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Aristóteles - Biografia/Teorias/Legado

Por:   •  2/6/2016  •  Projeto de pesquisa  •  1.923 Palavras (8 Páginas)  •  654 Visualizações

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  1. Biografia

Nasceu em Estagira – Colônia grega da Trácia -, em 384 a.C. Filho de Nicômaco, médico do rei Amintas III da Macedônia. Aos 17 anos é discípulo de Platão na Academia de Atenas. Aí permanece até a morte do mestre, em 347. Viaja então com vários discípulos e casa-se com a sobrinha do rei Pítias de Atárnea. Ensina já uma filosofia diferente da platônica.

Em 342, convocado por Filipe II da Macedônia para educar seu filho Alexandre – sim, aquele que se tornaria Alexandre o Grande – aceita o cargo. Quando Alexandre inicia suas conquistas, regressa a Atenas onde funda sua escola, num pequeno bosque consagrado a Apolo Lício e às musas. Daí o nome Liceu. Leciona passeando com os alunos, por isso foram chamados de “peripatéticos” (a alameda chamava-se perípatos), amantes do passeio. De manhã ensina metafísica aos iniciados; à tarde leciona retórica, física, etc. a um público mais popular.

Com a morte de Alexandre, há uma virada na política ateniense e vê-se perseguido pelo partido antimacedônico. Não quis – como disse – que Atenas pecasse novamente contra a filosofia, como já o fizera com Anaxágoras e Sócrates, então retirou-se para Cálcis, na Eubéia, que sentava forte influência da Macedônia. Aí faleceu em 322 aos 62 anos.


  1. Exposição das ideias/teorias

  1. Metafísica

Chamada por Aristóteles de filosofia primeira. É o estudo do ente enquanto tal. A Metafísica para ele é uma ciência divina. Se Deus possuísse alguma ciência, seria a Metafísica, pois estudaria a si mesmo como supremo ente.

Afasta-se de seu mestre Platão, afirmando que só o indivíduo é real. Não existem ideias universais na natureza, só no espírito, como resultado de um processo de abstração. Filosofar sobre o indivíduo é estudar:

  • Sua origem – nasce da matéria que é o componente geral de tudo – espécie de tecido sem limites – e da forma que é o recorte, ou a “matéria” cercada por fronteiras. É o ser limitado.
  • Sua componência – constitui-se de substância, que são os elementos indispensáveis para ele ser o que é, enquanto tal, distinto dos outros. Do latim “substare”: o que está sólido, debaixo da casca, debaixo do aparente. É aquilo que possibilita dizer: isto é isto, aquilo é aquilo. Constitui-se igualmente de “acidentes”, que são características existentes no ser, mas não indispensáveis para a existência de sua individualidade, por exemplo, tamanho, cor, formato.
  • Sua causação – que é quádrupla: Causa material, que é aquilo do qual o indivíduo é feito; Causa formal, que dá a espécie do indivíduo; Causa eficiente, que é a força de sua execução; Causa final, que marca o destino de existência.
  • Seu movimento ou transformação – que se firma no par de conceitos: Potência e Ato. Potência é possível, a capacidade de vir a ser. O Ato é a realização, a execução da possibilidade.

  1. Teologia Natural (ou Teodicéia)

O princípio da causalidade prova que Deus existe. Deus é Ato puro, nunca é um vir a ser (potência). Portanto é imóvel. Como Ato puro é perfeito, pois não tem potência que indique incompletude, imperfeição. Como Ato puro, portanto imóvel, não causa o universo.

  1. Estética

 A Estética de Aristóteles está em relação estreita com a psicologia. Estética vem de aisthesis: faculdade de sentir que é presa à alma. O fenômeno-arte está na alma e no objeto. Na alma reside a estesia,  que é o prazer de sentir, e no objeto está a estrutura que põe em ato o prazer de sentir. Desde Platão que se entende por belo o ser, cuja qualidade de estrutura provoca um bem (o bom) para a pessoa (o “belo” e bem se identificam). Existe, pois, uma arte natural produzida pelo belo natural e uma imitativa da natureza, criada pelo homem. É a famosa mímesis aristotélica. Estudando estas formas de criação miméticas no seu tratado A Poética, o estagirita privilegia a poesia. Reserva, igualmente, um papel importante para a tragédia, que, submetendo a alma a vivências intensas, sofridas e desagradáveis, opera a katharsis – forte descarga emocional que purifica e alivia a psiquê.

  1. Psicologia

A alma (psiquê) é o princípio da vida. Vida é a alimentação, o crescimento, e o desgaste de um ser. A vida está na matéria animada, ou seja, corpo (matéria) mais alma (forma) igual a ser vivo. Há três almas: a vegetativa – única nas plantas –; a sensitiva – presente com a vegetativa no animal –; a intelectiva – habitante com as outras duas no ser humano. Esta alma intelectiva é que gera a ideia universal, ou seja, o pensamento.

  1. Ética

É a filosofia do comportamento, da atuação. A atividade é a exteriorização da essência. Toda ação traz implícita ou explícita a sua finalidade. Este fim é a felicidade. A proposta de felicidade está na realização harmoniosa de si. Em termos atuais: no equilíbrio da personalidade. Consegue-se a harmonia pela prática da virtude, que é o meio termo. Por exemplo, a coragem é virtude porque está no meio entre a covardia e a temeridade. O grande princípio ético está entre contemplar e seguir respeitando a natureza genuína e essencial dos entes.

  1. Política

A Política procede da Ética. Como toda atividade visa a um bem, a sociedade como exigência da natureza humana o persegue também. Não é a lei que cria a sociedade, mas o inverso. A comunidade (koinonia) tem em vista um fim: o bem de todos, o bem comum. Aristóteles estuda a origem da sociedade. Sua forma primária é a casa, ou família (oikia); a unidade superior é o agrupamento das famílias: a aldeia (kome); a junção das aldeias consolida a cidade (pólis). A pólis é a comunidade perfeita.

Finalidade da oikia: viver; da kome: viver bem; da pólis: viver excelente. Por conseguinte, o homem é um “animal político”. Sem sociedade só pode existir a besta ou o deus. O Estado – que é a organização da pólis – pode ser regido por uma só pessoa (monarquia), cuja degeneração é a tirania; por um grupo dos melhores (aristocracia), cuja degeneração é a oligarquia plutocrática; por todos os cidadãos (democracia), cuja degeneração é a demagogia. Aristóteles defende um regime misto ou república (politeía), mescla das três formas, por considerar que é o sistema de maior estabilidade e segurança.

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