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A Polis e a Psychè: uma reflexão acerca da educação em Esparta e Atenas

Por:   •  30/10/2017  •  Trabalho acadêmico  •  821 Palavras (4 Páginas)  •  265 Visualizações

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Entre a polis e a psychè: uma reflexão acerca da educação em Esparta e Atenas

Sandson Almeida Rotterdan[1]

        A educação é um constante dilema na história ocidental. Desde os tempos mais remotos ela se questiona acerca dos seus objetivos e, na Grécia Antiga não poderia ser diferente: educar para quê? Esta pergunta, que contemporaneamente permeia nossos discursos e estudos já se planteava na Antiguidade Clássica. O ser humano deve existir e, por conseguinte, ser educado para a vida na polis ou a polis deve se ocupar de uma educação que humanize os cidadãos?

        Diante dessas perguntas fundamentais, o presente trabalho visa refletir sobre o modelo de educação voltado para o bem da polis, que tem por marca a educação espartana e o modelo de educação humanizador proposto a partir de Athenas.

        A opção espartana de educação reflete a cultura bélica da cidade. Isto fazia com que a educação na cidade fosse voltada para atividades voltadas para a formação militar. Como consequência disso, a educação  não era função das famílias, mas sim da Cidade Estado. Dessa forma, a criança tinha um convívio familiar até os sete anos e, posteriormente eram assumidas pela Cidade Estado. Essa educação tinha cunho público e obrigatório.

        Os educandos viviam em comunidades, divididos por faixa etária e, até os doze anos, a educação acontecia basicamente em atividades lúdicas e, posteriormente, era toda dedicada a formação militar. Essa educação era bastante dura, onde os jovens aprendiam a lidar com a fome, o frio, o desconforto e a vestir-se de forma despojada. Moralmente, a educação primava por educar para a obediência, para o respeito aos mais velhos, e privilegiava a vida comunitária.

        A educação não era voltada para a vida intelectual ou para a formação da psyché. É um tanto anacrônico afirmar que a educação espartana não primava pela formação do sujeito. Essa ideia somente surge na história da filosofia em meados do século XVI. Aqui cabe dizer que não há uma preocupação na educação espartana em formar a psyché, ou uma preocupação em formar o ser humano, ou uma preocupação com a formação de sua natureza. A educação espartana se assemelha ao regime nazista do século XX, estava toda voltada para o fortalecimento das estruturas militares da Cidade Estado de Esparta, não estando voltada, então, para a formação do ser humano em seu agir ético.

        A preocupação com a formação do ser humano, da psiché acontece em Athenas, primeiramente por força do movimento sofista e, posteriormente com Sócrates, Platão e Aristóteles.

        A preocupação da formação sofista era do ser humano para que ele pudesse exercer seu papel político dentro da polis. Diferentemente da proposta espartana, não era o ser humano que era formado para proteger a polis mas ele era se formava para agir dentro da mesma como agente político que, por meio do diálogo, participasse da construção da democracia.

        Essa educação era um tanto machista, visto que, enquanto os meninos eram ligados a um pedagogo, que o alfabetizava, e dava educação física e musical, as meninas se ocupavam de aprender atividades domésticas. Dessa forma, a educação dos meninos se ocupava não somente do aspecto intelectual como também cuidava do físico.

Os sofistas, Sócrates, Platão e Aristóteles se ocupavam de alguma forma da educação superior. Os sofistas centrados em uma educação comercial, Sócrates no autoconhecimento que implicava em uma ação virtuosa e Platão e Aristóteles conseguiam, em alguma medida, conciliar o aspecto político-estatal com a formação com a formação da psyché entendida enquanto natureza humana.

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