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O NASCIMENTO DE UMA ÉTICA PLANETÁRIA

Por:   •  28/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.142 Palavras (9 Páginas)  •  590 Visualizações

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Ana Cristina Vitor       Psicologia   1° semestre   Nelson Filosofia

O NASCIMENTO DE UMA ÉTICA PLANETÁRIA

IN: L e o n a r d o B o f f – resumo - Editora Garamond, Brasil, 2002, 160 páginas

Leonardo Boff, pseudônimo de Genézio Darci Boff (Concórdia – Santa Catarina, 14 de dezembro de 1938), é um teólogo brasileiro, escritor e professor universitário, expoente da Teologia da Libertação no Brasil. É respeitado pela sua história de defesa pelas causas sociais e atualmente debate também questões ambientais. Sua produção literária e teológica é superior a 60 livros. Atualmente, viaja pelo Brasil dando palestras sobre os temas abordados em seus livros e tambem em encontros da Agenda 21.

Artigo: O nascimento de uma ética planetária.

A base de toda construção ética, cujo campo é a prática, se baseia nesta pressuposição: a ética surge quando o outro emerge diante de nós. O outro pode ser a pessoa mesma que se volta sobre si mesma, analisa a consciência, capta os apelos que nela se manifestam (ódio, compaixão, solidariedade, vontade de dominação ou de cooperação, sentido de responsabilidade) e se dá conta de seus atos e das conseqüências que deles derivam. O outro pode ser aquele que está à sua frente, homem ou mulher, criança, trabalhador, empresário, portador de HIV, negro etc. O outro pode ser plural, como uma comunidade, uma classe social, a sociedade como um todo, ou, numa perspectiva mais global, a natureza, o planeta Terra como Gaia e, em último termo, Deus.

Esse paragrafo fala sobre a construção ética. Para o autor a ética e algo que deve ser praticada primeiramente em nos mesmo, respeitando a si próprio ,suas ideais ,diferenciando assim dos outros.

Subsequentemente ele também diz que devemos pratica-la com o próximo, pessoas próximas a você ou com alguém que nunca viu antes, o respeitando com suas diferenças não importando qual ,a respeitando igualmente. Englobando o planeta terra, estando tão carente de ética.

Diante do outro, ninguém pode ficar indiferente. Tem que tomar posição. Mesmo não tomando posição, silenciando e mostrando-se indiferente, isto já é uma posição. A ética surge a partir do modo como se estabelece a relação com estes diferentes tipos de outro. Pode fechar-se ou abrir-se ao outro, pode querer dominar o outro, pode entrar numa aliança com ele, pode negar o outro como alteridade, não o respeitando, mas incorporando-o, submetendo-o ou, simplesmente, destruindo-o. De todas as formas, o outro representa uma proposta que reclama uma resposta. Deste confronto entre proposta e resposta surge a responsabilidade. Ao assumir minha responsabilidade ou demitir-me dela, faço de mim um ser ético. Dou-me conta da conseqüência de meus atos. Eles podem ser bons ou ruins para o outro e para mim. O outro é determinante. Sem passar pelo outro (que pode ser eu mesmo), toda ética é antiética.

Segundo o autor não tomar nenhuma posição ,já e uma posição. Para ele o conceito de ética e quando estabelecemos uma relação com diferentes tipos de pessoas ,não importando o tipo de relação obtida ou mostrada pelo outro, o próprio ato de assumir uma responsabilidade ou fingir que não a tem e um ato ético. Não podendo deixar nosso posicionamento de lado, ao fazer isso deixamos o outro de lado e assim estamos sendo antiético.   

Apliquemos isto à nossa sociedade. Ela não é uma sociedade qualquer. Precisa ser qualificada: é uma sociedade predominantemente estruturada no modo de produção capitalista, quer dizer, privilegia o capital sobre o trabalho, privatiza os meios de produção e define, de forma desigual, o acesso aos bens necessários à vida: primeiro quem detém os meios de produção, depois os demais, deixando de fora quem não tem força social de pressão. São os excluídos, hoje perfazendo as grandes maiorias da humanidade, cujas vidas não têm sustentabilidade, vivem abaixo do nível de pobreza e, em conseqüência, morrem antes do tempo. Este tipo de sociedade valoriza mais a competição que a cooperação e magnifica o indivíduo que constrói sozinho sua vida, seu bem-estar e seu destino, e não a sociedade e a comunidade dentro das quais, concretamente, o indivíduo sempre se encontra.

 A sociedade neoliberal levou até as últimas conseqüências esta visão. Por isso, os governos administram desigualmente os bens públicos, privatizam, planejam políticas públicas e sociais pobres para os pobres e ricas para os ricos e poderosos, sejam indivíduos, empresas ou classes; atendem primeiramente a seus interesses, garantem seu tipo de consumo e são atentos às suas expectativas. Não os incentivam a olhar para os lados onde estão os outros e, assim, fazer e refazer continuamente a solidariedade social.  Tais governos não realizam a definição mínima de política, que é a busca comum do bem comum e o cuidado das coisas do povo. Por isso, são antiéticos e fautores de atitudes coletivas em contradição com os apelos éticos. Não se orientam pelo outro, que é o princípio fundador da ética básica. Não cuidam da vida, da vida das pessoas, da natureza e da Terra como superorganismo vivo, chamado de Gaia.

O olhar do autor para nossa sociedade atual não e muito positivo. Ele olha para um mundo injusto que não respeita ninguém ,onde cada individuo esta mais preocupado com si próprio que com o outro.

Esse modo de olhar para a sociedade de forma individualista e decorrente do capitalismo ,onde empregados trabalham muito e são pouco remunerados, onde os mais abastados deveriam ajudar os menos afortunados eles os desprezam. Os ricos ficam cada dia mais ricos e os mais pobre continuam assim as vezes pelo resto da vida .Para o trabalhador ser reconhecido precisa de várias formações, cursos e técnicas ; para assim poder competir com outros para ver quem e o mais qualificado. Nesse mundo para ser o melhor tem que passar por cima te todos , uma competição frequente.

Essas competições foram projetada no mundo fora da área executiva longe do trabalho, pode se encontra competição em escolas e vestibulares, onde todos tentam ser os melhores superar cada vez mais o outro.

Os governos atuais não estão preocupados em ajudar as pessoas estão preocupados em ajudar a si mesmo, por isso o autor fala que os governantes não exercem politica, não buscando o bem comum ou cuidado com o povo. Por isso eles se tornam um governo antiético, não se orientando pelo povo.

A sociedade mundial, hoje globalizada neste modelo antiético, promove a globalização como homogeneização: um só pensamento, um só modo de produção (o capitalista), um só tipo de mercado, uma só tipo de religião (o cristianismo), um só tipo de música (rock), um só tipo de comida (fast food), um só tipo de executivo, um só tipo de educação, um só tipo de língua (o inglês) etc. Com a negação da alteridade, ou o seu submetimento ou destruição, a sociedade-mundo atual se coloca em contradição com a ética. Esta atitude perversa tem como conseqüência a má qualidade de vida atual em todos os âmbitos sociais, culturais e ambientais.

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