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A RELIGIÃO E A ETICA COMO FORMAS DE CONDUTA HUMANA

Por:   •  9/12/2015  •  Seminário  •  2.825 Palavras (12 Páginas)  •  361 Visualizações

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A ÉTICA E A RELIGIÃO COMO CONDUTA MORAL HUMANA SEGUNDO IMMANUEL KANT

INTRODUÇÃO

Para estabelecer um princípio fundamental moral-prático, o filósofo Kant parte do conceito de boa vontade, responsável por tornar todas as coisas boas ou más. Tem-se que o fundamento determinante da vontade não é o efeito produzido no mundo, mas sim a representação da lei como seu motivo, pois a boa vontade é ou não boa pelo querer, e não pelo proveito que pode ser alcançado. Quanto ao valor moral de uma ação, este não depende da vontade ou do objeto que se deseja alcançar, mas sim na razão pela qual deseja atingir determinado objeto ou objetivo.

Para que uma ação seja feita pelo dever, a vontade, que se encontra entre a lei que determina o agir e os objetos a serem atingidos, deve ser motivada pela representação desse mesmo dever, de modo que a ação, então, será considerada como moral. A moralidade não está relacionada à diversidade de costumes nas diferentes sociedades, de modo que Kant busca um princípio que possa ser utilizado como um critério universal para o agir, admitindo-se apenas o interesse da razão pura. A razão é a única independente das condições empíricas da sensibilidade, sendo que o princípio da ação é, na verdade, uma prescrição da razão prática para a vontade, todavia, pode esta última não se identificar com a primeira.

A vontade que adere a lei da razão, ao imperativo categórico, sem se sentir obrigada, é considerada como vontade santa, perfeitamente boa, ao contrário do acontece com o ser humano, pois as leis são criadas como obrigações através de imperativos, de modo que a vontade não está, de forma objetiva, determinada pelas mesmas.

A ÉTICA, MORAL, RELIGIÃO E EDUCAÇÃO EM KANT: UMA INTRODUÇÃO CONCEITUAL

 A MORAL EM KANT

Kant possui a Filosofia Transcendental que busca a submissão da totalidade à crítica, empreendendo reflexão sobre os seus limites, inclusive da razão quando do ato de conhecimento.

Essa crítica é exposta através da possibilidade dos conhecimentos racionais, através de uma metodologia que facilitará a compreensão de como algumas matérias possuem estatuto de cientificidade.

A questão enfrentada é saber como a Metafísica não conseguiu determinar seus objetos assim como a Matemática e a Física, por exemplo. Para tanto são dois os questionamentos formulados, o primeiro é saber a explicação para o conhecimento “a priori” na Matemática e Física, e o segundo, qual a chance desses mesmos conhecimentos ocorrerem na Metafísica.

Kant (1989, p. 18) pretende usar a mesma metodologia encontrada nas duas matérias já conhecidas para a Metafísica, isto é, que a faculdade da razão:

[...] só entende aquilo que produz segundo os seus próprios planos; que ela tem que tomar a dianteira com princípios, que determinam os seus juízos segundo leis constantes e deve forçar a natureza a responder às suas interrogações em vez de se deixar guiar por esta.

Essa revolução epistemológica é conhecida como “A Revolução Copernicana”, que tem por finalidade o estabelecimento de um sujeito transcendental para regular os objetos do conhecimento. Cumpre destacar, porém, que o estatuto da Metafísica ficaria restrito, considerando que, embora possam ser pensados, o sujeito transcendental dessa matéria não pode afirmar nada sobre Deus, Alma ou Liberdade no mundo, dependendo, então, de conceitos segundo uma razão pura prática.

Para Kant, a liberdade transcendental, denominada como “a faculdade de iniciar por si um estado, cuja causalidade não esteja, por sua vez, subordinada, segundo a lei natural, a outra causa que a determine quanto ao tempo”, abre o pensar sobre a liberdade prática, definida como “a independência do arbítrio frente à coação dos impulsos da sensibilidade”. Logo, será boa a escolha se ela não for subordinada às inclinações.

A boa vontade é quem determina se algo é bom, ou não, e para Kant, vontade é “a faculdade de escolher só aquilo que a razão, independentemente da inclinação, reconhece como praticamente necessário, quer dizer, como bom”, de modo que se não determinados pela boa vontade, todos os talentos que um indivíduo possa ter, tornam-se prejudiciais, pois é ela quem escolhe os seus melhores fins.

O conceito de boa vontade corresponde ao de dever, que, basicamente, diz respeito a uma ação que respeite à lei, consideradas ações morais, ao contrário das ações realizadas por dever, consideradas imorais.

Quanto à vontade, importante destacar que esta não deve ser determinada por móbeis sensíveis, uma vez que a Lei Moral vale “a priori”, de forma universal a todos os indivíduos, sendo que o dever ordena que as ações sejam realizadas de acordo com os preceitos desta Lei.

É função da razão fornecer regras para que a vontade do indivíduo o faça realizar ações de acordo com a Lei Moral, sendo essa vontade considerada uma Razão Prática do homem. Por outro lado, se a vontade for determinada por desejos, amores, dentre outros, não será assim considerada.

Os princípios que norteiam a vontade podem ser objetivos ou subjetivos, as leis práticas objetivamente oferecem determinações para a vontade coletiva, de qualquer pessoa, sendo que, por sua vez, as máximas apenas para a vontade individual. O princípio objetivo pode ser chamado de mandamento, e a fórmula do mandamento de imperativo, hipotético e categórico.

O imperativo hipotético corresponde a ação prática unicamente como meio para alcançar determinado fim, sendo que a aqui a ação somente será boa se alcançar, de fato, o fim de que espera, enquanto o categórico diz respeito a necessidade uma ação absolutamente, sem desejar alguma outra finalidade, e a ação é boa por si mesma.

Neste sentido, apenas as leis ordenam de forma objetiva, e somente o imperativa categórico pode ser considerado o da moralidade, tendo em vista que ordena ações por si mesmas, moralmente necessárias. Para explicar tal imperativa, Kant (1999, p. 83), após alguns desdobramentos, utiliza a seguinte formulação: “Age como se máxima da tua ação se devesse tornar, pela tua vontade, em lei universal da natureza”.

Assim, tem-se que os fins objetivos devem ser válidos universalmente, e, ainda, devem ser considerados necessários por serem bom “per se”. E após algumas considerações é possível obter outra formulação do imperativo categórico, qual seja de praticar uma ação somente em consonância com uma máxima universal.

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