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Introdução a Prática Filosófica

Por:   •  20/5/2018  •  Resenha  •  3.132 Palavras (13 Páginas)  •  173 Visualizações

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Universidade de Brasília

Departamento de Filosofia

Introdução a Prática Filosófica

Eduardo Alves do Prado Reis

09/0111494

Brasília

2015

        Desde o início do pensamento filosófico, séculos VI e VII a.C., quando nada antes havia a respeito de uma visão científica, até tempos após a Revolução Francesa, que de mãos dadas com o Iluminismo ou a aufklärung, a filosofia caminhou e guiou uma nova forma de cultura humana. Eis que após muitos anos de construção do pensamento científico, chegou-se em um obstáculo nunca antes vivido pelo filósofo, a crise do objeto de estudo do filósofo.

        Tomemos então a metáfora de Rubens Rodrigues Torres Filho, “a arma com que o filósofo são à caça de seu saber, vê-la voltada, agora, contra o próprio folósofo, leva a pensar que chegamos afinal, ao dia da caça [...]”. Chegamos que o filósofo deve se colocar como o objeto do seu próprio estudo. Questões antes não necessárias agora precisam de respostas para guiar o papel do filósofo no que tange ao futuro da cultura humana. Mas antes de atentar para o resultado que é almejado é preciso também buscar observar o por que de tal crise a aufklärung.

        No momento em que se chega a esse questionamento deve se olhar então para o se tornou a filosofia até então. Então que se chega a visão do que existe de filósofo em seu contexto. Temos que não se encontra mais a definição antiga de filosofia com o “philosophoi”, aquele que possui afeto pela sabedoria, e não propriamente o “sophoi”, o sábio. Nesse embate com a realidade em que se encontra o “caçador” e agora também “caça”, questiona-se o que existe de filósofo no momento e qual o real papel dele para o cumprimento do dever filisófico? Pois se não mais o filósofo é o amigo do saber, ele se tornou apenas estudante de filosofia? E os outros estudiosos que assumiram por sua vez, ciências humanas, naturais e exatas como objeto de estudo, serão o “novo” sentido da palavra filosofia?

        Tomados pelo mesmo sentimento de quando os primeiros filósofos se permitiram cair no mar sem fim do questionamento que não busca por fim uma mera lei que dita a “regra” da natureza, mas aos mais profundos não saberes humanos, a filosofia chega que é preciso então mudar a forma de ver a identidade antiga e partir para o seu lugar como ciência.

        Assim, como necessário em qualquer questão tratada por filosofia, a nova tendência para o caminho a ser percorrido é como sempre o ponto mais livre de tendências falsamente tratadas como verdade, que é o problema das outras ciências humanas, naturais e exatas caminharem isoladas da filosofia, portando é possível agora iniciar uma ideia do que será e que papel irá compreender a filosofia para o desenvolver da humanidade.

        E como já foi idealizada, a filosofia é então não apenas como as outras ciências estudadas que deve tem sua formalidade, mas por se tratar da ciência mais pura, que em teoria não deveria ser nem mesmo ser influenciada por motivos de modelo econômico em contexto. Para tanto é sabido então que o filosofo assume o fardo maior que o cientista que tem compromisso apenas com a sua verdade da sua ciência como objeto de estudo, mas tem então o papel de ver por fora da “bolha” científica que se vangloria de ter as melhores decisões exatas.

        Como então a filosofia tomará a sua forma de ciência? Sendo ela tão formal quantas todas as ramificações do conhecimento científico, têm-se ferramentas específicas para a melhor forma de ler e interpretar um texto filosófico. A leitura estruturada é de grande importância para se simplificar o ensino de filosofia. Essa formalidade na escrita filosófica proveniente da necessidade de ser não apenas ideias jogadas em um texto, muitas vezes confundidas durante a história e que inclusive é necessário se lembrar de que a filosofia nunca foi uma ciência fácil de ser absorvida pelo senso comum. Enquanto a filosofia vem para questionar o homem aos maiores mistérios capaz de assombrar ou iluminar a sanidade, é possível perceber com grande presença nos caminhos da sociedade os conservadores, que são facilmente reconhecidos por serem detentores das tradições inquestionáveis, ou seja, são verdadeiras fortalezas afim de amenizar a “onda” causada pelos filósofos e suas ideias livres do medo conviver com a dúvida. Para então é preciso que a filosofia não permaneça apenas no âmbito dos “conhecedores” das ideias dos filósofos antigos. Verdadeiros sábios, mas incapazes de filosofar.

        E se então o filósofo deve ser treinado em ler e interpretar textos filosóficos através da leitura estrutural, e a partir disso ele se torna leitor escravo do autor? O “ser” filósofo está retornando ao momento tratado anteriormente em que foi considerado apenas como um sábio e não mais o amigo do saber? Não, absolutamente o fato de formalmente o filósofo passar pela necessidade de se tornar uma ciência com um objeto de estudo e ter uma estrutura formal, não limita a atividade em se suprir de sabedorias de terceiros. O ser filósofo na verdade nunca deveria ter deixado essa definição e a dificuldade de divulgação do conhecimento também é culpa disso, o que torna essa discussão mais importante para o futuro do conhecimento humano.

        Outro papel importante da leitura estrutural é não permitir que o estudo de filosofia se torne superficial demais, ensinar filosofia até mesmo para quem se propõe pode não ser uma boa experiência em alguns casos, pois a falta de entendimento do que está sendo passado, as vezes não por mera culpa do texto que se faz difícil demasiado, caso também previsto para aqueles que possuem “espirito juvenil”. Mas o que é interessante da proposta da leitura estrutural é que para esses casos de falta de maturidade de conhecimento prévio, pois como se trata de um método de estudo baseado em alta atenção e seccionado dentre etapas, afim de formular todo um contexto sólido sobre o qual a ideia será formulada.

        Consolidado este panorama da história da filosofia no mundo até então, voltando agora nossos olhos para a filosofia no Brasil, temos uma situação ainda em fase de nascimento do que seria um centro de estudo em filosofia. Eis que em 1935 chega de navio ao Brasil, vindo da França, Jean Maugüé. O jovem francês não sabia até então o que iria proporcionar para o panorama da filosofia brasileira que não havia se consolidado ainda, o departamento da Universidade de São Paulo (USP) era mais jovem que Maugüé, e precisava de uma influência diferente das existentes até então. O estudo de filosofia nasceu para se difundir, e a situação de certa forma isolada da filosofia no Brasil até então trouxe suas consequências.

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