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Do enraizamento ao desenraizamento do amor e as necessidades humanas, em Simone Weil

Por:   •  24/11/2017  •  Artigo  •  2.963 Palavras (12 Páginas)  •  547 Visualizações

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“DO ENRAIZAMENTO AO DESENRAIZAMENTO DO AMOR E AS NECESSIDADES HUMANAS, EM SIMONE WEIL”.

Gildasio Trindade Dutra[1]

(Léonardo[2]…)

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Resumo

A partir das reflexões e intuições da filósofa Francesa, Simone Weil (1909-1943), percebemos seu pensamento o presente da contemporaneidade dos dias atuais, no que se refere as necessidades humana, que vai da raiz da concretude de tudo que o cristianismo ensina, que é a vivência do amor mútuo, ao nascedouro do desenraizamento de tudo que torna as pessoas “ausentes” em uma sociedade que é alheia as suas necessidades, insensíveis as suas realidades de miséria e pobres de amor na prática. Seu pensamento também ajuda-nos a entender por que já mais as carências humanas serão supridas, sem antes as pessoas experiênciar o amor revelador de Deus. Notamos que a filosofia lhe servia de reflexão e como um modo de expressão, ou seja, colocar para fora, consideradas por ela, as verdades do sofrimento alma. É evidente a preocupação em seu discurso sobre o desenraizamento social e humanístico, e também as necessidade humana de atenção. Simone Weil, com seu pensamento mística parece-nos que enxergara um futuro muito próximo a nós, porém é com essa racionalidade que a filosofia enxerga realidade.    

Palavra-chave: Enraizamento. Desenraizamento. Reflexão. Filosofia. Amor 

Introdução

Simone Weil foi uma profunda conhecedora da filosofia, ela soube interpretar e captar a essência e a mensagem que a reflexão filosófica provocaria no mundo. A filosofia lhe servia de reflexão alusiva e como um modo de vida para ela. Sua filosofia era toda voltada para a humanidade das pessoas feita com doses de mística, críticas e intuições que era muito presente em seu discurso sobre o desenraizamento e as necessidades das pessoas, sobre tudo o amor. Ela procura dar importância as questões ligadas a atual situação das pessoas e refletia, sempre relacionando a vida com a espiritualidade. “A extrema importância atual desse problema resulta de que está se tornando urgente remediar o divórcio, que existe há vinte séculos e continua se agravando entre a civilização profana e a espiritualidade nos territórios cristãos”. (WEIL, 2016, p, 12).

A filósofa nasceu em Paris no dia 3 de fevereiro de 1909 e de família de origem judaica. Ela lutou na guerra civil Espanhola, ao lado dos republicanos, e na Resistencia Francesa, em Londres. Acometida de tuberculose, não teria admitido se alimentar além da ração diária permitida pelos soldados, nos campos de batalha, com a progressiva deterioração de seu estado de saúde, em estado de desnutrição, faleceu poucos dias depois de seu internamento hospitalar.

As reflexões e os exemplos de vida de Simone Weil que vai do enraizamento ao desenraizamento das necessidades do homem, confrontados com a problemática da relação da ausência do amor nas pessoas, pelas pessoas, constituem sem dúvida um desafio e serve de convite permanente para uma reflexão e para a ação. É com esse pensamento presente na vida da filosofa que objetivamos estudar o tema: “Do enraizamento ao desenraizamento do amor  e as necessidades humanas, em Simone Weil”.

Observa-se que seguindo uma linha de pensamento acerca de toda problemática já prevista pela filósofa, está veiculada na estrutura de religião que prega o enraizamento do amor revelador de Deus pelas pessoas e fonte de todas as necessidades humanas. “O amor de Deus é a única fonte de todas as certezas” (WEIL, 2006.  p, 87). Voltando nossos olhos para os dias de hoje, de que forma podemos vivenciar a ausência das necessidades humanas, sobretudo o desenraizamento do amor na sociedade.

Considerando que ao impor a partir das críticas e intuições de Simone Weil, a presença reveladora de Deus na humanidade que tem como base a raiz do amor, e fazer alguns apontamentos no cenário atual da sociedade e tentar chegar em uma explicação de porque o pensamento da filósofa é tão presente na sociedade e no mundo.

Contudo, o princípio da reflexão de Simone Weil sobre o desenraizamento do homem, deve alcançar em nós uma visão positiva diretamente filosófico para identificar como as pessoas estão lidando com essa reprodução desarmoniosa do ápice da crise humana. Para o filósofa, essa reflexão deve servir de pano de fundo para que a crítica filosófica projete nas pessoas que um dos motivos do desenraizamento no mundo, é a falta de amor entre as pessoas. Por fim, não obstante é também uma das metas desse trabalho mostrar que uma das responsabilidades do filósofo é apontar as necessidades do homem, mas ter consciência desses percalços na prática.

O pensamento de Simone Weil na atualidade

Tal como eram os pensamentos de Simone Weil, no trato humano, em sua curta trajetória de vida, são também nos dias de hoje. Eles são ensinados, ou pelo menos deveriam, por se tratar exatamente daquilo que a filósofa já vivia. Na prática, enraizar é dar importância Cristã, valor humano. Aqui não falamos somente na vertente espiritual, mas também nas relações.

Cada vez mais vivemos vidas baseadas em tecnologias, preocupados com estáticas, computadores e tudo mais que nos alheia muito do que passa a nossa volta. É fundamental que, regularmente, voltemos a terra e este voltar dá-se com a meditação e com o enraizamento. O enraizamento permite o controle, a recarga de energia fundamental para o nosso bem-estar. Assim, podemos nos observar e observar quem está ao nosso lado, com suas alegrias ou tristezas, agindo assim estaremos em contato com as energias alheias. 

Diante disso, as reflexões que fazemos nos mantém enraizados o tempo todo com algo ou alguém, ou seja, sempre estaremos em contado com as pessoas ou aquilo que as envolvem. Exemplo disse foi a vida de Simone Weil e a respeito dessa categoria do enraizamento e também do desenraizamento, confrontados com a problemática da relação do homem com o homem e do homem com suas práticas, constituem sem dúvida um desafio e um convite permanentes para a meditação e para a ação. Pois não amamos aquilo que não conhecemos, e não conhecendo consequentemente, não amamos!   Em um dos textos intitulado “Pensamentos desordenados, acerca do amor de Deus”, reflete Simone Weil:

             Há uma pergunta que carece totalmente de qualquer significação - e como tal, de toda resposta - que normalmente nunca nos formulamos, mas que na desgraça a alma não pode evitar de fazê-la com a monótona continuidade de um gemido. Esta pergunta é: por quê? Por que as coisas são assim? O desditoso a formula ingenuamente aos homens, ás coisas, a Deus -  mesmo que não creia Nele, a qualquer um. Por que é necessário que ele não tenha nada o que comer ou que esteja esgotado pela fadiga ou pelos tratamentos brutais, que esteja prestes a ser fuzilado, ou que esteja enfermo ou no cárcere? Se lhe forem explicadas as causas da situação em que se encontra -  o que raramente é possível, devido á complicação dos mecanismos que intervêm - isso não será para ele uma resposta. Com efeito, sua pergunta “por quê” não significa por que causa, e sim com que finalidade? E naturalmente não é possível explicar-lhe os fins, salvo que se invoquem fins fictícios, mas isso não seria correto (WEIL, 1991, p.103).

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