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FOTOGRAFIAS COM PALITOS DE FÓSFORO

Por:   •  5/10/2021  •  Abstract  •  668 Palavras (3 Páginas)  •  124 Visualizações

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RESENHA “QUEM MATOU ELOÁ?”

“Quem matou Eloá”, de 2015, mostra o célebre caso do sequestro e assassinato de Eloá Cristina Pimentel. O documentário traz uma opinião crítica de como a mídia se portou diante ao caso, que durante o sequestro, fizeram diversas presunções sobre como aquilo iria acabar.

Em 2008 as jovens Eloá de 15 anos e sua amiga Nayara, da mesma idade, estavam no apartamento quando o ex namorado de Eloá, Lindemberg Alves de 22 anos, invadiu o apartamento onde elas estavam e as mantiveram de refém. Por mais de 100 horas, a polícia tentou negociar a soltura da jovem, mas sem sucesso. A polícia então resolve invadir o apartamento e antes de ser pego o sequestrado consegue atirar nas duas meninas. Nayara saiu ferida com um tiro na boca enquanto Eloá, com tiros na virilha e na cabeça, foi carregada para o hospital mas não resistiu aos ferimentos e logo foi anunciada sua morte.

A imprensa durante o ocorrido, estava com total atenção acompanhando as negociações da polícia. Para conseguir registrar o ocorrido, jornalistas e pessoas que trabalhavam na imprensa passaram dias e noites em frente ao prédio esperando a possível entrada dos policiais. As gravações acabavam parando na televisão revelando algumas estratégias de entrada no cativeiro. Além disso, as emissoras de TV, rádios e jornais também tentaram contato com Lindeberg, o que atrapalhou muito nas negociações.

O documentário chama a atenção e questiona a responsabilidade da mídia na hora de transmitir casos como o de Eloá. Critica a forma banal e a trivialidade que a mídia coloca quando se refere à violência contra a mulher e especialmente a forma que transmitiram o feminicídio de Eloá onde deram um tom banal e romântico para o caso dizendo coisas como “é só um jovem com crise de ciúmes” e “Eu espero que isso termine em pizza, em um casamento futuro entre ele e a namorada apaixonada dele”. Em muitos instantes os apresentadores de TV se expressavam de forma a parecer que era natural da índole masculina em ser violento e possessivo com suas parceiras e que as mortes ocorrem por ciúmes.

Em 2008, a lei criminaliza o feminicídio e o considera uma circunstância qualificadora de homicídio ainda não havia sido criada. Mesmo que esse termo expressão ainda não fosse conhecido pela população, não se pode dizer que desconhecido o fato de que mulheres mortas por seus ex-namorados não são vítimas de crimes passionais. Além disso, a Lei Maria da Penha, que combate esse tipo de violência, já existia há mais de um ano. Deste modo, a imprensa não tem modos de se justificar por tais atitudes e comentários.

        O caso de Eloá nos mostrou o quanto a televisão pode impactar homens e mulheres que aprendem e reproduzem visões, crenças e discursos sobre relacionamentos amorosos. O que o documentário diz sobre o modo que eles reproduziram o caso como se fosse uma novela faz todo o sentido. No Brasil, as novelas tem grande audiência e tomam boa parte da grade de programas televisionados. Por conta dessa grande cultura da novela, pode se tornar indistinguível para o olhar da realidade e isso faz com que os espectadores fique tentado com os acontecimentos reais que são merecedores de roteiro de novela, onde um jovem rapaz comete uma “loucura de amor”, mesmo que no final o resultado não seja o mesmo.  

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