira como se organiza a vida social variando de sociedade para sociedade e diferentes época.

Apesar de ser uma obra de ficção que se passa no Rio de Janeiro em 1997, a realidade retratada é extremamente atual, pois mostra com muita verdade alguns dos problemas sociais graves vividos não só nas grandes metrópoles brasileiras como também nas pequenas cidades. Pobreza, marginalização, opressão e exclusão social, são algumas das expressões da questão social explícitas na maioria das cenas do filme.

A cena do baile Funk na favela apresenta elementos importantes que definem a sua cultura, o estilo musical, o Funk - que inclusive foi reconhecido como patrimônio cultural do Brasil - que por sua vez influencia no estilo das roupas usadas pelos frequentadores do local, assim como, nas gírias usadas nas letras das musicas, também usadas por pessoas da comunidade, em especial pelos traficantes, ou seja, uma língua paralela à língua portuguesa. O comportamento violento dos traficantes sendo essa uma característica predominante dentre todos os integrantes do grupo, também evidenciam uma expressão cultural. A polícia com seu vocabulário restrito aos membros da instituição (BOPE), o modo de conduzir as operações, as abordagens, sempre de forma muito violenta são passadas através de cursos preparatórios que de certa forma, dão uma visão, um modo específico ao indivíduo para atuar.

Os universitários mostrados no filme também apresentam elementos que diferem sua cultura das demais já relatadas, a maneira de se vestir, o vocabulário mesmo com gírias já é bem diferente do utilizado na favela, e principalmente com ideologias distintas que são compartilhadas dentre os demais integrantes do grupo.

Todas essas características apresentadas retratam como pode haver diversas expressões culturais em uma mesma época, em uma localidade específica (Rio de Janeiro) apenas observando grupos formados em diferentes dinâmicas sociais que possuem elementos materiais e não materiais que são assimilados pelos integrantes de seus respectivos grupos sociais, repetidos e muitas vezes inovados e transmitidos a novos integrantes.

Os principais conflitos sociais abordados no filme se dão neste triângulo social formado pela realidade de quem vivem na favela, em destaque os traficantes, e as outras duas supostas elites da trama, o BOPE e os universitários, onde a violência e a desigualdade social são um dos temas centrais do filme.

A população da comunidade em questão acaba sendo vítima com o não cumprimento de nenhum dos seus direitos sociais, pode-se dizer assim, uma vez que nem ao menos o direito mais básico de todos lhes é garantido, que é o direito à vida, pois como é mostrado no filme, este é desrespeitado pelo poder paralelo dos traficantes e até mesmo por quem deveria garantir o seu cumprimento, o Estado, representado ali pela polícia, pois a violência em todos os seus sentidos se faz presente desde a primeira até a última cena do filme onde fica claro o completo abandono social vivido pelos moradores, que se compreende pela falta de efetivação de políticas públicas eficientes naquele local, o que acaba por resultar em diversos conflitos sociais, um deles é o próprio poder dos traficantes sobre a comunidade.

Uma questão polêmica é levantada com uma antítese entre as ações da elite da classe universitária mostrada no filme, que critica a violência principalmente por parte dos policiais e a ausência do poder público na comunidade, mantendo inclusive uma ONG com o objetivo de minimizar algumas das expressões da questão social instaladas ali, porém acabam por financiar todo um ciclo de desigualdade e violência, uma vez que consomem os entorpecentes comercializados pelos traficantes, que se utilizam do dinheiro para aliciar crianças e adolescentes, que iludidos com a promessa de dinheiro fácil, se iniciam no tráfico com pequenos cargos como o de “fogueteiro” do filme, e muitas vezes chegam a se tornar chefes, perpetuando o poder do tráfico, fazendo-se necessária a intervenção da polícia, que por sua vez se utiliza de violência excessiva com qualquer pessoa para atingir seu objetivo, prender o traficante, sendo ator ativo na afirmação da desigualdade social.

As consequências desse ciclo afetam todos os níveis da sociedade, pois a violência se torna presente em todas as classes sociais como aparece no filme com a morte do “fogueteiro” e do casal de estudantes que fazia parte da ONG. Contudo, como também foi mostrada, a violência tem maior visibilidade quando atingi a classe social mais privilegiada, isso se dá através do que se intitula como a naturalização da violência, que banaliza situações de violência nessa parcela mais pobre da sociedade, situação essa que exemplifica mais uma vez a desigualdade social.

O trabalho do assistente

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