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Maquiavel

Por:   •  22/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  6.045 Palavras (25 Páginas)  •  318 Visualizações

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MAQUIAVEL E “O PRINCIPE”

O famoso pensador da filosofia política, Nicolau Maquiavel traz em seu próprio nome o adjetivo maquiavélico, que por sinal no contexto atual em que vivemos, dá a ele uma grande fama.   Porém   veremos que ao longo   do estudo de uma de suas obras (O Príncipe) que Maquiavel não possui nada de maquiavélico.

Mas antes de darmos os primeiros passos em sua obra, faz necessário atentarmos sobre o porque escreveu tal obra. Quais foram a suas motivações no  contexto ao qual escreveu sua tão  famosa  obra, de  modo que  apresenta um pensamento novo mostrando  uma nova  perspectiva  sobre  o  governante e  seu  governo , onde  a qual  apresenta a ruptura  entre Moral e Política.  

Perante tais  inquietações, voltando os olhos  para o contexto em que Maquiavel,  estava  ativo, ou seja no  final do século XV e inicio do século XVI, veremos  que ai se  instala o período renascentista, onde  grandes  e  novas  ideias aparecem, inclusive no  âmbito político, onde  podemos  citar a ideia  de  separação de igreja e estado. Tal  período traz  em si a saída da chamada  “Idade  das Trevas”, e  transparece o Movimento cultural.

Partindo deste emergir de  novas  ideias , o pensador renascentista foi um notável teórico e articulador político de um cenário conturbado, no qual reviravoltas e sucessões de governos prozuriram certas  instabilidades que impediam qualquer meio de vida protegido por um mínimo de segurança. Pois ainda naquele  momento  a Itália se encontrava dividida  internamente  em pequenas  células, num período  em que o poder imperava por meio de  guerras. Proporcionando assim uma espécie de crise  de poder, que se da justamente por  causa da  dessa instabilidade  dos  estados. Diante deste contexto,  Maquiavel  se  dá  conta  da  sua  inutilidade em esperar de fórmulas mágicas a solução de problemas tão reais.

Este período cooperou para que Maquiavel desenvolvesse seu  ponto  de  vista, ao ponto  de causar  um  divorcio  da  moral com  a  política. Partindo desta  ideia se formos avaliar a política  antiga   veremos, que  tanto os gregos (Sócrates, Platão,  Aristóteles) como os Romanos, (Polibio e Cícero)  apresentavam uma dialogo  e  um  agir do ‘deve ser”. Os gregos valorizam  a ideia de que o homem, ou um “bom  Político,”  deveria ser um homem virtuoso. A virtude traz em si a ideia de  altruísmo[1] , ou  seja  a pessoa   seria o individuo, que não mente  não  rouba,  colocando em pratica a lei natural. Esse  pensamento  do  deve  ser manteve-se  intacto  ao longo dos  anos. Porém ao  chegar ao  pensamento  de  Maquiavel,  pega  uma  outra  linha  de  pensamento,  que  veremos   logo mais  adiante.

A  intuição de  Maquiavel  nunca  foi  criar  um tratado  de  Filosofia, tanto  que  O Príncipe não  é  um livro  de  filosofia, mas  sim um guia  de ensinamentos  para um bom governante, Uma  espécie  de  guia  espiritual  para  um  bom governante, um manual  para um  bom  governo. Em  seus  escritos  esta  contido  o  que  um  bom  político  deve  fazer  e o que  ele  não  deve  fazer,  como  ele  deve  agir e  como  ele  não deve  agir. E no contexto  em que  Maquiavel  vivia   um   governante  era  chamado  de  Príncipe. De forma  os  ensinamentos  do Príncipe  eram  voltados  para  todos  aqueles que  exerciam  um  cargo de mando, um  cargo  de direção,  tornando  assim possível, mesmo  não  sendo  uma  intenção direta  de  Maquiavel , um tratado  sobre  a  natureza  humana.

O pensamento de Maquiavel acaba por perpassar  sobretudo , como  o homem  se  comporta,  com relação  aos  seus  semelhantes,sobretudo  quando  se tem o  poder  ou  quando  almejam o poder. Tal  pensamento nos  proporciona  a oportunidade  de  revermos  nossos   pensamentos  políticos, e  a  relação  do homem  com a política  hoje. No  qual nos faz  questionar . Como as coisas  funcionam na  política  de fato?  Dai faz  necessário,   analisarmos  a  natureza  humana  e  natureza  política  em Maquiavel.

NATUREZA HUMANA

Ao analisarmos o pensamento de  Maquiavel, nos  fez  necessário  fazer tal questionamento. O que é o homem para Maquiavel? Qual a sua essência?qual  sua  ideia  de  natureza  humana?

Se formos deter ao Cristianismo, utilizando se das “Sagradas Escrituras” veremos que aquele  que é  Cristão  concebe   o  homem  bom  por natureza, porque Deus que  fez  o homem, pelo  fato de  Deus  ser inteiramente  bom,  então  o  homem  só  pode  ser  bom por  natureza.  Isto  é o  que  apresenta Santo Agostinho[2]  em uma  de  suas  obras. Com isso segundo o pensamento Cristão, o que  o  homem é  hoje uma  pessoa  má , foi  culpa  do próprio homem, porem  o homem por  natureza  é  bom .Tendo como  referência  a bondade que é Deus.

Podemos citar  também, que  a essência  do homem é  ser um ser racional, e esta  essência  dá  ao  homem a oportunidade de  agir segundo  critérios  lógicos e  não  de  agir  segundo  seus  impulsos. Pois quando o mesmo  age  segundo seus  impulsos,este  é  capaz  até mesmo de  matar e roubar o  próximo. E quando age  por meio da razão  ele vê  que isso  não é  conveniente. Ainda podemos citar também  aqui  a  posição  de  Aristóteles, onde  o mesmo afirma que  “O homem é um ser social”,um ser  que  vive  em sociedade, nasceu para  viver em sociedade. Em fim são muitas  visões  sobre o  que é homem. Mas  qual é  a visão empregada  ao homem  por  Maquiavel?

Para  o  temível  pensador reconhecido pelo  adjetivo  maquiavélico, o homem é  um ser essencialmente  ambicioso, o  mesmo  sempre  vai  querer mais  do que tem, e  nunca  estará  feliz  com  o que tem, pois  não  há satisfação  absoluta  na  vida  do ser  humano. E  se  por  algum motivo o  ser  humano  admitir  satisfeito, isto  significa  que  o mesmo é  covarde. Para Maquiavel a  questão de  afirmar  ser não ambicioso, é não ter  coragem para lutar  por  aquilo que  almeja. Neste sentido somos  todos  egoístas e  ambiciosos, pensamos  somente  no  nosso lado, todos buscam sua glória e riqueza. De   forma  que  ao  olharmos  para  nossa  experiência  cotidiana   , sempre  buscamos  atenção para  conosco   e  até  mesmo  aplausos. Se  afirmamos  que  não queremos  aplausos, isto  acontece porque  sabemos  que existem outras pessoas  que  querem aplausos e não somos  os únicos, de forma que  teremos  que lutar com outras pessoas, e como  nossa fraqueza  é grande  e  nossa covardia não fica atrás, nós  preferimos   acreditar  que   não somos  ambiciosos, egoístas e pensamos no próximo.

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