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Teoria Estruturalista Análise e Comparação

Por:   •  1/11/2018  •  Artigo  •  1.031 Palavras (5 Páginas)  •  189 Visualizações

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Universidade Federal de São João del-Rei

Teorias do Jornalismo

Teoria Estruturalista

Pontos principais

A Teoria Estruturalista surgiu em meados da década de 60, junto com a etnoconstrucionista e, apesar de diferentes, se completam. A Estruturalista, segundo Traquina, apoia a ideia de que a notícia é resultado de processos complexos de interações sociais entre jornalistas e fontes de informação, entre jornalistas e sociedade e entre jornalistas e membros da comunidade profissional. Além disso, de acordo com Herman e Chomsky, essa teoria reconhece que os jornalistas possuem certa autonomia em relação a um controle econômico direto, ou seja, contraria a Teoria da Ação Política, a qual dizia que os jornalistas eram muito dependentes dos interesses políticos e ideológicos da empresa. Além desta, contraria, também, a Teoria do Espelho exatamente por acreditarem que as notícias são resultado de complexas interações sociais entre os agentes sociais citados anteriormente, ou seja, o resultado das notícias nunca será completamente imparcial, objetivo ou neutro.

Um dos focos de análise da teoria é o local de trabalho do jornalista e seu meio social, porém, diferente da Teoria Organizacional, a Estruturalista defende que o jornalista consegue se integrar nessa comunidade profissional e não é exatamente submisso à ela, ele consegue se adaptar. Dessa forma, é possível perceber como tal teoria reconhece como os jornalistas possuem certo grau de autonomia, também acreditam que são importantes para a construção da realidade e contestam a visão comum de que os jornalistas precisam ser observadores passivos

Segundo Stuart Hall, a linguagem jornalística aprendida pelos profissionais e a necessidade de selecionar, excluir, acentuar diferentes aspectos do acontecimento são alguns exemplos de como a notícia constrói o acontecimento e a realidade. Além disso, na teoria estruturalista, as fontes oficiais são muito importantes, pois trazem credibilidade à notícia e são as primeiras a serem procuradas pelos jornalistas para falarem a sobre certo assunto, devido à sua influência. No entanto, essas fontes oficiais podem utilizar os jornalistas como um meio de atingirem os seus objetivos e, assim, tornarem-nos engrenagens de um sistema capitalista, apesar de os profissionais também serem influenciados pelas interações sociais que os permeiam.

A teoria estruturalista é criticada por um determinismo excessivo. Encarado dessa forma, o campo jornalístico perde o seu potencial como objeto de disputa, como recurso para todos os diversos agentes sociais - os contrários às ideias dominantes são minorias, então, muitas vezes, o jornalismo mesmo sendo uma construção da realidade, não constrói necessariamente a realidade da sociedade.

Análise do editorial

Usando como a base a editoria Mundo do Portal G1, a notícia “Aumento do número de sem-teto nos EUA é ‘bomba-relógio’” do dia 14 de outubro traz, em citações, o jornalista da BBC Hugo Bachega (2 aparições), o prefeito de Portland, Ted Wheeler (1 aparição), o relator especial das Nações Unidas, Philip Alston (3 aparições) e o sem-teto Joseph Gordon (2 aparições) como fontes, pois foram ouvidos e o que disseram foi transcrito para o texto. Como personagens há Donald Trump e Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano. A notícia do dia 15 de outubro, “Arábia Saudita estaria se preparando para admitir que jornalista Jamal Khashoggi foi morto, diz rede CNN”, cita duas fontes não identificadas (3 aparições), Donald Trump (4 aparições) o jornalista desaparecido Jamal Khashoggi (7 aparições), o príncipe Mohammed bin Salman (7 aparições), Mike Pence (1 aparição) e o presidente turco Recep Tayyip Erdogan (1 aparição) como personagens. A notícia escolhida do dia 16 de outubro, “Mulheres recebem autorização para assistir a jogo de futebol no Irã”, traz o jornalista da AFP (2 aparições) como fonte, o site Varzesh3 (1 aparição) e traz também o presidente do Irã, Hassan Rouhani (1 aparição), como personagem.

Ao analisar as notícias, é possível perceber que sempre buscam diversas fontes para montar o texto, o jornalista basicamente conecta as informações oferecidas por elas. Além disso, procuram sempre fontes oficiais, como presidentes, membros da ONU e outros jornais internacionais. Também é possível notar que as notícias, especialmente as do dia 14 do dia 16, trazem certa influência da visão do jornalista que a escreveu e não há uma tentativa de manter-se completamente imparcial e neutro. Na notícia sobre o aumento de sem-teto há, claramente, diversas críticas ao governo e como ele está afetando a economia do país, essas críticas são feitas de acordo com o que as fontes disseram e de acordo com a interpretação do profissional que a redigiu - há muitas críticas ao governo Trump que provavelmente não seriam feitas se o jornalista fosse obrigado a se manter neutro. Na notícia sobre as mulheres iranianas, apesar do texto curto, há diversos destaques que mostram como a ideologia trazida com a Revolução Islâmica atrapalhou a liberdade das mulheres e que, ainda hoje, o lado ultraconservador ainda mantêm esses ideais - é possível notar que quem escreveu a notícia não concorda com a forma que as mulheres são tratadas no país e esta visão do jornalista provavelmente foi moldada de acordo com seu meio social diferente do meio dos iranianos. Já na notícia sobre o jornalista saudita desaparecido, é possível perceber que as fontes aparecem mais do que o próprio jornalista que escreveu o texto, há muitas citações e o jornalista apenas as conecta - nesse caso, a neutralidade foi maior do que nas outras notícias citadas, talvez porque o jornalista não podia ter certeza sobre o que havia acontecido com o “personagem” principal da notícia e precisou usar as fontes como parte essencial do texto.

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