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A MINERAÇÃO NA CIDADE DE POCONÉ/MT

Por:   •  12/2/2019  •  Relatório de pesquisa  •  4.048 Palavras (17 Páginas)  •  380 Visualizações

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO        4

1 A MINERAÇÃO NA CIDADE DE POCONÉ/MT        5

2 O PLANEJAMENTO DE TURISMO NO PANTANAL        9

3 A CAVALHADA        12

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS        14

5 REFERÊNCIAS        15

6 ANEXOS        16


INTRODUÇÃO

O trabalho de campo aconteceu entre os dias 15 a 19 de junho de 2017, na cidade de Poconé, localizada no interior do estado de Mato Grosso, tivemos como ponto partida a cidade de Barra do Garças/MT, por volta de 7h00min, e retornamos no dia 19 de junho, cerca de 9h00min. Tendo como finalidade contribuir para consolidação de conhecimentos teóricos através da prática e possibilitar uma leitura dos locais visitados. Para isso, foram utilizados como recursos técnicos, um ônibus, cedido pela UFMT/CUA, e como recursos humanos, dois motoristas, que nos permitiram a visitação dos diferentes pontos durante a prática de campo.

Para a construção deste relatório foram utilizadas principalmente observações feitas durante as atividades desenvolvidas, anotações dos locais visitados, entrevistas com os responsáveis pelas visitas e fundamentações teóricas de autores como Arbex e Olic (1996), Sánchez (2008) Silva e Almeida (2011) Silva (2017), entre outros.

A escolha do determinado local de campo vai em encontro com os diversos atrativos que nos é oferecido, e que são também, objetos de nossos estudos nas respectivas disciplinas, como, as atividades do garimpo, demonstrando uma enorme devastação da natureza e o acúmulo dos capitais, o desenvolvimento do turismo na região, entrelaçados pelas belezas naturais do Pantanal, além das festas culturais existentes, como a de adoração a São Benedito e principalmente a Cavalhada.

1 A MINERAÇÃO NA CIDADE DE POCONÉ/MT

 

O nosso primeiro ponto de parada foi na mineradora Oregon, aproximadamente às 8h45min do dia 16 de junho, existente há 34 anos, esta mineradora possui a estrutura com os equipamentos montados há 22 anos no local que se encontra hoje, dentro de uma área de 600 hectares. A exploração do ouro neste local começou com boatos que corriam a região, da existência de ouro naquela área. Isso nos ajudar a entender o porquê de tantas mineradoras em Poconé/MT, sendo 50 ilegais e 15 com autorização, como afirma, Emerson, um dos responsáveis pela mineradora que nos recebeu e filho do dono da empresa, que também chegou naquela localidade a procura de ouro através desses boatos. Nesta mineradora são empregados de 160 a 180 pessoas diretamente, sendo a grande maioria da cidade de Poconé/MT.

Foi possível observar o processo da mineração a procura do ouro, no qual, primeiramente, o solo é retirado e levado com máquinas até onde está a estrutura de equipamentos, nela ele é peneirado, posteriormente, passa pelas seguintes etapas, almagação, queimação, fundição e purificação. Nesta última etapa especificamente, é possível perceber um contado ainda maior dos funcionários da empresa, e o que chama atenção é falta de proteção para trabalho – Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como capacetes, máscaras, luvas, ocasionando futuros riscos à saúde. Quando questionado sobre esta situação, Emerson diz que os equipamentos existem, mas são os funcionários que não querem fazer uso deles.  A nós também não foi cedido nenhum equipamento, como os citados anteriormente, e também, vimos à inexistência de um técnico de segurança do trabalho no local, apenas de um geólogo que visita à empresa a cada quinze dias, assim como a Secretária de Meio Ambiente. Como discorrem Arbex e Olic:

Para encontrar o ouro, grandes máquinas fazem escavações à beira dos rios, desviando suas águas. Toneladas de cascalho resultantes dessa atividade são embebidas em mercúrio líquido e em seguida devolvidas aos rios, segundo o processo descritivo. Essa atividade, praticada intensamente no município de Poconé, Mato Grosso, contamina alguns rios que fazem parte da Bacia do Rio Paraguai, que drena toda a planície pantaneira. Por essa via, o garimpo contribui par o envenenamento de todo o Pantanal. Pesquisas realizadas em 1992 e 1993 contradizem o otimismo das avaliações governamentais, segundo as quais o mercúrio poderia ser absorvido sem danos pela Bacia Hídrica do Pantanal. Constatou-se a contaminação de peixes, além de aves aquáticas que deles se alimentam (ARBEX e OLIC, 1996, p. 61).

Na parte externa da empresa, verificou-se as lavras formadas pela retirada do solo, onde são recobertas pelos rejeitos, evidenciado a enorme degradação ambiental provocada pela empresa, que além de remover a vegetação existente, polui os solos e os recursos hídricos com agentes químicos utilizados, apesar do responsável afirmar que esses agentes não são dispersos na água, poluição no ar pela queima do mercúrio, evasão de animais, poluição sonora, entre outras. Arbex e Olic salientam:

O principal problema ambiental relacionado ao garimpo de ouro deve-se à contaminação dos rios pela emissão do mercúrio que é utilizado no processo de apuração do metal precioso. O garimpeiro retira o cascalho do rio e embebe-o em mercúrio líquido. Este reage com o ouro em pó misturado às impurezas, formando uma amálgama que separa do cascalho, o qual é devolvido ao rio, mas já contendo o mercúrio que envenenará as águas. Em seguida, o amálgama é aquecido à chama de maçarico. O calor provoca a volatilização do mercúrio (o qual, em forma de gás pode matar o garimpeiro se inalado) (AREX e OLIC, 1996, p. 60).

A água utilizada pela empresa, que é reutilizada, vem de uma mina. São encontrados por dia 1 kg de ouro, no qual, é vendido principalmente para São Paulo e o exterior. A previsão de uso do espaço ocupado pela empresa é de 50 anos, como proposta para a concessão daquele local, a empresa tem que revitalizar seu local de uso, que de acordo com o responsável pela mineradora que nos recebeu, a ideia inicial é fazer um loteamento.  

Com a presença da nossa visita, a empresa diminuiu seu processo de trabalho, o que de acordo com Emerson não é benéfico, e esses são uns dos motivos que a mineradora não receba turistas que querem visitar o local, apenas visitas técnicas, como a que estávamos realizando, por exemplo.  

Em seguida, visitamos o Haras Santa Rita, possuindo 150 hectares de uma área recuperada do garimpo, que funcionou entre 1984 a 2002, a recuperação, na qual foi aterrada com o rejeito, durou 7 anos, entre 2007 a 2014. Também pertencente ao Grupo Oregon, neste haras são desenvolvidas atividades como a criação de gado elite, e também hotelaria, há presença a de uma pousada e também o espaço para sediar eventos. Como também a criação de peixes, em um lago com 70 m de extensão, um fato curioso é que foi preciso colocar uma tela para captura desses peixes, que devido à profundidade do lago, era impossível. Esse projeto tem um acompanhamento de engenheiro ambiental.

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