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FILOSOFIA POLÍTICA NA ANTIGA GRÉCIA

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Por:   •  21/1/2014  •  1.632 Palavras (7 Páginas)  •  651 Visualizações

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1.A FILOSOFIA POLÍTICA NA ANTIGA GRÉCIA

1.1.O período mítico na Grécia Antiga

Quando uma sociedade é demasiadamente simples e o grau de racionalidade de seus membros é pequeno, os indivíduos buscam as respostas acerca do mundo e da natureza em entidades sobrenaturais e metafísicas. Essas explicações vão se reunindo ao longo do tempo, e dessa maneira vão surgindo os Mitos, segundo os quais o governo da humanidade está ligado à vontade dos deuses.

O discurso do mito se estende a todas as atividades desempenhadas pelo indivíduo, desde o seu nascimento, até a sua morte. Nesse mundo mítico, nada é natural: ao contrário, tudo é sagrado, e independe da vontade do ser, já que todo o seu destino é previamente traçado pelos deuses, e deles depende. Cabe, portanto, a esse estado de sacralização determinar quais ritos, leis e princípios normativos todos devem acatar, se quiserem estar em conformidade com a vontade dos deuses.

O mito é, assim, determinista e trágico, absolutamente pessimista, uma vez que os indivíduos não têm controle sobre seu próprio destino: a determinação deste, cabe aos deuses.

Foi nessa ordem de idéias que o mito foi o primeiro modelo de construção da realidade, na Antiga Grécia. Ele teve como função precípua, além de explicar a própria realidade, acomodar, tranqüilizar, apaziguar o indivíduo diante de um mundo tão assustador.

1.2. A transição para a Democracia Ateniense

Com o passar do tempo, entretanto, as sociedades gregas começaram a se desenvolver, e suas relações tornara-me mais complexas. Os gregos conquistaram os mares e expandiram seu comércio para outros locais, sendo remontado a esse período a criação da moeda. O contato com sociedades e culturas diferentes, levou os gregos à observação de que, em cada local, os indivíduos apreendiam e explicavam a realidade de formas diferentes. O mito, nesse momento, já não explica a realidade satisfatoriamente.

Aliado a isso, o progresso tecnológico alcançado pelos gregos os levou a superar algumas das limitações que outrora lhe impunha a natureza, fazendo com que os indivíduos fossem, aos poucos, perdendo o “medo” dos deuses.

Além disso, a crescente complexidade da organização social, trouxe em seu bojo uma série de conflitos interpessoais, para os quais a lei dos deuses já não apresentava solução. Surgiram, assim, as primeiras leis que visavam a regulamentação das relações na cidade, e deu-se o início do processo de substituição das leis divinas pelas leis humanas.

O grego inventou, assim, a sua própria cidade, em detrimento da cidade dos deuses: surgia a polis.

(…) O pensamento racional actua como material explosivo já neste primeiro estádio. As mais antigas autoridades perdem o seu valor. Só é verdade o que “eu” posso explicar por razões concludentes, aquilo que o “meu” pensamento consegue justificar perante si próprio. (…) Sem embargo, realiza-se com o aparecimento do eu racional a superação do individualismo mais rica de consequências: surge o conceito de verdade, o novo conceito duma validade universal no fluir dos fenómenos, perante a qual se tem de curvar todo o arbitrário.

1.3. A Democracia Ateniense

A “invenção” da polis foi uma conseqüência direta da “descoberta” da racionalidade pelos gregos. À medida em que os indivíduos a foram dominando, os deuses foram saindo do centro do poder, entrando em seu lugar as Leis, convencionadas pelos cidadãos.

A partir daquele momento, a condução das ações dos governantes passaram a ser debatidas na agora (mercado, localizado no centro da cidade). O poder de mando, portanto, não se concentrava mais na força; detinha o poder não quem tivesse armas, e sim quem possuísse o domínio da palavra.

O que implica o sistema da polis é primeiramente uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos os outros instrumentos de poder. Torna-se o instrumento por excelência, a chave de toda autoridade no Estado, o meio de comando e de domínio sobre outrem.(…)Uma segunda característica da polis é o cunho de plena publicidade dada às manifestações mais importantes da vida social. (…) Tornando-se elementos de uma cultura comum, os conhecimentos, os valores, as técnicas mentais são levadas à praça pública, sujeitos à crítica e à controvérsia. Não são mais conservados, como garantia de poder, no recesso de tradições familiares; sua publicação motivará exegeses, interpretações diversas, oposições, debates apaixonados. Doravante, a discussão, a argumentação, a polêmica tornam-se as regras do jogo intelectual, assim como do jogo político.

No bojo dessas transformações, uma outra movimentação ocorreu, dessa vez em termos migratórios. No intuito de ter liberdade para expor suas idéias, os grandes matemáticos, arquitetos, artistas e pensadores dirigiram-se para Atenas, que se tornava um grande centro de cultura, fundado na liberdade de expressão e na condução coletiva dos negócios públicos. Dentre esses pensadores, estava um grupo de “professores de oratória”, que eram pagos pelos atenienses mais abastados para ensiná-los a apresentar e defender suas idéias na Assembléia. Esses professores foram chamados de sofistas.

(…) Como todos

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