A Exploração do Proletário

A exploração da proletário

As problemáticas relacionadas ao capitalismo

BRASÍLIA/DF

2021

A exploração do proletário

A ideia central do filme é trazer uma discussão tão pertinente nos dias de hoje. O

capitalismo neoliberal tende a se transformar cada vez tornando-se mais ardiloso e

inconcebível.

No filme Você não estava aqui dirigido por Ken Loach, o personagem principal Rick

Turner está passando por um momento conturbado em sua vida onde o mesmo se encontra

desempregado e atravessando uma dificuldade financeira ainda tentando se reerguer após a

crise mundial ocorrida em 2008.

Em vista disso, Rick decide-se candidatar a uma entrevista de emprego em uma

franquia de entregas cuja ideia vendida é de que o colaborador opere de forma autônoma

estabelecendo seu planejamento.

Porém, logo demonstra ser uma função totalmente exorbitante de forma que ele tem

de buscar seu próprio meio de produção (veículo para fazer entregas) e além disso, ser

vigiado ininterruptamente por um dispositivo com rastreador.

No livro de GAULEJAC Vincent “Gestão como doença social” o autor aborda

justamente essa ideia de que o humano se torna um recurso da empresa.

[...]No setor comercial, definitivamente tem sentido apenas aquilo que

é rentável. O imaginário social é dominado pela lógica capitalista que canaliza

os fantasmas, os desejos, as aspirações, mas também a “pulsão

epistemológica”, ou seja, a curiosidade que impele a produzir o conhecimento.

A gestão se tornou a ciência do capitalismo, subentendida por uma vontade de

domínio que se apresenta como fundamento racional. Esse domínio não tem em vista apenas

o campo da economia, mas a sociedade inteira.

“Não é somente na produção que ela deve se realizar, mas igualmente no consumo, e

não somente na economia, mas na educação, no direito, na vida política etc. Seria um erro - o

erro marxista- ver essas extensões como secundárias em relação ao domínio da produção e da

economia, que seria o essencial. É a própria significação imaginária social que se apodera das

esferas sociais, umas depois das outras” (Castoriadis, 1997).

A justificação desse estado de coisas é a de racionalizar a produção com menor custo

para favorecer o crescimento e satisfazer as “necessidades” dos consumidores. Podemos ficar

admirados com a eficiência dessa visão do mundo. Podemos também ficar inquietos com os

custos que não são levados em conta, quer se tratem dos atentados ao meio ambiente, do

desperdício de certas matérias-primas, de pressão do trabalho, de suas consequências

psicológicas, como o estresse ou o cerco moral, ou ainda de exclusão de todos aqueles que

não podem ter acesso a esse mundo ou por ele foram rejeitados.

O paradigma utilitarista transforma a sociedade em máquina de produção e o homem

em agente a serviço da produção. A economia se torna a finalidade exclusiva da sociedade,

participando da transformação do humano em “recurso”. (p.75)

A idealização de aperfeiçoamento do assalariado, é uma questão totalmente subjetiva

e utópica resultando numa frustração e incapacidade do proletariado.

Se o empregado não contribui com aquilo que lhe é pedido, logo ele se torna

“substituível” onde o empregador adverte-o com multas, advertências que logo se resultam

em diminuição no salário e até demissão.

Um momento onde conceitua esse fato refere-se quando Ricky acaba passando por

uma crise familiar na qual o seu filho mais velho, Seb revoltado com a vida e com uma

péssima relação com o pai, comete infrações desde pichações a locais públicos até ser

autuado furtando uma loja.

Como a rotina dos seus pais tange a 14 horas diárias de trabalho, tanto a mãe Abby

como o seu pai, Ricky tornam-se ausentes o que faz aumentar a revolta do seu primogênito.

Gaulejac aborda em relação a esse tema e propõe as seguintes ideias.

[...] O ideal de qualidade e os meios de alcançá-la, declinados a partir

de certo número de noções, formam uma equação “mágica” :Qualidade =

Excelência = Sucesso = Progresso = Desempenho = Comprometimento =

Satisfação das necessidades = Responsabilização = Reconhecimento =

Qualidade...

Esses diferentes termos são utilizados de modo recorrente, como se sua significação

fosse evidente. Eles formam um discurso circular, a partir de definições entrecruzadas. Cada

termo é definido em referência aos outros e reciprocamente. Um exame dos principais

“conceitos chave” é, portanto, útil para compreender os mecanismos de programa.

-EXCELÊNCIA: “O EFQM assumiu por missão ser o motor de excelência durável na

Europa,