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Resenha Do Livro As Veias Abertas Da América Latina

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Por:   •  17/11/2014  •  543 Palavras (3 Páginas)  •  1.055 Visualizações

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RESENHA

Eduardo Galeano escreveu esse livro no começo dos anos de 1970, num período conturbado para o continente, onde a maioria dos países nesse período vivia em ditadura e intervenção militar apoiado pelos Estados Unidos. Previamente, o autor tenta explicar o que de fato aconteceu com a América Latina ao longo dos anos, tanto nos fatores políticos, econômicos e sociais.

Desde o século XV, com o descobrimento do Novo Mundo pelos europeus, por caráter exploratório e científico – estudiosos da época questionavam se a Terra era de fato, redonda. Ele retrata a forma de descoberta pelos colonizadores Europeus e as consequências geradas por essas atividades no continente. Nesse cenário histórico, os reis e nobres eram detentores das riquezas da Europa e investiam em navegadores que descobriam as “novas terras”. Como estudamos incansavelmente nas aulas de história, Cristóvão Colombo descobriu as Américas e Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil.

Em uma análise direta, a América Latina era para viver o oposto do que viveu naquele período. Deveria ser um território extremamente desenvolvido pela quantidade de riquezas presentes, como minério, fauna, flora e até mesmo pelas belezas naturais. Como os europeus se “apossaram” e exploraram essas riquezas, a posição do autor é que indiretamente “financiamos” as riquezas europeias. Por exemplo, falando exclusivamente do Brasil por se tratar da nossa realidade, quando Cabral chegou ao Brasil, enviou várias cartas à corte Portuguesa explicando como que era o território e, como tínhamos cerca de 4 a 5 milhões de índios (estimativas da FUNAI) e que essa população não sabia se comunicar, mas tinha um controle e conhecimento sobre as riquezas naturais, escravizando-os as tribos indígenas e explorando essas riquezas. O livro retrata muito claramente dos abusos cometidos pelos europeus, tanto físicos quanto psicológicos em benefício próprio, como trabalho escravo, torturas e alguns quando não se suicidavam, matavam os próprios filhos para não terem o mesmo destino. Mesmo com as tentativas dos índios em proteger essas riquezas, impossível era o combate de um arco e flecha com armas com balas de ferro e pólvora.

Alguns morriam somente por contato com os estrangeiros, pois viviam isolados na natureza e somente contavam com o conhecimento dos mais idosos da tribo, se contaminavam com gripes e resfriados, o corpo não tinha imunidade para essas doenças. A população presente era muito pura e com uma genética intocada, pois não tinham problemas de saúde.

Com narrativa segmentada por países, as terras mais ricas de recursos são hoje as mais pobres, englobando o porquê do continente ser tão subdesenvolvido. Na Bolívia, por exemplo, um dos países mais pobres da América Latina nos anos de autoria do livro, e o local que mais sofreu com a exploração mineral.

Galeano sugere que praticamente a pobreza da América Latina é devida a essa massacrante vinda dos europeus que só extraíram esses bens achando que era uma fonte eterna de produtividade e riqueza, e não como uma fonte de multiplicação. Obviamente que as cortes, sabendo dessas informações que o Novo Mundo poderia proporcionar à elas, foi o motivo determinante para a contínua exploração.

Concluindo, o livro é extenso e possui uma linguagem um tanto quanto carregada, porém vale muito a pena ser lido, expande a capacidade de refletirmos sobre muitos assuntos em questão, como por exemplo, as camadas sociais e a miscigenação.

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