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Discurso Religioso

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Por:   •  8/3/2015  •  2.063 Palavras (9 Páginas)  •  482 Visualizações

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1. Discurso Religioso

2. O discurso religioso é, indubitavelmente, um interessante produto deinterações verbais no qual o processo de manipulação pode serferramenta importante.

3. Possibilidade de TipologiaDiscursivaInteração Transparência ou OpacidadeO modo com que os interlocutores Trata a questão da Polissemia.se consideram Assim diante desses dois critérios, os discursos podem ser classificados como “Lúdicos, Polêmicos” ou “Autoritários”Polissemia (do grego poli="muitos" e sema="significados"), é o fatode uma determinada palavra ou expressão adquirir um novo sentidoalém de seu sentido original, guardando uma relação de sentido entre elas.

4. Discurso Lúdico • O lúdico caracteriza se por: • Jogo aberto de interlocuções no qual a relação dialógica entre locutor é dinâmica. • Uso de signos com dimensão múltipla. Portanto bastante polissêmico.Exemplo dessa modalidade discursiva é o resultado de umaconversa entre amigos, sem que uma verdade absoluta estejasendo defendida a todo o custo não ocorrendo então ocerceamento dos participantes.

5. Discurso PolemicoNo discurso polemico a relação dialógica entre os interlocutores émais restrita.Os sujeitos envolvidos procuram direcionar seus pontos de visacom o menor grau de interação e polissemia.O discurso que permeia uma consulta medica pode ser umexemplo , uma vez em que a voz do medico “Deve” ser ouvida.Cabendo ao paciente aceita-la por não dominar a linguagem e osprocedimentos médicos.

6. Discurso autoritário• A restrição da relação dialógica entre locutor e interlocutor é muito acentuada, senão completa, oque proporciona a instauração de condições para o exercício da dominação sobre o outro, num quase desaparecimento do “Tu”. O discurso religioso é exemplo de manifestação em que ocorre a predominância do mecanismo do autoritarismo discursivo.

7. • [...] o paroxismo autoritário chega a tal grau de requinte que o eu enunciador não pode não pode ser questionado, visto ou analisado. É ao mesmo tempo o tudo e o nada. A voz Deus plasmar todas as outras vozes, inclusive daquele que fala em seu nome: o pastor.• Valdeci R da Silva

8. O pontocrucial do discursoAutoritario• É o que muitos especialistas chamam (Ex. Orlandi (1987) e outros especialista em ciencia religiosa) Ilusão da reversibilidade.• Enquanto alguns discursos sobre a possibilidade para que haja a troca no processo comunicativo, no discurso religioso essa reversão é muito restrita (ou totalmente impossível), pois quem fala é sempre a voz de Deus por meio de seus representantes devidamente autorizados – O Papa, os padres e os pastores – não havendo, nesse sentido, interação real com o sujeito central do discurso religioso, que é Deus

Orlandi (1996) distingue três tipos de discursos, o discurso lúdico, o discurso polêmico e o discurso autoritário. O critério adotado para a distinção desses discursos é a relação entre o referente (objeto do discurso) e os interlocutores (locutor e ouvinte). Diz ainda Orlandi, que:

Nesse sentido, podemos caracterizar os três tipos de discursos da seguinte maneira: o discurso lúdico é aquele em que o seu objeto se mantém presente enquanto tal e os interlocutores se expõem a essa presença, resultando disso o que chamaríamos de polissemia aberta. O discurso polêmico mantém a presença do seu objeto, sendo que os participantes não se expõem, mas ao contrário, procuram dominar o seu referente, dando-lhe uma direção, indicando perspectivas particularizantes pelas quais se olha e se o diz, o que resulta na polissemia controlada. No discurso autoritário, o referente está ausente, oculto pelo dizer; não há interlocutores, mas um agente exclusivo, o que resulta na polissemia contida. (ORLANDI, 1996: 15)

E nessa distinção é fundamental a noção de reversibilidade. Diz ainda a autora que, pela noção de reversibilidade, não se pode fixar o locutor no lugar do locutor e o ouvinte no lugar do ouvinte. Daí, que ao serem afetados pelo simbólico da língua, eles podem perfeitamente transpor o seu lugar de origem.

Quanto à dinâmica própria a cada discurso a partir da noção de reversibilidade podemos dizer, tomando as palavras de Orlandi (1996), que o polêmico a realiza sob certas condições, o lúdico pode suspendê-la e o autoritário busca anular essa possibilidade. No discurso autoritário, o ouvinte e o locutor são de tal forma capturados pela palavra que a reversibilidade é estancada. Como tipos de discursos autoritários temos o discurso pedagógico e o discurso religioso.

Como podemos observar, todos os tipos de discursos propostos possuem como parâmetro a noção de reversibilidade e, como diz Orlandi (1996: 240), “Em se tratando do discurso autoritário, gostaríamos de observar que, embora não haja reversibilidade de fato, é a ilusão da reversibilidade que sustenta esse discurso”.

O objeto desse artigo, o discurso religioso, busca estancar a polissemia, impedindo a reversibilidade. Impedir a reversibilidade é, como foi dito, congelar o locutor no lugar que lhe é de direito, e congelar o ouvinte, também, no lugar que lhe é de direito e dever.

Althusser (2001) afirma que Deus interpela seu sujeito em sujeito cristão e que, portanto, se existe uma multidão de sujeitos cristãos é porque existe o todo poderoso (Deus) que assujeitou indivíduos livres em sujeitos cristãos.

O autor afirma ainda que o sujeito único e absoluto (Deus) é distinto dos sujeitos interpelados e que o discurso religioso é aquele em que fala a voz de Deus. A voz do padre, do pastor ou pregador é a voz de Deus. Daí termos os “representantes de Deus na terra” como seus interlocutores-interpelados. Apaga-se, desse modo, qualquer possibilidade de um sujeito-leitor (das escrituras).

Orlandi (1996: 245) nos diz que:

O discurso religioso não apresenta nenhuma autonomia, isto é, o representante da voz de Deus não pode modificá-lo de forma alguma (...) Há regras estritas no procedimento com que o representante se apropria da voz de Deus: a relação do representante com a voz de Deus, é regulada pelo texto sagrado, pela igreja e pelas cerimônias.

Tomando o discurso como materialidade ideológica cujo objetivo é capturar o indivíduo livre e assujeitá-lo a um poder superior, pode-se afirmar que o indivíduo livre é interpelado por Deus para que livremente aceite sua coerção a um poder superior (ele próprio, Deus, é o poder superior), conforme escreve Orlandi (1996).

Para entender melhor esse processo discursivo que impede a reversibilidade é fundamental a distinção

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