TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

DILEMAS MORAIS

Por:   •  12/11/2015  •  Monografia  •  1.745 Palavras (7 Páginas)  •  336 Visualizações

Página 1 de 7

Tema e problema: descreva de forma concisa e organizada, as possíveis escolhas apresentadas no dilema moral e demonstre porque ele se configura como um dilema. O tema fala sobre quatro marinheiros ingleses que estavam à deriva em um pequeno bote salva-vidas no Atlântico Sul, e naufragaram durante uma tempestade. Eles tinham apenas duas latas de nabos em conserva e estavam sem água potável. Thomas Dudley era o capitão; Edwin Stephens, o primeiro-oficial; e Edmund Brooks, um marinheiro - "todos homens de excelente caráter", segundo relatos de jornais. O quarto sobrevivente era o taifeiro Richard Parker, de 17 anos. Ele era órfão e fazia sua primeira longa viagem pelo mar. Richard se alistara contra o conselho de amigos, "com o otimismo da ambição juvenil", imaginando que a viagem faria dele um homem. Eles ficaram a deriva por 19 dias, Parker tomou água salgada contrariando o que os demais haviam falado e ficou doente. Dudley sugeriu que alguém morresse para a sobrevivência dos demais. Brooks foi contra a proposta do capitão. Mas Dudley e Stephens mataram o taifeiro, e Brooks participou da divisão do prêmio que durou quatro dias. Na manhã seguinte, o resgate chegou. Os três sobreviventes foram resgatados. Quando voltaram para a Inglaterra, foram presos e levados a julgamento. Brooks foi testemunha da acusação. Dudley e Stephens foram julgados. Eles confessaram espontaneamente que haviam matado e comido Parker. Alegaram que tinham feito isso por necessidade. Diante desse dilema, devemos nos posicionar entre o princípio da Ética do Dever e Ética Utilitarista. Segundo Immanuel Kant, o prussiano considerado um dos últimos grandes filósofos da era moderna, a dor não justifica o suicídio. A dor, diz, caracteriza inclinação. E agir por inclinação é errado, pois não é um simples querer que pode ser universalizado. Tal situação não justifica a prática do suicídio, pois há outras formas de compensar a dor, seja esta física ou psicológica, o suicídio ocorre por alguma fraqueza mental existente na pessoa que o pratica. Mesmo que a vida apresente muitos problemas, a sua dinâmica se dá entre os sentimentos de sofrimento e dor, a prática do suicídio contraria toda a ideia de humanidade. O suicida trata-se como meio simplesmente. A vida é feita de altos e baixos, coisas boas e coisas ruins, cabe a nós termos a capacidade de superar cada etapa ruim. Na medida, que, a ética da vida fosse a favor do suicídio, ela perderia sua própria razão de ser. O homem também é possuidor de instintos, que traz consigo uma luta pela própria sobrevivência. Instintivamente ninguém comete o suicídio. Kant idealiza a proposta: "a razão e na razão

encontramos todas as respostas necessárias para fundamentar a ética.", ou seja, devemos agir pensando que nossos atos possam ser universalizados, agindo pelo imperativo categórico. No imperativo categórico kantiano ele diz: “Age de tal modo que tu passas querer que a tua ação se torne uma lei universal de conduta". Tal imperativo serve de reflexão para fundamentar questões morais, partindo da ideia de quem irá agir adotará um comportamento racional e sincero. No caso citado acima, o capitão adotou um comportamento irracional e imoral, porque, mesmo que o taifeiro fosse o órfão, não deveria tomar o suicídio como uma salvação, embora este estivesse morrendo e doente, porque ele estaria tomando uma atitude egoísta e praticando um suicídio para o seu próprio benefício. Portanto, aquele que toma a vida de um para o beneficio de si mesmo e contradizendo a vontade de um e não podendo universalizar tal atitude, pratica uma ação, mesmo não desejando que ela se torne uma lei universal. O assassino deveria ficar com um peso na consciência, pois segundo Kant, para universalizar, não podemos deliberar e agir a partir de nossas emoções, sentimentos ou desejos porque eles são muito subjetivos, pessoais. Além de agir com os desejos e vontades pessoais, seu dever moral estará sendo pisoteado pela sua própria conduta. Mesmo que o ato seja para a sobrevivência de outros três, é imoral realizar tal conduta, pois ela viola o imperativo categórico, pois ela nos traz a ideia de "faça para os outros aquilo que você gostaria que fizessem com você". Em relação à ética utilitarista, podemos observar que ela visa beneficiar o maior número de pessoas possíveis, ou seja, o nosso agir não deve ser diretamente favorecendo a alguém, deve-se fazer o que é de melhor no coletivo. Deixa-se um pouco de lado se o que eu farei poderá ser "universalizado", e passa a pensar se o ato beneficiará o maior número de pessoas possível. Devemos analisar as consequências de nossos atos, pois geralmente fazemos o que é de melhor, exclusivamente, para nós mesmos, mas devemos pensar se nossas atitudes tiveram finalidade positiva em nossa sociedade, mesmo que não tenha sido exatamente o que queríamos, mas que alcançamos um equilíbrio para que todos fiquem satisfeitos/felizes. Segundo essa teoria, onde há uma mudança para as consequências do ato praticado e não mais a intenção, a atitude do Capitão Dudley foi correta. Partindo do princípio que o jovem Parker era órfão, não teria muito impacto "infeliz" a sua morte. A execução dele foi em benefício a "felicidade" dos demais, já que possibilitou a sobrevivência. Se assim não fosse, se o Capitão não o tivesse matado para servir de alimento, provavelmente os quatro teriam sido encontrados mortos. No texto não menciona se os demais tinham família, mas menciona no caráter dos três Portanto, pelo utilitarismo, a morte de Parker foi a melhor coisa a ser feita naquele momento, Dudley estava correto em sua ação. De acordo com o texto “O Utilitarismo” do Prof. Dr. Keberson Bresolin, o utilitarismo é uma doutrina que visa promover maior felicidade para as pessoas envolvidas na ação. Dentro deste contexto as seguintes afirmações estão necessariamente relacionadas à definição do utilitarismo, são elas: As ações são julgadas certas ou erradas em virtude de sua consequência; Ao avaliar a consequência, a única coisa que importa é a quantidade de felicidade ou infelicidade produzida; A felicidade deve ser promovida de maneira imparcial.

PORQUE SÃO UM DILEMA? O significado de dilema dar- se pela difícil situação na qual é preciso escolher entre duas alternativas contraditórias. Retrata uma ocasião em que qualquer decisão tomada possa evitar um mal que pode causar outros problemas. Na situação tratada acima existe um dilema, onde Dudley desejava matar um para o bem dos outros e Brooks defendia a ideia de que não deveriam fazer sorteio para matar alguém. Segundo o princípio do utilitarismo: limite social

...

Baixar como (para membros premium)  txt (11 Kb)   pdf (52.4 Kb)   docx (14.6 Kb)  
Continuar por mais 6 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com