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Trecho Livo A Istoria De Israel

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Por:   •  10/6/2014  •  626 Palavras (3 Páginas)  •  244 Visualizações

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Todavia, nem a estratégia de estabelecer grupos dominantes em torno das

engrenagens do poder nas sociedades agrárias, nem as técnicas desenvolvidas pela

instituição religiosa para organizar os fundamentos da fé eram comparáveis à política

identitária que começou a tomar forma com o desenvolvimento dos estados-nações no

final do século XVIII. Mesmo que, como mencionamos mais acima, a preguiça de

inventar novos conceitos, combinada aos interesses ideológicos e políticos aos quais a

plasticidade dessa terminologia fosse perfeitamente conveniente, tenha levado a apagar

totalmente as profundas diferenças entre o presente e o passado, assim como as do

mundo antigo agrário e do novo universo industrial e comercial no qual ainda vivemos

hoje.

Nos textos pré-modernos, históricos ou outros, o vocábulo “povo” era atribuído a

grupos possuidores de características diversas: podia tratar-se de tribos poderosas, de

sociedades vivendo sob o regime de pequenas realezas ou de pequenos principados, de

comunidades religiosas de tamanhos variados, ou, ao contrário, de classes desfavorecidas

à margem das elites políticas e culturais (por exemplo, o “povo da terra” em hebraico).Do “povo gaulês”, no final do mundo antigo, ao “povo saxão”, no território alemão do

início dos tempos modernos; do “povo de Israel”, na época da redação do Antigo

Testamento, ao “povo de Deus”, ou God’s People, da Europa da Idade Média; dos grupos de

camponeses que falavam dialetos semelhantes às multidões urbanas revoltadas, a

denominação “povo” foi correntemente aplicada a grupos humanos cujas fronteiras

identitárias permaneciam imprecisas e cambiantes. Com a expansão das cidades e o

início do desenvolvimento de meios de transporte e de comunicação mais evoluídos na

Europa Ocidental do século XV, traçaram-se linhas de demarcação mais nítidas entre os

grandes grupos linguísticos. A noção de “povo” foi pouco a pouco reservada a esses

últimos.

Com o surgimento da ideia de nação entre o final do século XVIII e o início do século

XIX, é interessante notar que essa mesma ideologia e essa mesma metaidentidade

circunscrevem todas as culturas da época moderna que, sem cessar, precisaram usar o

termo “povo” para colocar essencialmente em destaque o grau de antiguidade e a

continuidade da nação que ajudaram a construir. Na medida em que a construção de

uma nação quase sempre tem como base elementos culturais, linguísticos ou religiosos,

resíduos das etapas históricas anteriores, o fato de vincular a “história dos povos” a esses

materiais, readaptados segundo as necessidades, lhe propiciava um caráter científico

característico. O “povo” se torna a ponte entre o passado e o presente, lançada acima da

...

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