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Ética protestante e espírito do capitalismo

Seminário: Ética protestante e espírito do capitalismo. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  29/6/2014  •  Seminário  •  826 Palavras (4 Páginas)  •  382 Visualizações

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Com o advento da Modernidade, a explicação de todas as coisas pela ação divina ou pela magia se esvanece, dá lugar a um desencantamento, a uma racionalidade. No Ocidente, e somente nele, processo de intelectualização tem como expressão o conhecimento científico, a organização burocrática do Estado, a figura do funcionário público, a explicação racional da política, ou seja, uma organização capitalista. O capitalismo moderno próprio do Ocidente é um fenômeno singular, pois em outros lugares a racionalização não ganha uma significação universal. O que é considerado racional em outros lugares, a não ser no ocidente, apresenta características particulares, e que podem ser consideradas irracionais em outros lugares. O capitalismo ocidental possui uma ação sistemática e racional para obtenção do lucro, que é baseada em uma conduta de vida, denominada de “espírito” capitalista.

Na obra “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” (1904-1905), Max Weber procura interpretar as origens do capitalismo ocidental mediante as influências culturais e dos valores éticos da religião protestante calvinista. Weber identifica, através de estatísticas, que existe uma maior adesão de protestantes para ocuparem cargos mais elevados na sociedade. Ou seja, são os fatores religiosos que determinam a posição social dos indivíduos.

Segundo o autor, existe uma força condutora, um ethos particular no capitalismo que denomina de “espírito”. Nas máximas de Benjamin Franklin, esse “espírito” pode ser apreendido como “tempo é dinheiro”, a finalidade desse modo de vida é a obtenção de crédito mediante a uma conduta de aparência honesta, afastada de qualquer caráter eudemonista, que representa uma ética utilitária. Ao romper com o tradicionalismo, ou seja, o ganho não para aumentar a riqueza, mas como um meio de satisfazer as necessidades materiais do homem, o capitalismo impele como uma finalidade de vida o ganho como um fim em si mesmo, como uma vocação.

O conceito de vocação fora introduzido pela Reforma protestante. Na visão protestante de Lutero, a vocação é um dever ordenado por Deus ao homem. É uma tarefa que deve ser cumprida vocacionalmente no mundo, mas não baseado em lucro, mas sim na ideia do trabalho como forma de agradar a Deus servindo-se de valores éticos.

Conquanto o capitalismo já existisse antes da Reforma protestante, Weber procura analisar quais aspectos religiosos influenciaram o espírito capitalista. A concepção calvinista influenciou de maior forma o ascetismo intramundano. A salvação da alma constitui-se como principal eixo orientador de vida calvinista. O dogma da predestinação é resultado da ideia de que Deus destinou certos homens à salvação e outros à condenação eterna, anteriormente ao seu nascimento, para a sua própria glorificação. Esse pensamento gerou nos indivíduos um sentimento de solidão interior, pois para a sua salvação, ninguém poderia ajudá-lo, nenhum sacramento ou meios mágicos seriam capaz de obter a graça divina para a salvação.

A vocação do cristão para o calvinismo, e em especial ao puritanismo, está na sua predestinação, pois na medida que cumprir sua tarefa e obter resultados, cumprirá a vontade divina e é por ele desejado. Nesse sentido, o trabalho é a finalidade de vida do homem, pois é um mandamento de Deus para a sua glorificação. A

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