Rp no Terceiro Milênio

Com a virada do milênio, em 2000, a comunicação em rede evoluiu com novas tecnologias, que geraram um novo modelo de vida em sociedade. A entrada do século XXI marcou as Relações Públicas porque, com a introdução dessas tecnologias na vida dos públicos, as organizações realmente admitiram a indispensabilidade desta competência na medida em que fica claro que os diferentes setores com os quais esse profissional se comunica influenciam cada vez mais a vida das empresas. O Sinprorp considera que a tecnologia engloba todas as técnicas de comunicação estratégica e pode ser definida como a aplicação das descobertas da ciência aos objetivos da vida prática. Delabre (2006) constata que no cerne do século XXI ocorrem interações fomentadas pelas novas tecnologias de informação e comunicação, com especial destaque para a Internet que assume o papel de coluna vertebral da Sociedade da Informação.

O contexto político também foi fator de grande relevância para a profissão. Na década passada o Brasil elegeu seu primeiro presidente vindo das classes populares e indicou a primeira representante da classe feminina para assumir o controle da federação. Com isso, as relações governamentais foram moldadas para adaptação de novos programas e propostas em sociedade. Foram promovidos grandes eventos internacionais em que a atuação das Relações Públicas foi determinante. De acordo com a Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA), em 2010, o Brasil foi país da América Latina que mais recebeu eventos internacionais e ocupou a 4ª colocação em relação à esfera mundial, somando uma quantia de 293 solenidades. Desde 2003, o país subiu 12 posições no levantamento. Dentre estes eventos podem ser citadas a Jornada Mundial da Juventude e a Copa do Mundo, eventos estes, que contaram primordialmente com os fundamentos e práticas das Relações Públicas.

Toda esta nova conjuntura acarretou em novas medidas procedimentais. Pelo fato de a internet oferecer espaço um livre em meio a ambientes de opressão Liebelson (2011) explica que os regimes autoritários perseguiram intensamente a liberdade de imprensa em 2010. Com o grande alcance de públicos e a rápida disseminação de conteúdo proporcionados pela internet, os governos viraram a sua atenção para a restrição de conteúdo das mídias sociais e outras novas formas de censura destinadas à era digital. Frank LaRue, agente da ONU, declara que é custosa a luta contra a censura midiática e que novas tecnologias não deveriam significar novas formas de censura. Cabe ao profissional de comunicação saber lidar com esta realidade.

Dentro do cenário atual, decorrente destes episódios, podem ser considerados desafios significativos de Relações Públicas: abrir espaço para ouvir a opinião pública; participar e influenciar conversas a respeito da organização; encontrar e criar destinos digitais; gerar conteúdo de qualidade; monitorar e analisar as críticas populares.

DELARBRE, Raúl Trejo. Viviendo en el Aleph. La Sociedad de la Información y sus laberintos. Barcelona: Gedisa, 2006.
 

http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/5o-encontro-2007-1/A%20comunicacao%20organizacional%20na%20cultura%20da%20gestao%20da%20qualidade.pdf 

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