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Vingança Vs ética

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Por:   •  11/3/2015  •  2.054 Palavras (9 Páginas)  •  482 Visualizações

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VINGANÇA VS ÉTICA MORAL

“Não é o povo quem deve temer seu governo, mas o governo é quem deve temer seu povo”.

(frase citada no filme V de Vingança)

INTRODUÇÃO

O tema ‘vingança’ pode proporcionar calorosas discussões. Dependendo do caso ela pode ser considerada um meio para o perdão, uma retaliação cruel e injusta, ou um meio de fazer justiça por parte de quem a pratica. É muito relativo julgar, pois, depende da situação em si, o fato da vingança ser ou não algo que possa ser considerado justo ou injusto, ético ou não ético, moral ou imoral.

O filme V de Vingança é um exemplo de retaliação contra um governo por motivos pessoais, posteriormente atrelados à libertação de uma sociedade inteira. Dessa forma, é muito relativo falar de vingança como algo certo ou errado, neste caso específico.

Na tentativa de compreender esta relatividade, e saber se o personagem principal do filme agiu de maneira ética e moral ou não, precisamos nos voltar a questões morais ligadas à teoria do Contrato Social de Hobbes e a fatores que caracterizam atos de desobediência civil.

Para isso se faz necessário realizar relatos de partes do filme objetivando maior coerência de como realizar a conexão entre os temas vingança, desobediência civil e Contrato Social à trama do filme.

1.2 RELATÓRIO DO FILME

No início do filme, pode-se assistir à cena de uma jovem, Evie, que atrasada ao ato de recolher imposto por um regime ditatorial de governo, é abordada na rua pelos “homens dedo”, que provavelmente tinham esta denominação por apontar, “dedar” aqueles que infringissem as determinações arbitrárias do Estado .

Neste momento surge V, que os impede do ataque à Evie, matando-os.

V é um homem mascarado que está decido a vingar-se do chefe daquele governo que num passado próximo o havia torturado e realizado testagens medicamentosas em seu corpo.

O chefe do governo é sócio de uma indústria farmacêutica, e além de V, usou quase cem mil pessoas como cobaias para experimentos biológicos como vacinas e outros medicamentos submetendo-os a torturas, mutações e à morte.

O filme mostra os bastidores de um governo ditador que pretende deter o poder sobre todas as esferas da sociedade usando principalmente as mídias para disseminar suas idéias e manter o controle sobre toda uma sociedade.

Com apoio da Igreja, o chanceler faz uma mistificação da realidade para se auto-consagrar como herói, objetivando domínio psicológico sobre aquela sociedade. Assim, canais de rádio e TV, noticiavam em sua programação os benefícios do governo, induzindo toda uma sociedade à obediência, transmitindo somente aquilo que o governo queria que as pessoas soubessem ou acreditassem.

As formas de poder de controle são novamente percebidas quando V surge e explode o prédio da justiça local invadindo um canal de TV na tentativa de incutir novas idéias, idéias libertárias na população. Contudo, o governo imediatamente noticia a morte do “terrorista” que objetivava o caos.

Na verdade V é um anarquista, com sede de vingança por ter em si as mazelas, os traumas físicos, psicológicos e emocionais sofridos depois de ser usado como cobaia, conforme já dito anteriormente, num programa de testagem de medicamentos e vacinas e ter incrivelmente sobrevivido.

Ao longo da trama pode-se observar as famílias manipuladas pela mídia. Devido à boa parte de suas atividades censuradas pelo governo, o lazer é pautado na televisão.

V toma para si que, além da vingança pessoal pelos traumas sofridos, queria também, acabar com aquele modelo arbitrário/autoritário/ditatorial objetivando a liberdade de toda uma nação.

Em um momento do filme, observou-se que todas as pessoas receberam em suas casas uma fantasia idêntica a usada por V: máscara, chapéu e capa. Ao final do filme, após uma luta, na qual V matou os principais chefões do governo, ele fica gravemente ferido, o que causa sua morte.

Evie, sua amada, a qual V havia salvo dos homens dedo no início do filme, (pela qual percebeu-se em alguns momentos que V hesita ou reavalia dar continuidade a seus planos), o acomoda com honrarias funerárias em um vagão de trem lotado de explosivos para detonar o parlamento do governo. Aciona uma alavanca que faz com que o trem siga até o alvo e exploda. Esta explosão é assistida por todos os membros daquela nação vestidas com a fantasia de V.

Durante toda a trama, V usa uma máscara, e em nenhum momento do filme seu rosto é revelado. Ao final, é possível entender, sob uma ótica sociológica, no momento em que centenas de pessoas vão tirando suas máscaras para “apreciar” o espetáculo da explosão, de que o sentido daquele herói sem rosto, que buscava a queda do regime totalitário, lutando contra a opressão e demais imposições do sistema, na verdade representava os rostos de todos, o desejo de todos os membros oprimidos daquela sociedade.

Uma nação inteira, vestidas iguais, demonstrando a uniformidade de um grupo, assistem de camarote a queda da principal representação estrutural do governo dominante.

Dessa forma, no transcorrer do filme V de Vingança, pode-se perceber um ato de vingança quando o personagem principal, ao declarar uma guerra particular contra o Estado, que em um passado próximo o prejudicou em sua integridade física e emocional. As principais características são a frieza, a violência, racionalidade e a perícia que por ele são aplicadas para atingir seus objetivos.

1.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Analisando estes relatos, nos remetemos aos princípios básicos do Contrato Social da Teoria de Hobbes, que segundo Rachels, é um contrato implícito da sociedade, pois,

[...] para escapar do estado de natureza deve-se encontrar alguma maneira de as pessoas colaborarem umas com as outras. Em uma sociedade estável e cooperativa. [...] deve haver garantias de que as pessoas não machucarão umas às outras – elas devem ser capazes de trabalhar juntas sem o medo de ataque, roubo ou traição. [...] devem ser capazes de contar umas com as outras na manutenção de seus acordos. (2006 p.145 grifo do autor).

Para que este contrato se efetive e as premissas sejam recíprocas é necessário seguir determinadas regras de moral e ética. Para Chauí (2000 p. 435), o sujeito ético só existe se preencher os seguintes requisitos:

[...] ser consciente

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