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O Pedagogo na Escola - Luzia Bontempo

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Por:   •  8/5/2013  •  Tese  •  2.376 Palavras (10 Páginas)  •  712 Visualizações

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O Pedagogo na Escola - Luzia Bontempo

Há anos, as instituições de ensino contam, em seu quadro de pessoal, com o pedagogo como profissional, especialista de educação. No entanto, essa presença não tem conseguido interferir significativamente na qualidade dos serviços que a escola vem prestando à sociedade. Apesar da grande expansão dos cursos de pedagogia em todo o País, assistimos ao verdadeiro declínio do ensino brasileiro, ano após ano.

A ação do pedagogo junto aos professores tem se revelado insuficiente, inadequada, pouco expressiva, pois, ao sair da faculdade, ele parece estar apto a pensar criticamente a educação sem, no entanto, saber fazê-la.

Afinal, o que é ser pedagogo? O que se espera de sua atuação? O que ele faz, realmente, quando planeja, quando implementa a qualidade do ensino, quando acompanha e avalia a prática, quando estuda com o professor ou quando busca a integração da escola com a comunidade? O que quer alcançar? Quais são as funções que ele exerce na escola e que não deveria exercer? Essas e outras tantas questões são formuladas cotidianamente por quem acompanha a vida escolar dos filhos.

Desde sua origem, o pedagogo é aquele que ensina, que sabe empregar a pedagogia. Espera-se que saiba como ensinar e como mobilizar as diferentes áreas do conhecimento, para fazer educação com qualidade. Deve ser capaz de responsabilizar-se, com o professor, pelo pleno desenvolvimento das potencialidades do educando, conforme determina a legislação vigente. Seu objeto de ação é o desempenho docente, do ponto de vista das competências básicas do professor, na operacionalização do projeto político-pedagógico da escola.

Cabe ao pedagogo exercer a liderança do sistema educacional, seja na gestão do ensino, na supervisão ou na coordenação pedagógica. Para isso, ele precisa sair da faculdade capaz de efetivar o trabalho coletivo na escola, sabendo promover a integração das competências de todos, contribuindo para o crescimento e a profissionalização dos educadores, despertando, em cada profissional, o desejo de atuar de forma diferente, conferindo-lhe ânimo para romper com a rotina cansativa que apaga a alegria de aprender da maioria dos alunos, construindo uma equipe de trabalho eficiente e uma escola de vanguarda.

Bem assessorado pela liderança de um bom pedagogo, o professor inova com criatividade e segurança, sem se sentir sozinho na construção da própria competência pessoal e profissional. Pode contar sempre com a parceria de alguém capaz e disponível.

O pedagogo atuante favorece a formação de grupos de estudo, fortalece a interação humana na escola, melhora o clima organizacional de maneira significativa, estimulando o respeito mútuo e a boa convivência.

Para bem atuar no enfrentamento de suas funções no cotidiano da escola, é necessário saber com muita clareza o que é essencial, o que é importante e o que é acidental. Mas não basta só saber. É preciso querer e priorizar fazer só o que é necessário a cada momento. O pedagogo realmente competente só tem tempo para o que é essencial em seu campo de atuação. Ele deve procurar executar a essencialidade com muito esmero, dando atenção aos detalhes, garantindo o sucesso em tudo na primeira investida, evitando o desperdício de esforços e de tempo, agindo como estimulador cultural, criando condições necessárias à conquista de melhores resultados operacionais, vencendo, uma a uma, as amarras do tradicional em seu trabalho, sem medo de errar, evitando ser um tarefeiro, pau para toda obra ou fiscal do desempenho do professor.

É aconselhável definir com o grupo de professores a essencialidade da própria ação, identificando onde sua presença se faz necessária. Por exemplo, onde a atuação docente apresenta resultado insatisfatório ou fraco: junto aos professores novatos, com dificuldades para conduzir o trabalho de classe. É essencial trabalhar com dignidade e ânimo para vencer as eventuais resistências, com competência e humildade; atuar com boa vontade, promovendo mudanças de forma fácil e cooperativamente, como co-partícipe do sucesso profissional de todos. Onde há uma vontade, há um caminho. Mas, onde existe boa vontade, existem vários caminhos.

Dessa forma, o pedagogo deixa de ser um apagador de incêndios e passa a trabalhar no sentido de conseguir alcançar, pelo menos, três metas:

• O bom desempenho docente em suas competências básicas, incentivando o professor a buscar o próprio crescimento junto aos colegas. Ninguém cresce sozinho. Todos temos algo a contribuir para o crescimento alheio, um pouquinho que seja.

• A valorização do professor como profissional, reconhecendo-lhe todo e qualquer bom desempenho evidenciado; e como pessoa, ouvindo-o com respeito e empatia, criando espaço para que participe efetivamente do processo educativo.

• A implementação do currículo proposto no projeto político-pedagógico da escola, acompanhando o processo de ensinar, avaliando a ação pedagógica e procurando viabilizar a boa e saudável interação humana no interior da escola: professor–professor, professor–aluno, professor–pedagogo; e também fora dela: professor–escola, escola–comunidade. O pedagogo deve, ainda, esforçar-se para adquirir uma boa cultura geral, a fim de ser capaz de transformar princípios em ação. O seu desempenho eficiente sustenta a unidade e a coerência organizacional da escola. Porém, exige-lhe o desenvolvimento e o domínio de competências técnicas e humanas (relacionadas ao desempenho dos professores) e competências administrativas (relacionadas ao processo de educação de crianças e jovens na escola).

Mudanças e desafios

Não é fácil caracterizar o pedagogo existente em nossos estabelecimentos educativos como agente de mudança. A complexidade crescente dos sistemas de ensino tem alargado as dimensões da atuação de todos os educadores e daqueles que exercem algum tipo de liderança junto aos professores.

As mudanças sem precedentes que vêm ocorrendo nos últimos anos em toda a sociedade não tiveram suficiente eco nas instituições educacionais e no desempenho dos professores. Tudo o que se tem tentado nos cursos de capacitação profissional, nos últimos anos, explicita o grande esforço para fazer com que o professor assuma uma nova postura na sala de aula, aprenda a processar o saber universal disponível e tenha acesso à renovação desse saber.

Hoje, o bom profissional não é o que sabe, é o que está sabendo, isto é, o que está continuamente aprendendo, renovando e reformulando seu conhecimento.

As transformações, hoje, são tão rápidas que a grande tarefa da educação é assumir o

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