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Por:   •  25/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.927 Palavras (8 Páginas)  •  279 Visualizações

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Capitulo 24: A linguagem como substituto da ação.

1. Leibniz: a ressonância emocional como origem da linguagem.

Hipóstase: União do verbo com a natureza divina.

[pic 1]

        Gottfried Wilhelm von Leibniz (01/071646-14/11/1716)foi um filósofo, cientista, matemático, diplomata e bibliotecário alemão.

        Do ponto de vista da reflexão (o reflexo da ação), a linguagem parece uma simples manifestação do pensamento, uma idéia ou um “sinal” de alguma coisa, este conceito surgiu na idade moderna quando a partir de Descartes, a essência do homem foi colocada na auto-suficiência da sua consciência.

        Mas, justamente na idade moderna, anuncia-se através das concepções de Leibniz uma nova concepção de que a palavra faz o seu aparecimento comoreflexo do conceito, sua mera manifestação externa, com valor puramente instrumental, ou seja, usada no momento em que é mais oportuno ou apropriado.

        Em seguida descobrimos que a linguagem é a resposta que o homem da as coisas, basicamente a resposta emotiva provocada no homem pelo encontro com as coisas.Nada disso ocorre com os animais , por que este não se encontra jamais com as “coisas”, sendo apenas movidos pelo instinto.

        O encontro do homem com as coisas é acompanhado de uma ressonância emocional e a partir dela Leibniz pode dizer: “A harmonia dos sons com os sentimentos suscitados pela visão das coisas constitui a origem natural da linguagem”.

        A linguagem é ação em que se expressa a abertura ao mundo e, nessa abertura, a reação do homem diante das coisas do mundo.        Sendo a psique nada mais que a resposta do homem ao mundo. De fato sóinterrogando o mundo, é possível obterrespostas que, ligadas entre si, constituem a sua visão do mundo e por isso a diversidade das línguas não é uma diversidade de sons e de sinais, mas das próprias visões de mundo.

2. Humboldt: a linguagem como mundo intermediário.

[pic 2]

        Friedrich Wilhelm Heinrich Alexander von Humboldt, o barão de Humboldt,(14/09/1769-06/05/1859),mais conhecido como Alexander von Humboldt, foi um geógrafo, naturalista e explorador alemão.

        Através da linguagem cria-se uma harmonia entre homem e natureza que no animal, é garantida pelo instinto, e o modo como “compensa” a harmonia quebrada entre homem e natureza, garantindo a correspondência entre ser e representação, isso é explicado por Humboldt que escreve:

“linguagem é, ao mesmo tempo, reprodução e sinal, não inteiramente produzida pela impressão dos objetos nem inteiramente produzida pelo arbítrio dos falantes”

Atraves de Humboldt a linguagem é colocada no meio, entre homem e mundo, para uma melhor explicação pode-se dizer que a linguagem aparece como aquele médium pelo qual, para usar a metáfora heideggeriana, o ser se anuncia (Wort) ao homem, e o homem corresponde (Ant-wort) ao ser, em que “homem” e “ser” (na linguagem psicológica, “interioridade” e “exterioridade”) se constituem no seio da relação como seus momentos.

        Assim a linguagem resolve o dualismo cartesiano entre homem e mundo, por que como escreve Humboldt:

        “a linguagem se situa entre o universo e o homem: ela nos representa o primeiro (o universo), mas ao modo do outro (o homem).”

        Através disso conclui-se que o mundo objetivo só pode ser encontrado por meio do mundo linguístico, ou seja, encontro com as coisas do mundo jamais ocorre sem a mediação cultural e linguística.

        

Conclusão de Humboldt:

        O homem se cerca de um mundo de sons de modo a assumir em si e elaborar o mundo dos objetos [...] Ele vive principalmente com os objetos; ou melhor, o sentir e o agir dependem, nele, das representações ou, ate mesmo, exclusivamente de como os expressa por meio da língua.

3. Gehlen: a ressonância da linguagem como principio da sua autonomia.

[pic 3]

        Arnold Gehlen(29/01/1904-30/01/1976),filosofo e sociólogo Alemão.

        Quando provocado pelo encontro com as coisas do mundo o som ecoa, no sentido de que é “autopercebido”, “recomunicado” a quem o expressa, esse som, que é reação à surpresa do mundo, no momento em que é autopercebido se torna ação que influi sobre o sujeito independente da surpresa do mundo. Enquanto ação, da qual sente ser a causa, o som pode ser repetido à vontade e com isso, ficar livre do vinculo do mundo.

Isso é denominado como uma atividade autopercebida, em que o som enviado é, ao mesmo tempo, a solicitação a repeti-lo, presente na autopercepção da própria atividade, e essa atividade desemboca num som reouvido, que desse modo constitui um novo estimulo.

O som se autonomiza da presença do mundo.

        Entrando novamente a questão dos animais, o animal quando sente o perigo, pode emitir um sinal de advertência, mas esse sinal não se autonomiza da situação e por isso nenhum animal o reproduzirá num contexto que o perigo inexiste. De fato, no animal a linguagem não nomeia a “ausência”, portanto não “reevoca”, não “lembra”, por que o animal não consegue se libertar dos seus instintos, já no caso do homem o som ouvido, é reproduzível independente da pressão da situação inaugura, por que se pode constatar no balbucio infantil, em que a criança, descobrindo-se “causa” de sons emitidos e reouvidos, brinca com a sua repetição, ate que o som seja acolhido pelo outro e restituído como ação que teve sucesso.

        O som nada mais é do que o sinal das coisas, tanto das coisas fora de nós (som que nomeia) quanto das coisas dento de nós (som que exprime, dessa forma, o interior nada mais é a ressonância emotiva suscitada pelo encontro com o mundo externo, o som que nomeia (as coisas do mundo) e o som que exprime (a sua ressonância em nós) são a mesma coisa.

Duas faces do mesmo evento.

4. Leibniz: a linguagem como exoneração da ação

        O som linguístico exonera o ser humano da imediatez da situação afetiva e ativa, substituindo-as pela possibilidade de evocar o som como desejar, nisso podemos ver a primeira raiz da liberdade humana, comparada com a constrição animal.

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