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Filosofia do conhecimento

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Por:   •  5/4/2014  •  Seminário  •  826 Palavras (4 Páginas)  •  446 Visualizações

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Introdução

1A Filosofia do Conhecimento constitui, indubitavelmente, o centro de toda a obra de Francisco Vieira de Almeida (1888-1962), professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa de 1915 a 1958, a quem coube, enquanto catedrático de Lógica, introduzir os estudos de lógica formal em Portugal, tema a cujos prolegómenos dedicou, especificamente, Lógica Elementar (1943). Uma tal evidência para quem se aproxima da obra acaba por gerar uma séria perplexidade, nomeadamente, quando o leitor se apercebe de que nunca encontra uma explanação sistemática suficiente do que fosse esse âmbito da filosofia para o autor, nem um tratamento circunstanciado dos temas que, tradicionalmente, nele se integram. Mesmo os segmentos textuais que figuram sob o intitulado de «teoria do conhecimento», como o capítulo VII da sua muito divulgada Introdução à Filosofia, publicada em 1943, mais não são do que enunciados de perspectivas e de problemas (idealismo versus realismo; empirismo versus racionalismo…), passados pelo crivo da análise crítica do autor, que, por pouco, não se esgotam nesse exercício negativo de cariz manifestamente pedagógico.

2 OFII, p. 491.

2Explicação parcial para o caso deste livro encontra-se no seu carácter propedêutico, várias vezes marcado pelo filósofo, que supõe quer o didactismo, quer o traçado panorâmico. Claro está que esta demarcação não resolve o paradoxo, sobretudo quando se nos depara idêntica prática em obras que visam expor o seu pensamento próprio. Suspeite-se de uma certa dispersão, dando continuidade à marca paradigmática que julgou poder detectar numa das tendências principais do pensamento nacional2, ou suponha-se determinante a distinção entre teoria do conhecimento, circunscrita a uma versão sistemática dos problemas, e filosofia do conhecimento, atitude filosófica de problematização infinita, a prevalência de uma tal dinâmica só pode, ao que cremos, significar, por um lado, a característica do filosofar tal como o concebeu e praticou Vieira de Almeida, e, por outro, a total coincidência entre essa intencionalidade e a prática de uma filosofia do conhecimento.

3Com efeito, o que cabe, antes de mais entender, é que, para o autor, a filosofia do conhecimento não constitui um campo particular de reflexão filosófica, menos ainda uma disciplina desse saber, mas configura o modo como a filosofia pode e deve ser exercida na contemporaneidade. Esta suposição interpretativa, que a sequência do nosso texto será chamada a confirmar, de que a dominância da filosofia do conhecimento implique a sua validação como ética do filosofar, para cá, portanto, do conjunto de teses que corresponderia à unidade de uma filosofia, determinou que optássemos pela tentativa de reconstituir essa pragmática, tal como ela ocorre naquela que é considerada a sua obra de maturação, Pontos de Referência, a qual, por sua vez, poderá ser revertida para a produção anterior.

I.

4Inicialmente publicada, a partir de 1951, na Revista Filosófica de Coimbra, surge pela primeira vez como livro em 1961 e integra o terceiro tomo das Obras Filosóficas do autor, editadas em 1988 pela Fundação Calouste Gulbenkian. Trata-se de uma das obras fundamentais da produção filosófica nacional no século XX que continua à espera de estudo condigno. Constituída por um prefácio e seis capítulos,

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