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A INDUSTRIALIZAÇÃO CHINESA

Por:   •  17/10/2022  •  Resenha  •  659 Palavras (3 Páginas)  •  91 Visualizações

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(1)São dezenas de cidades com mais de 10 milhões de habitantes que surgem de maneira quase instantânea. É a conclusão da urbanização pós-industrial que se iniciou no final do século XVIII. A escala e a velocidade da urbanização contemporânea são incomparáveis. Segundo dados oficiais da ONU, foram mais de 500 milhões de chineses que deixaram suas áreas rurais em direção às cidades nos últimos 30 anos.

(2)A China era um país industrializado, porém não urbanizado. Isto ocorreu por conta das políticas maoístas que favoreciam a agricultura de subsistência, o que manteve uma enorme população fixada ao campo. Este quadro se alterou por completo a partir de 1978, quando Deng Xiaoping promoveu uma série de reformas econômicas que tornaram a China mais aberta aos demais países, em especial aos capitalistas. O objetivo era transformar o país em uma “economia socialista de mercado”, o que acabou ocorrendo de forma oficial em 1992. A propriedade da terra, até então governamental, passou a ser privada através de pagamento ao governo. Houve uma gradativa descentralização do poder que acarretou  um aumento na capacidade de intervenção do poder local sobre as questões urbanas. Vastas áreas rurais cederam lugar a metrópoles quase que instantaneamente. A cidade de Shenzhen fica localizada ao lado de Hong Kong, que em 1978 era uma vila de pescadores de 700 habitantes, e hoje possui cerca de 11 milhões de pessoas.

(3)Os recursos financeiros e materiais despendidos na construção destas novas cidades vêm produzindo grandes transformações por todo o planeta. A China já é a segunda economia do mundo, e umas das que mais cresce. Seu processo de urbanização foi uma das causas das altas taxas de crescimento do PIB. Ele também produziu um forte impacto ecológico. Não foram apenas áreas rurais que se transformaram em cidades, também áreas naturais. Rios canalizados, aterros, desmatamentos e outras intervenções foram e continuarão sendo necessários para garantir o crescimento das metrópoles chinesas. A urbanização também intensificou o apetite chinês por commodities, como o aço e o petróleo. O aumento da população urbana gerou uma maior demanda por alimentos. Entre 1985 e 2008 o consumo per capta de carne na China passou de 20 para 50 kg.

(4)O êxodo rural verificado nos últimos anos permitiu transformar os rígidos padrões chineses de mobilidade. O Hukou, sistema de registro de residência que surgiu na antiguidade, dificultava o deslocamento dos chineses, que precisavam de autorização para mudar de sua região original. O Hukou acabava funcionando de forma similar a um passaporte interno. Com a intensificação do processo de urbanização, e a consequente saída de camponeses para as cidades, o sistema começou a perder sua razão de ser. Shenzhen foi uma das primeiras cidades a possuir Hukous de todas as regiões chinesas.

(5)Atualmente o crescimento urbano se afasta do litoral e se dirige para o oeste da China. Cidades como Wuhan, Chongqing, Shijiazhuang e Kashgar localizadas no extremo oeste do país, se transformam rapidamente em metrópoles.

(6)Centenas de torres se repetem em um horizonte esfumado. Construções tradicionais caem aos pedaços, enquanto outras foram reconstruídas e se tornaram lojas para turistas. Lamborghinis coloridos dividem um trânsito lento com táxis velhos, triciclos de operários e executivas andando de bikes amarelas da Ofo, a maior empresa de bicicletas dockless do mundo. Alguns pedestres usam máscaras para filtrar o ar poluído, outros carregam sacolas de compras, outros cospem no chão ou andam de pijama pelas ruas. Ambulantes são raríssimos, ao contrário de policiais ou militares que podem ser vistos a cada esquina.

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