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Alfred Schutz

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Por:   •  26/11/2013  •  964 Palavras (4 Páginas)  •  379 Visualizações

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Estes significados são produzidos biograficamente em um mundo vivido

coletivamente e que tem um caráter prático. Cada ser humano só pode ser compreendido

a partir de sua biografia, ou seja, sua situação no tempo e no espaço, que é determinada

através dos valores e crenças com os quais comunga e compartilha. A situação biográfica

determinada “é a sedimentação de todas as experiências anteriores desse homem,

organizadas de acordo com as posses ‘habituais’ de seu estoque de conhecimento a

mão, que como tais são posses unicamente dele, dadas a ele e a ele somente”(SCHUTZ,

1979, p.73).

O sujeito se constitui em uma biografia única, mas dentro de um mundo que é

comum a todos os seres humanos. O mundo existe independente do sujeito e continuará

a existir depois dele, pois pressupõe uma existência material constituída por vários

elementos da história da cultura. Mesmo que cada um possua uma biografia diferente,

cada uma destas biografias será construída dentro de um mundo constituído por todos,

mas vivenciados de forma diferente. O sujeito está sempre amparado em sua biografia e

em uma comunidade de pessoas que formam o Outro para ele. Este Outro é

imprescindível. É graças a ele que a sociabilidade se efetiva através dos atos

comunicativos (SCHUTZ, 1979).

É importante ressaltar que o sujeito quando apreende e se socializa o faz através

de suas experiências. Mesmo dentro da mesma cultura, ele se constitui um campo

subjetivo particular que, mesmo dentro de um mesmo ambiente vivido por outros sujeitos,

lhe confere sentidos diferentes. Esta situação confere ao ser humano com um estoque de

conhecimentos, constituído através de sua vida diária, que faz com que ele dê sentido ao

mundo que o rodeia a isto Husserl denomina “sedimentação de significado”. Estes

significados são construídos a partir da intersubjetividade. Husserl revela que a

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intersubjetividade se constitui em um mundo compartilhado por todos nós. Este mundo

intersubjetivo é constituído pela experiência comum, que faz com que compreendamos o

que as pessoas nos dizem.

A intersubjetividade, para as Ciências Sociais, torna-se uma questão de suma

importância. Esta, intersubjetividade, que necessita de um Eu e um Outro é que faz com

que as experiências subjetivas, que são biográficas, sejam significativas. Neste sentido

Schutz salienta a importância de compreender as pessoas dentro de seu mundo social.

Através da utilização deste conceito as ações dos sujeitos de pesquisa podem ser

interpretadas através de três tipos “indiretos de abordagem” (SCHUTZ, 1979, p.192). A

primeira delas é colocar-se no lugar do outro e com isto compreender o que passa na

ação de um sujeito quando age; a segunda revela que, a partir de informações sobre as

ações costumeiramente desenvolvidas, as pessoas podem saber como uma outra

procederia naquela situação; a terceira é, a partir da ação em curso, conseguir interpretar

o que está acontecendo na ação desempenhada.

Para demonstrar o que é a intersubjetividade, Alfred Schutz (1974), fazendo uma

análise de Dom Quixote de Cervantes, revela como o protagonista principal, seu fiel

escudeiro Sancho, além de uma série de pessoas que os cercavam formaram uma rede

de significados e valores para os protagonistas que faziam parte da história. Neste texto

o autor afirma que existem diversas ordens da realidade, o que o psicólogo Wiliam James

denominou “subuniversos”, cada uma com um significado específico. Estes subuniversos

são como pequenos mundos, reais ou imaginários, que cada um, a sua maneira, vivencia

como realidade. Nesta obra, Schutz alega que o sistema dos Cavaleiros, do qual Dom

Quixote acredita participar, tem uma lógica que deve ser compreendida não como uma

fantasia, mas como um “ethos” particular, ou seja, um “subuniverso” dos cavaleiros.

O ato de compreensão, afirma Schutz (1979), não pode ser realizado enquanto as

pessoas estão envolvidas nele. Não se consegue fazer uma análise enquanto se age. A

análise

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