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Pesquisa de coerção no JORNALISMO

Por:   •  10/8/2015  •  Projeto de pesquisa  •  1.694 Palavras (7 Páginas)  •  201 Visualizações

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APRESENTAÇÃO

No Campo Jornalístico, muitas vezes o produto que é gerado (notícia) leva consigo uma bagagem de fatores que alteram seu resultado. Desde simples crenças religiosas ou a bagagem que está no imaginário do jornalista atingem o profissional no dia-a-dia podendo interferir no resultado do texto que é redigido em matérias e notícias impressas.

No Jornalismo impresso, que será o meio discutido neste trabalho, é visto que a coerção, tanto interna quanto externa, pode vir de vários setores e grupos sociais. Foram analisados veículos de comunicação de jornais impressos da região da Amurel em Santa Catarina. Esta análise busca descobrir os tipos de pressões e a coerção que os profissionais desta área sofrem. Também será visto quais são os agentes que mais geram a coerção nos jornais.

JUSTIFICATIVA:

Esta pesquisa busca quantificar e analisar os tipos de coerção que acontecem no jornalismo impresso na região da Amurel e verificar quais áreas específicas são mais atingidas. Com base nos resultados é possível trabalhar soluções desde o meio acadêmico de formação evitando que a notícia, produto final do Jornalismo, seja tendenciosa ou sofra inclusive censuras.

OBJETIVO GERAL:

 Identificar as origens e as formas de coerção sobre os agentes do campo jornalístico de impressos na região da Amurel.

OBJETIVOS ESPECIFICOS

* Verificar as editorias mais suscetíveis a restrições externas e/ou internas nos jornais impressos.

* Avaliar qual a origem resulta em maior coerção.

* Determinar a frequência em que ocorrem situações de pressões estranha à atividades jornalísticas.

MÉTODO:

Foi realizada uma pesquisa online por meio de e-mails e um formulário eletrônico pelo qual os Jornalistas responderam perguntas de múltipla escolha sobre o local onde trabalham, tempo de profissão e na empresa atual, se já sofreram ou conhecem alguém que sofreu coerção e também de onde essas ações partiram e com que frequência.

ANÁLISE

Durante o período da pesquisa, 15 de maio de 2015 à 29 de maio de 2015, 13 jornalistas da região da Amurel, no sul de Santa Catarina, responderam o questionário. Destes 13, todos são da região do vale do Braço do Norte, principalmente cidades pequenas. Em Tubarão, mesmo recebendo o questionário, os profissionais preferiram não responder a pesquisa. É preciso pensar que entre os motivos que levam os profissionais a não responder está o fato de temer inclusive alguma repressão por emitir opinião sobre as empresas em que trabalham.

A palavra coerção vem do idioma Latim, coercio, “ação de reprimir, de refrear; repressão; castigo”. Quando juntamos as palavras coerção e social, damos origem à expressão chamada pela sociologia “Coerção Social”. Assim, a coerção social é caracterizada pela pressão e/ou repressão que a sociedade exerce sobre o indivíduo (BODART, Cristiano). No caso do Jornalismo, o profissional que é também quem ajuda a passar informações para a sociedade, é atropelado por fatores externos que tornam-se variantes no trabalho obtido.

[pic 1]

Dos jornalistas pesquisados cerca de 54% atuam apenas de 1 a 5 anos no meio de comunicação. Entre estes 62,5% sofreram algum tipo de coerção no jornal em que atuam. “O uso de coerção (física, econômica e psicológica) para reprimir o trabalho jornalístico não é raro no Brasil, embora muitas vezes passe despercebido, imerso nos índices de violência colhidos na sociedade como um todo”. (BARONE, Victor. Observatório da imprensa, 2008). O fato de serem profissionais novos pode ser um dos motivos por sofrerem mais coerção. A instabilidade profissional, o medo de perder o emprego e a busca por uma consolidação perante a equipe pode fazer com que profissionais novos deixem-se moldar pelo “sistema de coerção”. Um risco é que estes novos profissionais, ao deixarem a coerção passar a diante, estarem perpetuando esta prática e tornando-se um jornalista que não preocupa-se com as pressões e cede normalmente a elas.

Classificando por área de atuação, 9 dos 13 jornalistas que atuavam fazendo reportagem para os jornais impressos estavam na editoria de geral ou comunidade. Por se tratar de veículos pequenos é possível que atuem em todos os tipos de pauta e assim se classifiquem como Geral e Comunidade. Menos da metade, 46% dos Jornalistas afirmaram que já sofreram algum tipo de coerção, mas 61,5% conhecem outro colega de profissão que passou por alguma situação em que viu fatores externos influenciando na veiculação de uma notícia.

A questão da maioria dos profissionais pesquisados dizer que conhece alguém que foi vítima da coerção, pode significar a melhor identificação da prática quando vista por alguém externo a situação. O próprio ambiente ou a cultura do veículo podem formatar o jornalista a acostumar-se com a coerção e até mesmo consenti-la sem nem ao menos perceber que ocorre.

O gráfico abaixo foi gerado a partir de um índice em que os entrevistados assinalavam entre 1 e 5 o nível de coerção mediante a sua origem. O nível 1 representa pouco índice de pressões sofridas e o 5 representa fortes coerções. Foram somadas e divididas as respostas gerando gráfico:

[pic 2]

        Como é possível notar a partir dos dados, com um índice de 2 pontos, os vereadores são responsáveis pela fonte mais relatada das coerções. Por serem os representantes políticos mais próximos da população, de grupos específicos, e por se tratar de veículos de cidades do interior, o contato e poder de influência acabam sendo direto visto que o acesso às pessoas e a proximidade é maior. O fato do famoso “todo mundo se conhece em cidades pequenas”. Seguido pelos secretários e prefeito/vice, a pressão, que recai sobre os conteúdos jornalísticos quanto à publicação ou a linha tênue com a censura, é gerada principalmente por poderes políticos locais e próximos do meio. Quando o poder vai se distanciando, como no caso do estadual, já vemos um decréscimo nos níveis de coerção que exercem. "Os profissionais do campo jornalístico definem em última análise para nós (sociedade) as notícias e contribuem ativamente na construção da realidade" (TRANQUINA, 2005, p. 29). Talvez por este motivo os políticos usem da coerção nos meios de comunicação como uma forma de mudar o pensamento a massa que é o público em geral dos veículos jornalísticos.

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