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Iniciação Esportiva

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Por:   •  30/9/2014  •  1.533 Palavras (7 Páginas)  •  621 Visualizações

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Problemas relacionados à Iniciação Esportiva na infância

As brincadeiras e os jogos são uma constante na vida das crianças, independentemente de gênero, cor, nível sócio-econômico e ou outro fator de classificação ou referência. Essas atividades são vitais para o processo de crescimento e desenvolvimento harmonioso das crianças, sejam eles motores, físicos ou psicológicos. Entretanto, com o passar dos anos essas atividades têm se restringido a estímulos artificiais e com tempo marcado, diferentemente do que ocorria há algum tempo quando a liberdade de espaço e lugar era maior e o tempo das crianças era menos ocupado com afazeres de estudos e/ou trabalho. A liberdade vivenciada pelas crianças e a ocupação desse tempo pelos jogos e brincadeiras, propiciavam uma estimulação motora e cognitiva com amplitude significativa, o que favorecia sobremaneira uma futura participação em atividades de exigência mais complexa nesses domínios. Quando as crianças jogam também estão aprendendo, quando transformam os jogos e as atividades conforme o momento que estão vivendo, de acordo a situação, estão elaborando informação, pensando, aplicando processos perceptivos, tomando decisões, ou seja, relacionam: cognição e ação, ou ação e cognição

A INICIAÇÃO ESPORTIVA E A ESPECIALIZAÇÃO PRECOCE À LUZ DA TEORIA DA COMPLEXIDADE – NOTAS INTRODUTÓRIAS (RAMOS; NEVES, 2008)

O termo iniciação esportiva é conhecido mundialmente como um processo cronológico no transcurso do qual um sujeito toma contato com novas experiências regradas sobre uma atividade físico-esportiva. Nos estudos de Piaget (1980), o autor afirma que a criança, em um ambiente competitivo precoce, confunde as regras com objetivos por causa do seu realismo e por seu egocentrismo. Defende ainda, que o esporte coletivo exerce fascínio nas crianças muito mais pelo prazer da atividade (vivência) e pela coletividade do que pela competição. Almeida (2005) defende que a iniciação esportiva deve ser dividida em três estágios. O primeiro deles, chamado de iniciação desportiva propriamente dita, ocorre entre oito e nove anos. Nessa fase, o objetivo do treinamento é a aquisição de habilidades motoras e destrezas específicas e globais, realizadas através de formas básicas de movimentos e de jogos pré-desportivos.

Entre 10 e 11 anos de idade, fase do aperfeiçoamento desportivo, a criança já experimenta e participa plenamente de ações baseadas na cooperação e colaboração. Na terceira e última etapa proposta por Almeida (2005), chamada de introdução ao treinamento, a criança entre 12 e 13 anos alcança um significativo desenvolvimento da sua capacidade intelectual e física. Já Pinni e Carazzatto (apud SANTANA, 2005) preconizam que a iniciação esportiva da criança deve obedecer a duas fases distintas: geral e especializada. Na iniciação geral, dos dois aos 12 anos de idade, o objetivo maior é a formação, a preparação do organismo e esforços posteriores, o desenvolvimento das qualidades físicas básicas e o contato com os fundamentos das diversas modalidades. Não deve haver uma preocupação centralizada na competição esportiva. Na fase seguinte, entre 12 e 14 anos, o adolescente é orientado para a especialização esportiva. A especialização precoce é entendida por Kunz (1994) como um processo que acontece quando crianças são introduzidas antes da fase pubertária a um treinamento planejado e organizado em longo prazo, e que se efetiva em um mínimo de três sessões semanais, com o objetivo do gradual aumento do rendimento, além, de participação periódica em competições esportivas. Para Añó (1997), a especialização precoce define a prática intensa, sistematizada e regular de crianças e jovens antes das idades consideradas normais, como resultado da aplicação de sistemas de treinos não adequados, ou a utilização literal dos sistemas de treinos dos adultos em crianças ou jovens. As possíveis conseqüências de se especializar a criança precocemente estão diretamente ligadas ao fato de se adotar, por longo período de tempo, uma metodologia incompatível com as características, interesses e necessidades dela. Logo, os possíveis efeitos podem não se manifestar diretamente, mas no decorrer de temporadas (SANTANA, 2005). A respeito disso, Kunz (1994) diz que os maiores problemas que um treinamento especializado precoce provoca sobre a vida da criança e especialmente seu futuro, após encerrar a carreira esportiva, podem ser enumerados como:

formação escolar deficiente, devido a grande exigência em acompanhar com êxito a carreira esportiva;

a unilateralização de um desenvolvimento que deveria ser plural, e

reduzida participação em atividades, brincadeiras e jogos do mundo infantil, indispensáveis para o desenvolvimento da personalidade na infância.

Santana (2005) acrescenta mais alguns riscos da especialização precoce na criança:

estresse de competição: que se caracteriza por um sentimento de medo e insegurança, causado principalmente por conflitos oriundos de uma prática excessivamente competitiva. A criança, neste caso, tem medo de errar, sente-se insegura e com a auto-estima ameaçada;

saturação esportiva: que se manifesta quando a criança apresenta sinais de desânimo (enjôo) e desinteresse em continuar a prática do esporte. Sente-se, assim porque o praticou em excesso e quer abandoná-lo, e;

lesões: que advêm, principalmente, pela prática em excesso e inadequada para a faixa etária.

A iniciação esportiva é um marco na vida do ser humano. Moreira (2003) diz que dependendo desse primeiro contato, um simples empurrão na piscina, por exemplo, pode levar a traumas, assim como uma base motora construída satisfatoriamente pode gerar segurança.

A iniciação deve possibilitar estímulos diversificados tanto em nível de ambiente quanto no tocante aos movimentos diversificados, em contraposição à especialização precoce que não é necessária na vida da criança. E isso aproxima, cada vez mais, da perspectiva da complexidade.

No entanto, a confusão está no entendimento e na diferenciação de iniciação esportiva e especialização esportiva precoce, sendo a primeira importante desde a mais tenra idade e a segunda, no mínimo, duvidosa quanto à sua eficiência. Assim, o futuro esportivo da criança depende, em grande parte, desse entendimento para o êxito na sua vida

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