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Plano de aula de Filosofia

Por:   •  3/3/2024  •  Trabalho acadêmico  •  1.732 Palavras (7 Páginas)  •  32 Visualizações

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PLANO DE ENSINO MODULAR

Unidade Escolar:

E.E. Conde José Vicente de Azevedo

Ano / semestre letivo:

2022

Turma:

1º A, B e C

Turno: ( X ) Manhã ( X ) Tarde (   ) Noite

Professor(a):

Fábio Honório Cassimiro

Disciplina:

Filosofia

Módulo:

O surgimento da ética

1. Tema Modular

Ensino de Ética e Filosofia Política.

Esse módulo versará a respeito das origens da ética e do seu ensino nas escolas de educação básica, para tanto, o módulo está divido em quatro partes, onde a primeira parte tratará da origem da ética entre os gregos antigos e qual sua importância para a vida na pólis. Já nas demais partes usaremos textos clássicos que serão devidamente adaptadas à realidade dos alunos, para melhor entendimento e compreensão das ideias ali apresentadas. A adaptação dos textos levará em conta a realidade na qual os alunos estão inseridos, buscando a integração com a linguagem própria dos jovens sem perder (ou ao menos tentar diminuir) a perda de valor conceitual.

2. Justificativa do Tema

No último ranking de desempenho do PISA, divulgado em 2019, e que faz referência ao ano anterior, observou-se que a proficiência dos jovens brasileiros em letramento e leitura foi de apenas 413 pontos, bem abaixo da média dos países da OCDE, diante dessa realidade, se faz necessária uma ação com vistas a dirimir essa diferença, e essa ação não deve ficar somente a cargo do componente curricular de Língua Portuguesa, mas deve necessariamente ter o suporte dos demais, sobretudo dos que compõe a área de ciências humanas. Dessa maneira, os componentes de ciências humanas devem necessariamente funcionar como catalisadores da habilidade leitora, haja vista que, com elas, além dos textos, são trabalhados em geral temas de interesse corrente e que tocam diretamente a realidade dos alunos, como por exemplo a questão da desigualdade social, dilemas éticos, o advento das novas tecnologias e suas relações com o mundo do trabalho, entre outros.

        Dessa forma, considerar os dilemas éticos do mundo contemporâneo é sobremaneira uma forma de se considerar o mundo desde suas origens e como a própria ética foi pensada ao longo da História, sendo assim, partindo de teóricos cuja tradição e importância são alegadamente fundantes da tradição filosófica, o trabalho que será apresentado busca introduzir os novos leitores ao mundo da Filosofia através desses clássicos, tendo como pano de fundo a ideia de que a Filosofia é o centro de uma diversidade de questões que subjazem a existência humana, desde a antiguidade até os dias de hoje, como afirma o Prof. Gabriele Cornelli em seu texto “A filosofia e o conceito de clássico”:

(...) Esta busca genealógica das nossas origens é um dos momentos centrais daquela que chamamos de dimensão temporal da alteridade. Para isso joga um papel fundamental a mitologia grega, por exemplo, da qual a filosofia que nasce atinge diversos temas e questões. (...) (Cornelli, 2013, p. 55)

        Através da filosofia, situada de maneira central na construção daquilo que ficou conhecido como “civilização ocidental”, não é difícil reconhecer que é por ela que poderemos encontrar as respostas para as perguntas que mais desejamos, ainda nos dias de hoje. Todavia, essa tarefa não se mostra fácil, como ficou demonstrado acima, pelos índice PISA, nossos alunos carecem de formação na habilidade leitora e sofrem com a falta de repertório histórico-cultural, algo que dificulta muito o trabalho do professor em sala de aula, pois em geral não é possível se trabalhar com textos da tradição filosófica por falta de compreensão dos alunos, sendo que, o professor de ciências humanas em geral, e o de filosofia em particular, torna-se um intérprete de conceitos, para os alunos que pouco contato tiveram com o mundo da própria filosofia e de seus textos. Dessa maneira, como então trabalhar com os textos clássicos, sem perder o interesse dos alunos? O Prof. Cornelli aqui mostra-nos que também é possível trabalhar alguns textos, desde que, se busque o clássico com um melhor entendimento do que é clássico, ele afirma:

(...) O processo contínuo de redefinição de quem somos na dimensão temporal, no confronto com o passado, é pontuado pela contínua redefinição de cânones, de clássicos, de todas as atividades humanas: há cânones para a bela arte, para a prática da política, para a boa literatura etc. O mesmo acontece com a atividade filosófica: ela possui seus autores, seus conceitos e seus procedimentos considerados canônicos. Todavia, a canonização, como a história, é ainda resultado, a cada momento, de um imperativo do presente. “Tudo é Bíblias!” – já escrevia Guimarães Rosa em seu Grande Sertão: veredas; pois tudo é clássico, tudo é cânon, tudo é sagrado, quando se quer ser separado da cotidiana vulgaridade dos objetos e eventos. Jorge Luis Borges ecoa Guimarães, em bela e íntima prosa, ao concluir – com Spinoza – que tudo é arquétipo de si mesmo: cada coisa tende a ser clássica no tempo. (...)

        Tendo como escopo a ideia de que o clássico existe em vários lugares e textos, é possível então se trabalhar com o clássico, desde que ele atenda as demandas da sala de aula. Dessa maneira, a adaptação desses mesmos clássicos, sem cair nas garras do mercado,[1] deve estabelecer uma relação dialógica com o aluno e o conceito que será trabalhado. Todavia como afirma o pesquisador português Rui Manuel Afonso Mateus em sua tese de doutoramento pela universidade de Coimbra:

(...) Historicamente, é lícito supor que, a partir de certa altura, a adaptação tenha começado a impor-se como necessidade instrumental de acesso ao clássico. Tal sucedeu no momento em que irromperam, na época moderna e nos países ocidentais, sistemas organizados de ensino que reclamavam instrumentos de leitura adequados ao público jovem que os frequentava e para o qual começou a constituir-se, concomitantemente e de forma muito gradual, uma literatura especificamente dirigida. (...) (Mateus, 2013, p. 15)

        A adaptação do clássico torna-se fundamental, desde que feita com critérios que atendam as necessidades dos alunos, para romper com a barreira e a dificuldade pelos professores enfrentada da falta de interesse dos alunos em ler, sobretudo os clássicos da Filosofia. Posto isso, o interesse dos alunos pela leitura, sobretudo pela leitura de textos filosóficos somente chegará a bom termo se partimos do pressuposto de que deverá haver, inicialmente, uma leitura que gere interesse nos alunos. No âmbito do cânone clássico da filosofia, existe em Platão diversos textos que podem vir atender bem esse propósito, tanto pela tamanho diminuto, como pela profundidade das ideias, tomemos como exemplo o diálogo “Criton, ou do dever” onde Platão, pela boca de seu mestre Sócrates, faz uma defesa pujante e bastante eloquente das leis da cidade, personificando-as e dando voz a elas, mesmo essas leis condenando-o a morte, aqui temos um bom exemplo de que não se deve pagar o mal com o mal e de que o bem deve ser desejado por si mesmo, nesse mesmo diálogo é possível perceber que o agir ético socrático já está colocado, e que ele deve ser observado em todas as circunstâncias, mesmo que essas o leve a derrocada fatal.

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