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Resenha Crítica da Obra: Ética e Vergonha na Cara

Por:   •  5/9/2018  •  Resenha  •  1.102 Palavras (5 Páginas)  •  1.499 Visualizações

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Resenha crítica da obra “Ética e vergonha na cara!” (2014), de Clóvis de Barros Filho e Mario Sérgio Cortella

BARROS FILHO, Clóvis de; CORTELLA, Mario Sérgio. Ética e vergonha na cara! Campinas: Papirus 7 Mares, 2014. 112 p.

De Sócrates a Weber, de Rosseau a Freud, de Espinosa (muito Espinosa) a Quintana. A obra “Ética e vergonha na cara!”, com rara exclamação no título e lançada em 2014, traz um caminho de boas referências, contextualizando um diálogo sobre ética entre Mario Sérgio Cortella e Clóvis de Barros com elementos de toda a história da filosofia, nomes da literatura e exemplos históricos.

Mario Sérgio Cortella, nasceu em Londrina (PR) em 1954, é professor, escritor e filósofo, mestre e doutor em Educação. Lecionou na PUC-SP por 35 anos, nas áreas de Educação e no Departamento de Teologia e Ciências da Religião. Foi secretário municipal de Educação de São Paulo por dois anos, em 1991 e 1992, sendo, anteriormente, assessor especial e chefe de gabinete de Paulo Freire. Entre suas obras estão “Por Que Fazemos o Que Fazemos?”, de 2016, “Educação, convivência e ética: Audácia e esperança!”, de 2015, “A escola e o conhecimento: Fundamentos epistemológicos e políticos”, de 2000, entre outros.

Clóvis de Barros Filho, nascido em Ribeirão Preto (SP), no ano de 1966, é professor, filósofo e escritor, sendo livre docente da Escola de Comunicações e Artes da USP. Graduou-se em Direito pela USP e em Jornalismo pela Cásper Líbero, mestre em Ciência Política pela Universidade de Sorbonne Nouvelle e doutor em Ciências da Comunicação pela USP. Entre suas obras estão “Felicidade ou morte”, de 2016, em parceria com Leandro Karnal, "Somos Todos Canalhas - Filosofia Para Uma Sociedade Em Busca de Valores”, de 2015, em parceria com Júlio Pompeu, “Corrupção: parceria degenerativa”, de 2014, escrito com Sérgio Praça, entre outros.

Dividida nas falas dos dois autores e organizada em tópicos, a obra retoma o gênero de diálogo, fundador da tradição filosófica socrática, para construir uma rede de ideias. No primeiro capítulo, “A ética da conveniência”, há a apresentação de uma característica das relações contemporâneas, com a introdução de uma problemática da corrupção. Segundo eles, a potência, conforme concepção espinosiana, causa uma

“flutuação da alma”, flexibilizando as ações morais e relacionando a postura ética do indivíduo com a conveniência que lhe couber.

No próximo capítulo, “A ilusão moral do foco no resultado”, a discussão começa a ser pautada pela seguinte pergunta de Clóvis de Barros: “por que as emoções são tão importantes sempre que vamos tomar uma decisão?”. A partir dela, o encadeamento de reflexões se dá por meio de construções dialéticas, tal qual o restante do livro, buscando responder à pergunta inicial, até culminarem na síntese jesuíta, de viver para servir, exposta por Cortella.

Após, em “Qual é o resultado que torna justo o caminho?”, a exclamação do título se transforma em interrogação. Como viver em um mundo onde uma ação pode ser vista como positiva, mesmo se pouco ética, contanto que chegue a um fim com bons frutos. Em tal capítulo, a evolução da conversa entre os autores parece norteado pelos diálogos socráticos, ao apresentar a essência da construção filosófica entre pares. A resposta do companheiro de diálogo é calculada em seu interlocutor a partir dos próprios fundamentos de sua opinião, absorvendo do diálogo a expectativa lógica do outro. Assim também ocorre neste capítulo, desde análises complexas, como no capítulo sobre a transparência de tais resultados, até em trechos um pouco mais curtos, que apenas demonstram a concordância em relação ao que foi dito pelo outro.

Adiante, em “Ética como instrução”, a necessidade de praticar a ética de maneira concreta, mesmo que consideradas as abstrações simbólicas que o termo carrega. É um capítulo bem articulado, relacionando bem a educação familiar com a criação de um futuro continuamente melhorável, embora difícil. Há a retomada de parte da discussão anterior, quanto às emoções irrefletidas em relação a ações éticas, completando tal reflexão com novos autores, como Rosseau.

“Não há vida sem escolha, e não há escolha sem valor”, capítulo seguinte, disserta

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