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Resumos - Dworkin

Por:   •  26/9/2016  •  Resenha  •  2.038 Palavras (9 Páginas)  •  517 Visualizações

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BOURDIEU, Pierre. Um fundamento paradoxal da moral. In: ________. Razões Práticas: Sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 1997. p. 217-222.

FUNDAMENTO PARADOXAL DA MORAL

        Inicialmente, o texto traz o ponto de partida possível para uma reflexão sobre a moral: a existência, de estratégias de segundo grau, metadiscursivas, através das quais os agentes visam produzir a aparência da conformidade a uma regra universal, inclusive, quando sua prática encontre-se em contradição com a regra ou não tenha como princípio a obediência a regra.

        Essas estratégias expressam que reconhecemos a regra mesmo na transgressão, isto é , implicam o reconhecimento da lei fundamental do grupo, aquela que exige que respeitemos a regra. Ademais, as estratégias de oficialização pelas quais os agentes manifestam sua reverência pela crença oficial do grupo são de universalização, ou seja, uma declaração pública de reverência pelo grupo e pela representação que ele pretende dar e dar-se de si mesmo.

        Em seguida, o autor destaca que a universalização é a estratégia universal de legitimação. Aduz que aquele que se conforma, coloca o grupo de seu lado e ao fazer isso ele declara que aceita o ponto de vista do grupo sobre sua conduta, sendo válido para qualquer agente possível.

        Destaca que a universalização é a estratégia de legitimação por excelência, pois sempre o direito de suspeitar de uma conduta formalmente universal é o resultado de um esforço para garantir o apoio ou a aprovação do grupo. Ressalta ainda que a análise sociológica do interesse pelo desinteresse não leva de modo inevitável a um moralismo de intenção pura.

        O autor assevera que a moral política não pode cair do céu, não estando inscrita na natureza humana. Aduz que apenas uma realpolitik da razão e da moral pode contribuir para implementar a instauração de um universo no qual todos os agentes e seus atos estariam submetidos a uma espécie de teste de universalizabildiade permanente, instituío praticamente na própria lógica do campo.

        Por fim, o autor em síntese, afirma que a moral não tem nenhuma possibilidade de ocorrer, especialmente na política, exceto se trabalharmos para criar os meios institucionais de uma política da moral.

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_________. Politização da vida. In: _____. Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua. Belo Horizonte:  Ed. UFMG, 2002. v. 1. p. 125-131.

A POLITIZAÇÃO DA VIDA

        Nesse texto, revela-se para onde as pesquisas de Michel Foucault eram mais voltadas. Era para aquilo que ele definia como bio-política, isto é, a crescente implicação da vida natural do homem nos mecanismos e nos cálculos do poder.

        O autor focou em investigar os “processos de subjetivação” que, na passagem entre o mundo antigo e o moderno, levam o indivíduo a objetivar o próprio eu e a constituir-se como sujeito, vinculando-se ao mesmo tempo, a um poder de controle externo, e não transferiu suas próprias escavações, como teria sido até legítimo esperar, ao que poderia apresentar-se como o local por excelência da biopolítica moderna: a política dos grandes Estados totalitários do Novecentos.

        Em seguida, destaca-se que Karl Lowith foi o primeiro a definir como “politização da vida” o caráter fundamental da política dos Estados totalitários e, juntamente, a observar, com esse ponto de vista, a relação curiosa de antiguidade entre democracia e totalitarismo.

        Karl Lowith considera que a contigüidade entre democracia de massa e Estados totalitários não tem a forma de uma improvisa reviravolta. Aduz que a todo evento político decisivo tivesse sempre uma dupla face.

        Retornando a biopolítica, destaca o autor que ao mesmo tempo em que a biopolítica se afirma, a um deslocamento e a um progressivo alargamento, para além dos limites do estado de exceção, da decisão sobre a vida nua na qual consistia a soberania.

        Continuando, o autor faz menção ao writ de Habeas Corpus de 1679, no qual afirma que a partir da fórmula trazida por ele, é possível mensurar a diferença entre as liberdades antiga e medieval e aquela que se encontra na base da democracia moderna, isto é, não o homem livre, com suas prerrogativas e os seus estatutos, mas corpus é o novo sujeito da polítiva, e a democracia moderna nasce propriamente como reivindicação e exposição deste “corpo”.

        Assim, conclui o autor que essa nova centralidade do corpo do âmbito da terminologia político-jurídica viria assim a coincidir com o processo mais geral que confere a corpus uma posição tão privilegiada na filosofia e na ciência da idade barroca, inclusive, possuindo relação com a grande metáfora do Leviatã, no qual os corpos matáveis dos súditos que formam o novo corpo político do Ocidente.

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_________. Política, ou seja, o dar forma à vida de um povo. In: _____. Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua. Belo Horizonte:  Ed. UFMG, 2002. v. 1. p. 151-160.

POLÍTICA, OU SEJA, O DAR FORMA À VIDA DE UM POVO

        Nessa obra, Reiter explora a questão do nacional-socialismo. Para ele, consiste, a grande novidade deste é que este é patrimônio vivente que passa agora ao primeiro plano nos interesses e nos cálculos do Reich e torna-se a base de uma nova política, que começa antes de tudo por estabelecer “ o balanço dos valores vivos de um povo” e se propõe a assumir os cuidados do “ corpo biológico da nação”.

        Afirma que os princípios desta nova biopolítica são ditados pela eugenètica, compreendida como a ciência da hereditariedade genética de um povo. Fischer destaca que a raça não é determinada pela combinação desta ou daquela característica que seja possível mensurar, mas sim é a herança genética e nada mais que a herança.

        Desta forma, o conceito de raça foi definido em consonância com as teorias genéticas da época, como “ um grupo de seres humanos que apresentam uma certa combinação de genes homozigotos que faltam aos outros grupos”.

        O autor destaca que não se compreende a biopolítica nacional-socialista, se não se entende que ela implica o desaparecimento da distinção entre os dois termos: a polícia torna-se então política, e a tutela da vida coincide com a luta contra o inimigo.

        A novidade da biopolítica moderna é que o dado biológigo seja, como tal, imediatamente biopolítico e vice-versa. Assim, a vida que, com as declarações dos direitos humanos tinha-se tornado o fundamento da soberania, torna-se agora o sujeito-objeto da política estatal.

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