O Trabalho Final de Patrimônio Introdução e Problemas

Trabalho Final de Patrimônio

Introdução e problemas

Quando iniciei o estudo para este trabalho, não tinha de todo uma ideia formulada sobre o que seria o seu desenvolvimento, muito menos o seu fim. Facto disso, que só passados quase três meses é que me foi possível definir o que pretendia abordar com este trabalho, e mesmo assim acabei por não englobar alguns temas adjacentes que, a meu ver, permitiriam uma melhor visão da problemática em questão, são exemplo: Marcação por “Body pircing”, ou “Body modification”. Contudo, a minha problemática situa-se em compreender em que “momentos” um individuo, utilizador desta “arte de inscrição na pele”, constrói a sua identidade, e que significados são atribuídos por ele ao desenho em si que “tatuou” na pele. “É a tatuagem sempre feita como algum significado? Ou as razões são sempre estéticas?”. Irei me debruçar sobre conceitos como: “inscrição” referido por Paul Connerton; “sedimentar” igualmente referido Connerton; “signo estatuário” e “signo identitário” apresentado pelo Antropólogo português Vitor Sérgio Ferreira, que tem desenvolvido muito este tipo de temas, e foi a partir de algumas das suas obras como “Tatuar o corpo jovem hoje : rito de passagem ou ritual de impasse?” que procurei desenvolver o meu trabalho; “momento de rutura” e “ritual de passagem” de Ferreira; “Corpo” trabalhado por Miguel Vale de Almeida.

Como uma segunda dimensão do trabalho, pretendo demonstrar de que forma a prática de Marcação de Corpos é praticada por quem a faz profissionalmente, e por que fazes passa a preparação da “tatuagem” desde o “esboço, a inscrição na pele”. Inicialmente, este último ponto sobre a descrição das fazes, iria ser trabalhado e analisado, não só através da entrevista, onde o meu interlocutor iria fazer a descrição, mas também complementado através da visualização “em campo” da preparação. Contudo, o meu entrevistado não teve possibilidade de me mostrar pessoalmente o processo, por isso análise que faço desta parte prática da minha investigação, baseia-se na entrevista que realizei, e não sobre uma observação participante.

De forma a esclarecer estas questões, centrar-me-ei nas experiências de um tatuador de origem brasileira, Guilherme Silva, que está de momento a exercer no estúdio "Insane Ink Tattoo Shop" na Amadora. Eu escolhi realizar a entrevista a este interlocutor específico, porque ele possui três características que são fundamentais para o desenvolvimento do meu trabalho: Ser tatuado, porque isso irá ajudar na compreensão dos “momentos” e dos “simbolismos” dados as “marcas de corpo”; Ser Tatuador, por ser capaz de explicar as fazes do “fazer” e de como apreendeu o oficio de tatuar; Ser estudante universitário e Antropólogo, que me permite abordar as minhas temáticas como um “foco” mais preciso, o que não seria possível caso ele não o fouce.

Momentos – Construir Identidade – Marcas de corpo

Objetivo Teórico

O meu objetivo com este trabalho, foi comprovar de que forma estes “momentos” atribuídos as “tatuagens”, podem simbolizar para quem as faz, e perceber se efetivamente já