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A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO

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Por:   •  24/9/2014  •  5.791 Palavras (24 Páginas)  •  567 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O Ocidente não tem para si retido o conhecimento de todas as ciências, o conhecimento e a observação sempre existiram em toda parte, podemos exemplificar com os seguintes exemplos: a) astronomia na Babilônia; b) bases matemáticas dos gregos; c) ciências naturais e medicina na Índia. Talvez o que podemos destacar de desenvolvimento exclusivo do ocidente seja o pensamento político, como por exemplo a lei romana e o direito ocidental por ela influenciado.

Ao citarmos a educação superior, percebemos que na China e no Islão já existiam instituições parecidas com as nossas Universidades e Academias, antes mesmo destas serem fundadas no Ocidente, contudo a busca de pessoal especializado e treinado existiu somente no Ocidente. O funcionário público treinado é um exemplo disso, pois as funções mais importantes da sociedade são desempenhadas por ele, sejam elas técnica, comercial ou legal.

“É coisa do jardim de infância da história cultural a noção de essa idéia ingênua de capitalismo deve ser eliminada definitivamente. A ganância ilimitada de ganho não se identifica, nem de longe, com o capitalismo, e menos ainda com seu “espírito”. (WBER, Max. p. 24. 2001)

A teoria de Max Weber aponta para uma linha diferente da que nós conhecemos do capitalismo, ele defende o capitalismo mostrando que a idéia de que o capitalismo lembra lucro e dinheiro não está correta, pois aponta que esse impulso sempre existiu em todos os tempos, dando como exemplo alguns profissionais que buscam o lucro como: médico, cocheiros, artistas, funcionários, desonestos, nobres, administradores, etc. O lucro faz parte do sem dúvida alguma faz parte do capitalismo

A obra Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, segundo pesquisa realizada junto aos intelectuais brasileiros foi destacada como o “livro do século”, ou seja a obra mais lida no século XX, em terceiro lugar também aparece outra obra de Max Weber Economia e Sociedade.(Fonte: Jornal Folha de São Paulo, 11/04/1999)

Max Weber recebeu uma formação acadêmica vastíssima, em diversas áreas: história, economia, filosofia, e teologia, também faz parte de uma vertente moderna da sociologia disputando espaço com as teoria de Karl Marx e Emile Durkheim, apesar de Weber e Durkheim terem pertencido a mesma geração e sido colegas tendo em comum discussão de assuntos religiosos, já com Marx há mais oposições do que semelhanças, Marx tinha uma visão negativa de política, ao contrário de Weber com uma visão positiva, que defendia a constituição de uma burocracia permeada por um eficiente mecanismo de controle democrático, sendo considerado pelos marxista como o “Marx da burguesia”, podemos considerar como as grandes paixões de Weber a política e a sociologia, chegando em alguns momentos a assumir tarefas políticas durante a sua vida. Entretanto quando estava no ápice de sua carreira acadêmica e prestes a publicar a obra Economia e Sociedade, morre em 14 de julho de 1920, aos 56 anos, em conseqüência de uma pneumonia aguda.

FILIAÇÃO RELIGIOSA E ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL

Nesta obra Weber nos apresenta o tipo ideal de vida religiosa que contribui para o desenvolvimento, não somente quantitativo, mas também qualitativo do capitalismo, diferentemente que era pregado e ainda é pelo catolicismo. Esta conduta apresentada por Weber era vivenciada pelo protestantismo (Calvinismo, Pietismo, Metodismo, seitas batistas).

No início do primeiro capítulo o autor nos apresenta um ponto chave para o estudo de sua obra: Por que os homens de negócio com maior capital, os trabalhadores mais especializados tecnicamente e comercialmente das empresas modernas são em sua maioria protestantes? Durante toda a sua obra Weber irá apresentar respostas a esta questão, porém destacamos duas que em nosso entender são chaves: posses e educação recebida.

Quando falamos em religião protestante, lembramos logo da Reforma, então é importante citar que a Reforma não eliminou o controle da Igreja sobre a vida quotidiana das pessoas, no entanto, substituiu para uma nova forma de controle. O calvinismo tornou-se a forma mais intolerável de controle eclesiástico. Outro fato que é importante destacar é que a maioria das cidades ricas do século XVI aderiram ao protestantismo.

Weber também mostra algumas comparações interessantes ou pelo menos curiosas entre os católicos e protestantes, por exemplo: que os católicos tem um número inferior de estudantes formados no ensino superior do que os protestantes, pode ser explicado simplesmente pelas posses herdadas pelos protestantes, porém os católicos também em sua maioria preferem o tipo de aprendizagem oferecido pelos ginásios humanistas, levando consequentemente os católicos a ocuparem cargo de baixo escalão nas indústrias (empregados), contrário dos protestantes que ocupavam cargos superiores, tendo uma mão-de-obra especializada. Temos com isso um pequeno número de católicos trabalhando em empresas capitalistas. Uma das possíveis explicações para isso deve-se ao fato do tipo de particularidades mentais e espirituais adquiridas, bem como da educação familiar recebida, que determinam a ocupação futura e a carreira a seguir.

Os protestantes tanto na classe como dirigentes ou subordinados tiveram uma especial tendência para desenvolver o racionalismo econômico, talvez devido essencialmente pelo caráter intrínseco permanente de suas crenças religiosas. O fato dos católicos não desejarem o engajamento nas empresas capitalistas, pode ser devido que eles não teriam intenção pelas coisas mundanas, tratando com indiferença as atividades deste mundo. Por outro lado os protestantes tem neste fato uma das suas maiores críticas no modo de viver dos católicos.

A síntese da diferença entre católicos e protestantes pode ser expressada no provérbio: “Coma ou durma bem”, neste caso o católico está sujeito a dormir bem, enquanto o protestante a comer bem. Mas nem sempre foi assim temos relações opostas em regiões da França, que os católicos em seus padrões inferiores são mais interessados nos prazeres da vida.

Há uma curiosidade, para não chamar de contradição que podemos destacar da relação dos protestantes com o capitalismo. O grande número de representantes da fé cristã, que se originaram dos meios comerciais, o exemplo de Francisco de Assis, pode ser entendido como exemplo de quem contraria a cobiça em favor de uma vida ascética. Por outro lado há também um considerável número de empreendedores capitalistas que originaram-se de famílias cléricas, por exemplo Cecil Rhodes.

“...Se quisermos encontrar

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