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Que coisa é política - Joao Ubaldo Ribeiro

Por:   •  2/5/2019  •  Resenha  •  626 Palavras (3 Páginas)  •  724 Visualizações

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FICHAMENTO

Texto: RIBEIRO, João Ubaldo. “1 - Que coisa é a Política”; “2 - Como a Política interessa a todos e cada um”, em Política: Quem manda, Por que manda, Como manda. Ed. Nova Fronteira, 1998; pp. 13-31.

        

O termo “política” associa-se sempre a alguma forma de exercício de poder, e cria uma relação complexa entre aquele que exerce esse poder e aquele que se submete (RIBEIRO, 1998). No entanto, de acordo com Ribeiro (1998), o próprio “poder” pode ser um significado vago e de difícil assimilação, que precisa ser avaliado caso a caso, durante sua ação / execução. Sendo assim, um ato político pode, mais especificamente, ser caracterizado como um interesse seguido de uma decisão que altere algo para implementar a modificação pretendida. “A política fica então vista como o estudo e a prática da canalização de interesses, com a finalidade de conseguir decisões” (RIBEIRO, 1998).

Um aspecto importante é que os processos políticos estão sempre presentes na sociedade, permeiam a vida de todas a pessoas, por mais que elas sejam apáticas em relação à política. Em exemplo de tal abrangência, o autor supracitado traz o caso do preconceito, que é algo que não faz parte da natureza humana, mas é aprendido e adquirido ao longo da vida em sociedade. O preconceito racial, por exemplo, tem origem política e serve para justificar uma forma de exploração social, que evidentemente privilegia um grupo de pessoas em detrimento de outras (RIBEIRO, 1998).

Para complementar, o autor agrega a natureza pública à noção do que é Política. Ou seja, os fatos políticos são aqueles que interessam à sociedade como um todo, à coletividade. No entanto, se fatos individuais refletem uma situação específica de toda uma sociedade, estes podem também considerados fatos políticos. Por exemplo, o homem sempre mandar e decidir sobre as escolhas dele e de sua mulher vai além de um problema individual, e pode refletir uma característica social. Ribeiro (1998) pondera que esses casos não se tratam de problemas exclusivamente pessoais, mas de um reflexo pessoal de um problema genérico, que, portanto, afeta grande número de pessoas dentro da sociedade, caracterizando, portanto, a natureza pública.

Além disso, o presente autor também discute a posição de pessoas que se colocam como “apolíticas”. Estas, ao não se importarem com a Política, estão na verdade exercendo um direito de não se envolver ativamente, pois o estado atual as agrada ou não desagrada suficientemente para que vejam necessidade de mudanças. Portanto, de forma interessante, Ribeiro (1998) define pessoas “apolíticas” como, de fato, políticos conservadores. São normalmente atitudes “de passividade que sempre favorece[m] a quem, em dado momento, está numa situação de mando dentro da sociedade” (ibidem).

Na política, há aqueles que exercem o jogo de poder como profissão, se dedicando a influenciar, de diversas formas, a condução da sociedade onde vivem: os políticos, no sentido estrito do termo. De acordo com Ribeiro (1998), “pouca coisa pode haver de mais nobre do que a dedicação à coletividade, quando essa dedicação não é ditada por interesses pessoais ou mesquinhos, mas por crenças ou ideais que, mesmo erradamente, tenham como objetivo o bem-estar público”.

Esse autor acrescenta que é incorreta a imagem de todos os políticos são corruptos, incompetentes e trapaceiros, pois se todos fossem assim, generalizando, seria então uma característica de toda sociedade, e também das outras profissões (ibidem). A classe política nada mais é que um grupo de pessoas provenientes de uma sociedade, e como em todas as profissões, as características dos indivíduos estarão ali representadas, incluindo honestos e desonestos. Além disso, se há pessoas que pensam que nenhum político presta e que o sistema é ineficaz e, ainda assim, se portam como indiferentes à política, contribuem para perpetuação da situação política indesejada, sendo esse um posicionamento político.

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