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A Teoria da Ação Comunicativa em Habermas e sua influência na Educação

Por:   •  16/4/2018  •  Projeto de pesquisa  •  1.657 Palavras (7 Páginas)  •  290 Visualizações

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  1. TÍTULO

A Teoria da Ação Comunicativa em Habermas e sua influência na Educação

  1. AUTOR

José Simão de Lima Neto

  1. LINHA DE PESQUISA E ÁREA DE ATUAÇÃO DO ORIENTADOR (anexo 3).

LINHA DE PESQUISA 1 – FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Transdisciplinaridade;  Prática Pedagógica.

  1. INTRODUÇÃO

Em tempos de tanta discussão do campo educacional, no que se refere a estruturação e funcionamento da educação em suas diversas vertentes e fases, neste projeto nos ateremos na base dessa estrutura, o Ser Humano, juntamente com uma abordagem filosófica da ética do diálogo e sua eficácia no contexto educacional. Este diálogo educativo possui características éticas, morais, culturais, sociais, mais sobre tudo linguísticas, pois para acontecer um espaço de troca de conhecimento seria impossível de pensá-lo, sem que haja um ambiente estruturado linguisticamente, e para que a democracia seja efetiva, necessário se faz que os sujeitos inseridos no local se relacionem intersubjetivamente. Portanto, é nessa intersubjetividade dos falantes que Habermas propõe um diálogo entre a educação e sua Teoria da Ação Comunicativa.

O pensador Jürgen Habermas, filósofo e sociólogo alemão, nasceu em 18 de junho de 1929, sendo considerado um crítico das práticas sociais. É tido, por muitos, como o principal herdeiro da Escola de Frankfurt, fundada em 1923 em conjunto com o Instituto de Pesquisas Sociais.

A linguagem se torna tema central em suas investigações. Nela Habermas propõe uma ultrapassagem para a filosofia moderna, na qual todo seu pensamento está centrado na razão instrumental, e não no sujeito, pois, é neste ponto que podemos dizer:  está à “preocupação” de Habermas, pois no sistema puramente instrumental os objetos tomam o lugar do sujeito, ou seja, o próprio “criador torna-se criatura”. Assim, ele postula uma relação dialética entre a história e racionalidade, concedendo-lhe a uma fundamentação nas condições sociais de vida, sendo autêntico defensor de uma racionalidade a partir de uma nova concepção, a interação.

Como queremos fazer uma relação com Paulo Reglus Neves Freire, é aqui que se percebe. Freire foi um educador, pedagogista e filósofo brasileiro. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da Pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica, onde o mesmo afirmou que as bases filosóficas do processo educativo influenciou diretamente a maneira com que os sujeitos captam a realidade ao seu redor, e vivem a parti disso suas potencialidades, de fronte a elas. E neste sentido Freire mostra que a educação é um processo de apropriação do saber por parte do sujeito, afim de que o mesmo obtenha a capacidade de reflexão, criticidade e emancipação. 

  1. JUSTIFICATIVA

A questão proposta surge diante da intrínseca relação entre a teoria do agir comunicativo e educação, pois o contexto educativo é construído por meio do discurso.  Intensificando nele uma comunicação, que visa um entendimento, tendo como finalidade  processo de interação social.  Paulo freire destaca: “O sujeito que se abre ao mundo e aos outros inaugura com seu gesto a relação dialógica em que se confirma como inquietação e curiosidade, como inconclusão[1] em permanente movimento na História.” (FREIRE, 1996, p. 86).

É a partir desse processo destacado acima que Habermas evidencia  sua Teoria Ação Comunicativa, dando fundamentação à afirmação exposta por Freire. Mostrando que o debate moderno-contemporâneo ocorre dentro da perspectiva de um esclarecimento formal-pragmático exposto linguisticamente sobre algo acerca no mundo, que só será aceito a posteriori,[2] através de um entendimento linguístico.

O conceito de entendimento linguístico, na racionalidade comunicativa nos remete a um ato consensual, este almejado pelos participantes agentes, desde que sejam falantes racionais. Tal situação é norteada por pretensões de validade, criticáveis que, dependendo do jogo das proposições podem ser aceitas ou não.

As pretensões de validade (verdade proposicional, correção normativa e veracidade subjetiva) caracterizam diferentes categorias de um saber que se corporifica simbolicamente em exteriorizações. Essas exteriorizações podem ser analisadas mais de perto: por um lado, sob o aspecto da possibilidade de fundamentar essas exteriorizações como essas; por um lado, sob o aspecto de como os atores se relacionam, por meio delas, com alguma coisa do mundo. (HABERMAS, 1989, p.149).

Este tipo de racionalidade, indaga sobre algo acerca do mundo e que é aceito pelas pessoas, que por sua vez, agem dentro da comunicação, validando, ou seja, fundamentando suas pretensões levantadas em suas exteriorizações, sem levar em consideração seu status social.[3]

Chamamos “racionalidade” em primeiro lugar à disposição por parte do sujeito falante e atuante de adquirir e utilizar um saber falível. Enquanto os conceitos básicos da filosofia da consciência impuserem que se compreenda o saber, exclusivamente como saber de algo no mundo objetivo, a racionalidade limita-se ao modo como o sujeito isolado se orienta em função dos conteúdos das suas representações e dos seus enunciados. [...] Quando, pelo contrário, entendemos o saber como transmitido de forma comunicacional, a racionalidade limita-se à capacidade de participantes responsáveis em interações de se orientarem em relação a exigências de validade que assentam sobre o reconhecimento intersubjetivo. A razão comunicativa encontra os seus critérios no procedimento argumentativo da liquidação direta ou indireta de exigências de verdade proposicional, justeza normativa, veracidade subjetiva e coerência estética (HABERMAS, 1990b; p.291).

Isso por esse tipo de agir é diferente dos outros conceitos de ação, a saber: o teleológico que visa à realização objetiva a priori, o agir normativo que se refere aos grupos que se baseiam em doutrinas consideradas como verdades absolutas, as quais se deve obediência, o agir dramatúrgico, que seria uma autorepresentação feita ao público, de forma sedutora. Já o agir comunicativo tem como principal objetivo o entendimento entre seus interlocutores, e estes procuram estabelecer consenso acerca do debate.

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