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Resumo 15 Capitulos E Questionario

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Por:   •  17/6/2013  •  9.780 Palavras (40 Páginas)  •  2.071 Visualizações

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Introdução - A cultura

Natureza humana?

É muito comum ouvirmos e dizermos frases do tipo: ‘’chorar é próprio da natureza humana’’ e ‘’homem não chora’’. Ou então: ‘’é da natureza humana ter medo do desconhecido’’ e ‘’ ela é corajosa, não tem medo de nada’’.

Com freqüência ouvimos dizer: ‘’os homens são fortes e racionais, feitos para a vida publica’’. Não é raro escutarmos que os negros são indolentes por natureza, os pobres são naturalmente violentos, os judeus são naturalmente avarentos, os árabes são naturalmente comerciantes espertos, os franceses são naturalmente interessados em sexo e os ingleses são, por natureza, fleumáticos.

Frases como essas, pressupõem que acreditamos na existência de uma natureza humana que é a mesma em todos os tempos e lugares e por outro, que cremos na existência de uma diferença e de natureza ou de diferenças naturais entre homens e mulheres.

Dizer que alguma coisa é natural ou por natureza significa dizer que essa coisa existe necessariamente e universalmente porque ela é efeito de uma causa necessária e universal. Essa causa é a natureza.

Desmistificando conceitos

Em certas sociedades, considera-se que a mulher é impura para lidar com a terra e com os alimentos. Por esse motivo, o cultivo da terra, o preparo dos alimentos e os cuidados com a casa são da responsabilidade dos homens, cabendo às mulheres a guerra e o comando da comunidade.

Poderíamos examinar cada frase que dizemos ou ouvimos em nosso cotidiano e que naturalizam os seres humanos, naturalizam seus comportamentos, idéias, valores, formas de viver e de agir. Veríamos que a idéia de natureza humana como algo universal, intemporal e existente em si e por si mesma não se sustenta. Por quê? Porque os seres humanos são culturais ou históricos.

Culto, inculto: cultura

‘’Pedro é muito culto, conhece varias línguas, entende de arte e de literatura’. ‘’Não creio que a cultura francesa ou alemã sejam superiores à brasileira. Você acha que há alguma coisa superior à nossa música popular?’’

Essas frases e muitas outras que fazem parte do nosso dia-a-dia indicam que empregamos a palavra cultura em sentidos muito diferentes e, por vezes, contraditórios.

Vemos, assim, que passar da natureza à cultura quando falamos dos seres humanos não resolve nossas dificuldades de compreensão desses seres, uma vez que, agora, precisamos perguntar o que queremos dizer quando afirmamos que os seres humanos são seres culturais, visto que a palavra cultura possui muitos sentidos, alguns deles contraditórios com outros.

Natureza e cultura

No pensamento ocidental, natureza possui vários sentidos. A natureza é:

• Princípio de vida ou princípio ativo que anima e movimenta os seres.

• Essência própria de um ser ou aquilo que um ser necessariamente.

• Organização universal e necessária dos seres segundo uma ordem regida por leis universais e necessárias.

• Tudo que existe no universo sem a intervenção da vontade e da ação humanas.

• O conjunto de tudo quanto existe e é percebido pelos humanos como o meio ambiente no qual vivem.

Para as ciências contemporâneas, a natureza não é apenas a realidade externa, dada e observada, percebida, diretamente por nós, mas um objeto de conhecimento elaborado pelas operações cientifica para explicar a realidade externa.

Sentidos da cultura

Quanto à cultura, dois são seus significados iniciais:

• Vinda do verbo latino colere, que significa ‘’cultivar, “criar”, “tomar contar”, “cuidar, cultura significa, na Antiguidade romana, o cuidado do homem com a natureza; donde agricultura.

Nesse primeiro sentido, cultura era o aprimoramento da natureza humana pela educação em sentido amplo. Culta era a pessoa fisicamente bem preparada, moralmente virtuosa, politicamente consciente e participante, intelectualmente desenvolvida pelo conhecimento das ciências, das artes e da filosofia. Podemos observar que, neste primeiro sentido, cultura e natureza não se opõem.

• A parir do século XVIII, cultura passa a significar os resultados e as conseqüências daquela formação ou educação dos seres humanos, resultados expressos em obras, feitos, ações e instituições. A cultura são as técnicas e os ofícios, as artes, a religião, as ciências, a Filosofia, a vida moral e a vida política ou o Estado.

Com o surgimento desse segundo sentido, tem início a separação e, posteriormente, a oposição entre natureza e cultura. Os pensadores passam a considerar que há entre o homem e a natureza uma diferença essencial: esta opera por causalidade necessária ou de acordo com leis necessárias de causa e efeito; o homem é dotado de vontade livre e razão, agindo por escolha, de acordo com valores e fins estabelecidos por ele próprio. Agora, cultura torna-se sinônimo de história.

A distinção entre natureza e cultura passa, a levar em conta a maneiro como o tempo se realiza: na natureza, o tempo é repetição, o tempo da cultura , o da transformação.

Cultura e trabalho

Para vários filósofos e historiadores, a cultura surge quando os homens produzem as primeiras transformações na natureza pela ação do trabalho. Com o trabalho, os seres humanos produzem objetos inexistentes na natureza, organizam-se socialmente para realizá-lo, dividindo as tarefas.

Cultura e história

No fim do século XVIII, o filosofo alemão Immanuel Kant distinguiu entre o reino da natureza e o reino da moral. A partir de então, a separação entre reino na causalidade ou necessidade e reino da finalidade ou liberdade foi interpretada como separação entre natureza e cultura.

No século XIX, outro filósofo alemão, Friedrich Hegel, considerou inadequada a oposição kantiana entre natureza e cultura.

A perspectiva de Hegel

Hegel afirma que natureza e cultura são aspectos de uma única realidade, a razão universal. Para realizar-se plenamente como realidade racional e como racionalidade real, a razão universal precisa realizar-se no tempo, indo da imperfeição inicial a perfeição final.

A natureza é uma criação da razão ou do espírito; é a

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