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A Concepção de Homem em Santo Agostinho

Por:   •  14/8/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.441 Palavras (6 Páginas)  •  409 Visualizações

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INSTITUTO SAPIENTIA DE FILOSOFIA

THIAGO EDUARDO CANDIDO MIRANDA

A CONCEPÇÃO DE HOMEM EM SANTO AGOSTINHO

Francisco Beltrão-PR

2019

THIAGO EDUARDO CANDIDO MIRANDA

ANÁLISE ANTROPOLÓGICA DA OBRA VIDAS SECAS DE GRACILIANO RAMOS

Trabalho apresentado na disciplina de Antropologia Filosófica I, como exigência para obtenção de nota parcial referente ao primeiro período do curso de filosofia do Instituto Sapientia de Filosofia-ISF.

Professor Ms. Pe. Dilonei Pedro Müller

Francisco Beltrão-PR

2019

  1. O QUE O TEXTO DIZ.

A concepção agostiniana do homem traz em si uma grande reflexão acerca das questões mais íntimas da alma humana, e entenda-se aqui alma em seu sentido mais filosófico possível, tal e qual Santo Agostinho, em suas obras, quisera que fosse entendido.

O homem que Santo Agostinho concebe em suas obras é um ser dotado de vontade, e sua vontade é de viver mais, uma vez que o homem anseia, no seu íntimo, ser mais do que é, ou seja, torna-se um ser-sendo que busca ser mais e, nesse caminho, abre-se àquilo que lhe transcende, a Eternidade mesma. A partir dessa sua inquietude de ser, o homem busca uma vida plena e Santo Agostinho entende que isso só se dará a partir da passagem da alma para ser mais, que vai além de si mesma e chega à fonte da Vida, que é Deus, pois o homem, enquanto permanece tão somente em si e por si, escapa-se a si mesmo, pois é mutável e instável. Só em Deus a alma irá realizar-se, será plena e passará daquilo que é fosco àquilo que é nítido, pois como diz São Paulo: “Agora vemos em espelho e de maneira confusa, mas, depois, conhecerei como sou conhecido. ” (Cf. 1Cor 13,12).

Entretanto, existem os entraves da vontade, pois a vida do homem dá-se de modo dialético, já que o homem busca ser mais que aquilo que é, muito embora caia em si mesmo, de modo negativo, no seu abismo de ser, não alcançando seu objetivo mesmo, e quando isso se dá é tão somente porque o homem, então, não é, por conta do pecado.

O pecado retirou o homem de seu estado natural de ser, transformando-o em um doente, tornando-o infeliz por não poder conseguir ser quem realmente deveria ser: um ser-sendo em busca de ser mais, abrindo-se ao Transcendente. A sua infelicidade está, propriamente, em não poder ser o que deveria, e sabe disso, ser, daí sua angustia, só podendo vencer a si mesmo, enquanto pecador, a partir do momento que sua vontade for conforme a Graça de Deus, que vem ao encontro do homem, perdoando-o. Logo, é o encontro de duas vontades: a do homem, que não aceita-se como tal, tão somente como pecador, então; e a vontade de Deus, a partir da sua graça mesmo, agindo na vida do homem que se conforma àquilo.

Assim, o homem constitui-se um problema a si mesmo, tanto que em toda a Obra da Criação é o único capaz de perguntar sobre si mesmo, e a pergunta fundamental vem a ser “porque eu e não outro de mim? ”. É problema o homem a si mesmo porque não se coloca a si a possibilidade de definição, pois está maculado pelo pecado. Portanto a única conclusão possível seja que o Homem subsiste no homem que sou, já que o pecado quebrou toda e qualquer harmonia existente no Cosmos.

“Tarde Te amei, [...] algo se movia dentro do meu coração… Eu era inquieto, alguém que buscava a felicidade, buscava algo que não achava… Mas Tu Te compadeceste de mim e tudo mudou, porque Tu me deixaste conhecer-Te. ” (Santo Agostinho, Confissões 10, 27-29.)

Daí toda a angústia que constitui ser homem. Entretanto, lembrando o que de mais íntimo e verdadeiro pode estar entre o homem e Deus é a relação de vontade, uma vez que foi Deus mesmo que quis o homem, e para Deus o querer é fazer. Nessa relação, o homem é capaz de transcender-se a si mesmo, buscando Deus que deixa-se encontrar no homem mesmo.

  1. O QUE O TEXTO ME DIZ.

Inicio perguntando-me: por que eu ao invés de um outro eu? Ou ainda, por que ser ao invés de simplesmente não ser? Em toda a Obra da Criação, o homem é o mais difícil de compreender, de fato, mas não sou qualquer homem, sou eu. É muito mais fácil falar do gato, que a única coisa que faz é ser gato, ou do cão do mesmo modo, mas como cão, ou da árvore... do outro mesmo, mas eu não sou nada disso, antes sou um mundo todo a parte disso, mas complementar a tudo o que fora citado.

 Muitas vezes o sentido da vida, a busca de si mesmo, torna-se algo totalmente angustiante. Entrar em si mesmo, buscar-se dentro de si, é tarefa árdua, mas necessária. Mas ainda fica a questão de quem sou eu.

É necessário perceber em mim e enfrentar o homem que não sou, aquele que é fruto do pecado, mas não caindo no risco de matar o homem verdadeiro que sou. Certa vez, após Santo Agostinho ter se tornado o orador oficial do imperador, ao voltar para casa, sentiu inveja de um bêbado na rua, pois o bêbado estava feliz, e ele, com o cargo mais alto que sua profissão poderia ter, sentia-se infeliz. Essa é minha experiência às vezes. O ato de buscar no outro o que nos falta (a felicidade que Agostinho viu no bêbado) é ato falho, uma vez que eu sou eu, com todas as minhas particularidades, e o outro é o outro, com as dele.

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