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O Desenvolvimento Da Motricidade

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Por:   •  30/7/2014  •  1.007 Palavras (5 Páginas)  •  576 Visualizações

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O indivíduo vive imerso em um espaço em quetanto ele quanto os objetos que o rodeiam formamum conjunto de relações que se estruturam comgrande complexidade: daí a necessidade depercebê-las e representá-las mentalmente.O desenvolvimento dele dar-se-á pelaapropriação de linguagens e de formas cognitivasmais complexas existentes em seu contornocultural, a qual ocorre nos inúmeros em que eleestabelece e percebe relações com elementos desua cultua e as avalia.

Desde o nascimento, graças à maturação do sistema nervoso e à realização de tarefas variadas com diferentes parceiros em situações cotidianas, a criança desenvolve seu corpo e os movimentos que com ele pode realizar. Os mecanismos que usa para orientar o tronco e as mãos em relação a um estímulo visual, por exemplo, são complexos e acionados à medida que ela manipula e encaixa objetos, lança-os longe e os recupera, os empurra, puxa, prende e solta. Locomove-se, assume posturas e expressa-se por gestos, que são cada vez mais ampliados.

De início o recém-nascido pode apenas diferenciar seupróprio corpo do mundo que o rodeia. Depois toma a simesmo como referência para perceber o entorno. Aomovimentar o corpo no espaço, recebe informaçõespróprio-perceptivas (cinestésicas, labirínticas) e externo-perceptivas (especialmente visuais) necessárias parainterpretar e organizações relações entre os elementos,formulando uma representação daquele espaço.A motricidade também se desenvolve por meio damanipulação de objetos de diferentes formas, cores,volumes, pesos e texturas. Ao alterar sua colocaçãopostural conforme lida com esses objetos, variando assuperfícies de contato com eles, a criança trabalhadiversos segmentos corporais com contraçõesmusculares de diferentes intensidades. Nesse esforço, ela se desenvolve.

Se, até aproximadamente os 6 anos, a criança temuma perspectiva egocêntrica na sua percepção dasrelações que estabelece com elementos do espaço-proximidade e distância, ordem e inclusão,continuidade e ruptura, etc.- a partir daquela idadevai assumir cada vez mais pontos de vista externosa si mesma para compreender o mundo.

Os recursos de que as crianças dispõem, contudo, não constituem apenas atos motores, mas são instrumentos para a realização de atividades simbólicas, como por exemplo, marchar para ser um soldado ou arrastar-se com cuidado para ser um explorador de tesouros, simbolismos que aprende de sua cultura.Além disso, a criança nasce em um mundo onde estão presentes sistemas simbólicos diversos socialmente elaborados, particularmente o sistema linguístico. Este perpassa as atividades produzidas no ambiente humano em que a criança se desenvolve e permite-lhe apropriar-se da experiência das gerações precedentes.

A capacidade de adquirir a língua de seu grupo éuma característica específica da espécie humana esupõe um equipamento anatômico eneurofisiológico adaptado, particularmente órgãosperiféricos e sistema nervoso central apropriados eem adequado estado de funcionamento. Contudo, aaquisição da linguagem é um processo sócio-histórico.O desenvolvimento da linguagem apoia-se em fortemotivação para se comunicar verbalmente comoutra pessoa, motivação parcialmente inata, masenriquecida durante o primeiro ano de vida nasexperiências interpessoais com a mãe, pai, irmãos eoutros educadores.

As crianças engajam-se, desde o primeiromomento, em um processo de comunicação no qualsão estimuladas a desenvolver procedimentos quelhes permitem questionar o mundo e apropriar-sedele. Desde cedo o entorno humano empreendeuma diligência ativa de integração do bebê emformas pré-construídas da língua: nas atividadesconjuntas, parceiros mais experientes apresentam-lhe normas relativas tanto aos comportamentos e àsformas de relações interpessoais como às palavrasda língua e suas condições de uso.

O desenvolvimento da capacidade de perceber eproduzir sons da fala é o precursor mais direto dalinguagem. Os bebês logo discriminam sons, sãosensíveis a entonações, passam seletivamente areagir a sons próprios de sua língua maternaenquanto esquecem outros. Tal desenvolvimentovai se enriquecer com a formação da capacidadetanto de categorização de objetos, que será a baseda denominação e da referência, como de imitaçãoe memória, necessárias para reproduzir padrõesvocais e gestuais. Esse trabalho formativo seprolongará por toda a vida, especialmente por meioda educação escolar, e garantirá a aquisição,reprodução e transformação das significações sociais culturalmente construídas.

O sistema linguístico é operável em torno dos 4 a 5anos, época em que a criança domina o essencial dosistema fonológico, conhece o sentido e ascondições de uso de muitas palavras em sua culturae utiliza corretamente a maior parte das formasmorfológicas e sintáticas de sua língua. A partir dos5anos ocorrem novos progressos.Tal sistema continua a se reorganizar e aperfeiçoaraté a pré-adolescência, enriquecido pelasexperiências culturais das crianças, particularmentepor sua vivência escolar.

A construção social dos conhecimentos em ambientes socioculturais específicos dependem assim da comunidade de intercâmbio à qual pertence o aprendiz e dos ambientes de aprendizagem criados como recurso para a aprendizagem. Nesses ambientes, tempos, espaços e atividades definem práticas sociais que trabalham diferentes competências ou instituem ritos de formação de habilidades e atitudes julgadas básicas para o desenvolvimento social das novas gerações.

De início, pensamento e linguagem têm origensdiversas. Há o pensar sensório-motor e a linguagemnão cognitiva, por exemplo, os balbucios. Noentanto, ambos os elementos convergem nodesenvolvimento para a formação do pensamentodiscursivo.A habilidade da criança para refletir sobre a definiçãode uma palavra é uma capacidade multifacetada e delento desenvolvimento, com precursores cognitivos elinguísticos.Incapaz de definir uma impressão, a criançasimplesmente a exprime, usando uma linguagemexclamativa. Incapaz de “pensar” um fenômeno,fixando suas características essenciais e descartandoas acessórias, ela verbaliza apenas seus elementosmais notáveis.

O relato infantil de determinado caso ou evento nãobusca o equilíbrio entre causas e efeitos, aproporcionalidade entre ação e resultado, acoerência entre as partes. É formado peloencadeamento de circunstâncias.A descrição de algo pela criança requer-lhecoordenar as próprias impressões e processosmentais. Implica processo gestual, ideomotor, ouidentificação do objeto consigo mesmo,estabilizando-o.Por sua vez, as tarefas de definir ede explicar supõem um movimento de isolamentode palavras dentro de um universo e suareintegração em um todo, trazendo elementosperceptivos, linguísticos e cognitivos de modofortemente indissociável.

As respostas infantis parecem indicar a dificuldadedo pensamento de identificar, diferenciar erelacionar sucessão, causalidade e pertinência deelementos, de estabelecer relações como as delugar, tempo, movimento e causalidade.Os discursos dos professores, dos pais e da mídiainteragem com as condições psicológicas dascrianças em cada idade, produzindo importantecombinação de processos pelos quais signosculturais são pessoalmente interpretados eapropriados por elas.A capacidade da criança de recombinar sinais esentidos, respondendo de forma sempre nova acada situação, interage com a tentativa sistemáticadas instituições educacionais de controlar suasrespostas.

Devemos transformar as formas como práticaseducativas sã pensadas e considerar a interaçãosocial como o elemento mais importante parapromover oportunidades de aprendizagem edesenvolvimento. WALLON, Para saber mais: WALLON Henri. As origens do pensamento na criança. São Paulo: Manole, 1989

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