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A Geopolítica Complementar

Por:   •  28/4/2015  •  Artigo  •  815 Palavras (4 Páginas)  •  175 Visualizações

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Territorialidade: a cidade como espaço de todos. A casa e a rua.

A configuração territorial ou geográfica é o conjunto formado pelos sistemas naturais de uma determinada área e pelos “acréscimos que os homens “superimpuseram” a esses sistemas naturais” (SANTOS, 2006, p. 38). O Território é uma delimitação geográfica, um país, um estado, município, bairro ou outra delimitação. O território delimita assim, uma área de influência e atuação dos atores envolvidos.

 A territorialidade é a apropriação do território, enquanto espaço geográfico de apropriação identitária. Ou seja, é o espaço apropriado e ressignificado pelos cidadãos. A territorialidade remete ao sentimento de pertencimento a um lugar, à sua rua, ao seu bairro. É o lugar onde o cidadão sente-se em casa, sente-se parte daquele espaço como lugar de intimidade. A cidade por si só é o espaço do anonimato e dos sujeitos invisíveis; a territorialidade é a apropriação da cidade como espaço geográfico e transformação desse espaço geográfico em um espaço do convívio, da identidade e da subjetividade. Um espaço onde as pessoas possam estreitar laços, partilhar interesses comuns e conviver harmonicamente. A apropriação territorial é a construção da territorialidade. Assumir o bairro, a rua e a praça da sua cidade como seu.

 Betim: a casa e a rua

[pic 1]Qual é a relação dos betinenses com a rua? Se conversarmos com os moradores mais antigos da cidade, veremos que guardam algumas recordações que nos remetem a uma relação de proximidade com a rua. Isto fica claro, por exemplo, com a identificação de alguns espaços da cidade, como Praça do Óleo, a Biquinha, um local frequentado pelas lavadeiras no passado e a Praça da Cacimba, que é outra referência na cidade. A maneira como as pessoas fazem referência a estes lugares denota esse sentimento de pertencimento e de significado a que remetem o sentido da expressão territorialidade. Essa expressão ultrapassa a configuração geográfica de um lugar, são espaços cheios de sentido, de história de afeto. Assim, percebemos que apesar do crescimento e desenvolvimento nos últimos anos, a cidade não perde esse sentido de territorialidade.

Por outro lado, precisamos reafirmar esse sentido de pertencimento à cidade, de resgate da territorialidade. Ocupando os espaços públicos e fazendo desses espaços lugares de encontro e de convívio entre os cidadãos.

[pic 2]A casa e a rua, dentro das configurações sociológicas, exercem papéis diferentes e complementares. A casa é o território privado, o seu lugar; e a rua o espaço público o lugar de todos. Interessante notar que no passado havia mais proximidade entre esses dois espaços, a rua era como a extensão do quintal da casa, o espaço onde as crianças brincavam e de certa forma se sentiam seguras também. Com o passar dos anos, as cidades crescem e a rua passa a ser um espaço perigoso, perdendo esse status de extensão do terreiro da casa. Sentar na calçada para conversar com o vizinho é uma cena cada vez mais rara na nossa cidade. As pessoas têm pouco tempo livre, passam grande parte do tempo no trabalho, e depois perdem muito tempo no trajeto do trabalho para casa. E quando chegam às suas casas, no tempo livre que têem geralmente ficam na frente da TV ou na internet. Outro fator que levou a este distanciamento da casa e da rua é, sem dúvida, a violência – ficar na rua é hoje sinônimo de risco. E assim, dentro da casa as pessoas se sentem mais seguras e se afastam da rua.

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