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Modos Da Epistemologia De Luzia

Por:   •  14/3/2024  •  Trabalho acadêmico  •  1.014 Palavras (5 Páginas)  •  31 Visualizações

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MODOS DA EPISTEMOLOGIA DE LUZIA

Antes de mais nada é impotante que se diga da fragilidade de uma análise desta sobre um pequeno encarte, sem fazer os Exames Categoriais, sem conhecer a Estrutura de Pensamento da Luzia, mesmo procurando indícios de Lógica Formal no texto. Além do mais, confesso a dificuldade com os termos (vocabulários) do texto. Percebo que se trata de um português não muito usual nos dias de hoje. Por algumas acentuações gráficas percebi que se trata de uma obra antiga. Enfim, de qualquer modo será uma aventura analisar Luzia.

Ainda como introdução destaco que não domino a subjetividade de Luzia. Longe de mim usar de “medida de todas as coisas” para o meu olhar sobre esta moça. Sobretudo também porque neste encarte Luzia pouco fala, pouco expressa de si. Acredito que observando o parágrafo onde sua consciência ganha fala, ali poderei colher um pouco de como Luzia aprende. Claro que o narrador também ajuda nesse trabalho. E obsevando a fala daqueles que a conhecem, que conviveram com ela. Enfim, é um grande desafio.

(…) “Os comentários chegavam aos ouvidos de Luzia, como ecos do murmúrio de maldição, que a perseguia por toda a parte, até na igreja, no trabalho, quando atravessava a multidão de retirantes.” (…) Neste trecho observo que Luzia é afetada emocionalmente pelo teor das falas ( ou murmúrios). Vi que o seu Sensorial se Intersecciona com o seu modo de aprender (Epistemologia). Vejo uma incomodação moral bem clara, o que é muito típico em quase todo tipo de aprendizagem. Vejo isto aqui (…) “Você parece que nunca viu costura – rosnou, em tom de áspero remoque – Tamanha mulher, e não sabe por onde há de começar um par de ceroulas de homem. Luzia sentiu subir-lhe ao rosto, impetuosa onda de sangue.” Além do moral soma-se o cultural quando sugere que Luzia enquanto mulher deveria saber coser. Claro que tudo isso provocou Emoções em Luzia. Para muitas pessoas a emoção é um inibidor. Até mesmo para exercitar aquilo já aprendido (pré-juízos).

Mas Luzia sabe coser! (…) porque sabia coser bem e depressa, mas não estava habituada a fazer roupas masculinas. (…) Porém, Luzia deixa transparecer que o seu conhecimento é até abalado com pertubações em seus pensamentos, além daqueles modos não tanto pedagógicos de Dona Inacinha. E ao observar “o como se faz” Luzia acaba rememorando (pré-juízos) e assim realiza a tarefa. Registro também que talvez a pedagogia de D.Inacinha tenha até provocado alguns Deslocamentos Curtos em Luzia.

Luzia estava confusa e pertubada, tudo se matematizava a seu desfavor (...)Aquela tarefa, escolhida ao acaso, era um prolongamento da obsessão que a torturava; avivava-lhe, a cada ponto da agulha, a lembrança do prisioneiro a pungir-lhe o coração com o remorso de o haver abandonado num ímpeto de despeito, ciúme ou capricho pueril que ela tentava em vão justificar com o pretexto de preservá-lo da influência funesta com que a marcava o destino. (…). Desse modo todo aprendizado é comprometido. Mesmo que já, rica em pré-juízos, ainda assim Luzia sofria com a execução de uma tarefa fácil. Aqui outro ponto da Epistemologia de uma pessoa a ser consideranda: para que aprender ? Luzia não via muito sentido ou propósito de estar ali, fazendo aquilo, como ela mesma disse: (…) Preferira à ocupação sedentária de costureira, continuar na faina de carregar água nosgrandes potes, que estavam servindo de depósito, conduzir telhas em companhia daqueles infelizes, que vergavam ao peso de umadúzia delas, ir às caieiras longínquas buscar tijolos nas altas tulhas, que ao Paulo, francês, se haviam afigurado paredes na cabeçade uma mulher, rolar pesados madeiros, grandes pedras, trabalhos que lhe exercitassem os músculos e lhe produzissem oatordoamento da fadiga.(...)

Não precisamos recorrer a Paulo Freire para entender que muitas pessoas aprendem somente se houver um sentido ou propósito no aprendizado, sobretudo uma motivação. Mas sabemos o quanto isso é importante.

Neste aqui (…) Luzia ocupou o primeiro lugar vago, distanciada das outras, surpreendidas com o vê-la ali, quando trabalhava sempre com os homens; enfiou a linha na agulha e estava muito atrapalhada com o adaptar e alinhavar peças já cortadas, quando Dona Inacinha se acercou, como sempre, enfezada e rabugenta.(...) percebi uma Luzia que não se intimidava com a presença de homens rudes, mas que se milindrou com a presença de mulheres. De fato, Luzia carecia deste distanciamento das outras. Para ela isso era necessário e pré-requisito para o que ia fazer. Não diria que Luzia era carente de aprovação, mas o seu pré-juizo (sobre as mulheres) preferia assim do que outro modo.

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