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UM JOGO ABSORVENTE: NOTAS SOBRE A BRIGA DE GALOS BALINESA

Por:   •  25/6/2019  •  Resenha  •  1.095 Palavras (5 Páginas)  •  818 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

CIÊNCIAS SOCIAIS

ANTROPOLOGIA II

DENISE REGINA DA CONCEIÇÃO ANDRADE

(2017345091)

RESENHA SOBRE “UM JOGO ABSORVENTE: NOTAS SOBRE A BRIGA DE GALOS BALINESA”

SEROPÉDICA

2018

Um jogo absorvente:

 Notas sobre a briga de galos balinesa

GEERTZ, C. Um jogo absorvente: Notas sobre a briga de galos balinesa. In: GEERTZ, C. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2008. cap. 9, p. 185-213

        Considerado uma grande influência na antropologia contemporânea e autor de cerca de vinte livros, como “A Interpretação das Culturas”, Clifford Geertz é o criador da chamada antropologia interpretativa ou hermenêutica, na qual as sociedades deveriam ser lidas e interpretadas assim como textos levando em consideração a leitura do próprio nativo sobre sua cultura.

        No seu texto “Um jogo absorvente: Notas sobre a briga de galos balinesa”, o antropólogo narra sua experiência, junto com a esposa, numa aldeia balinesa e a relação desse povo com a briga de galos. Geertz mostra como a briga de galo é um símbolo de importância moral e de masculinidade, além de representar a ideia de “ser balinês”. Por ser uma atividade absolutamente masculina, os galos estão intimamente ligados com seus proprietários, sendo até mesmo considerados “pênis com vida própria”.

        Nessas competições, além do dinheiro das apostas, a dignidade, a honra, o respeito e até mesmo o status dos proprietários dos galos estão em jogo, mesmo que o status de ninguém seja alterado após as partidas. Entretanto, por ser uma atividade que acontece em vida pública, ao qual muitas vezes se tem como adversário uma inimizade ou alguém fora do seu grupo de parentesco, ganhar ou perder torna-se uma questão de honra.  

“A briga de galos também, neste sentido coloquial, nada faz acontecer. Os homens prosseguem humilhando alegoricamente a um e outro e sendo humilhados alegoricamente por um ou outro, dia após dia, regozijando-se tranquilamente com a experiência quando triunfam, esmagados um tanto mais abertamente se não o conseguiram. Mas não se modifica realmente o status de ninguém. Não se pode ascender na escala de status pelo fato de vencer brigas de galos; como indivíduo, você não pode ascender nessa escala de maneira alguma. E também não pode descer por esse meio” (GEERTZ, 2008, p.206)

        É notável que a briga de galo é um esporte excludente e até mesmo machista, visto que só podem participar os considerados membros estabelecidos da aldeia, os cidadãos sólidos, sendo por tanto excluídos destes combates os jovens, as mulheres e os subordinados. Sendo assim, é uma briga de homens contra homens e seus respectivos egos.

        Fazendo uma analogia com o Brasil, enquanto em Bali a briga de galo é uma atividade de grande relevância e influência cultural e social, no Brasil o futebol é um dos esportes mais influentes do país. Assim como a briga de galo, o futebol é entretenimento majoritariamente masculino e machista, que apesar de não ser proibido para as mulheres, é visto com estranheza e até com desdém quando elas se interessam e se envolvem com o esporte.

        O futebol e a briga de galos têm a forte capacidade de criar uma solidariedade entre os indivíduos. No futebol os torcedores do mesmo time tendem a se unir e criarem um sentimento de “família” entre eles. Na briga de galos essa solidariedade se dá nas apostas, quando um homem aposta no galo da pessoa que tem alguma relação de proximidade com ela, e nas disputas, pois é raro que ocorra brigas de galos onde os dois proprietários têm parentesco, normalmente não há relação entre eles ou existe alguma inimizade. Nos dois exemplos citados, a lealdade entre os indivíduos e grupos é uma forte característica.  

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