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A Teoria da região e regionalização II

Por:   •  28/11/2017  •  Seminário  •  2.377 Palavras (10 Páginas)  •  517 Visualizações

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Universidade estadual  de Goiás

Campus de ciências socioeconômicas e humanas

Disciplina: teoria da região e regionalização II

Data: 12/10/2017

Professora: Flavia

Acadêmico: Jessica Bueno de Almeida

ATIVIDADE AO05

No texto  que escrevi, o objetivo principal foi compreender a concepção de região, nas obras dos autores Bertha Becker, Aziz Ab´Saber, Roberto Lobato Corrêa e Milton Santos a partir da seleção de algumas de suas principais obras. Para tal, os procedimentos utilizados serão a partir de analise dos textos disponibilizados na pasta digital. Os autores foram escolhidos em virtude do seu pioneirismo no Brasil em relação aos estudos territoriais numa abordagem histórico-crítica e relacional-reticular.

Este texto é a mostra dos resultados obtidos no âmbito das atividades em  pesquisa atravez de leituras criteriosas em textos científicos disponibilizados na disciplina TRR II. O objetivo geral é compreender as diferentes abordagens e concepções dos conceitos relacionados a divisão territorial abordado pelos mesmos, a partir dos anos 1960-70 até o momento atual, com destaque para  estes autores.

Aziz Ab`Saber

Aziz Nacib Ab'Saber, com a teoria dos redutos e a compartimentação dos domínios morfoclimáticos, foi um dos grandes responsáveis pela evolução da Geografia Física no Brasil. Ab'Saber foi um grande observador da paisagem. A partir do estudo das diferentes paisagens observadas durante as diversas viagens que realizou, sempre com poucos recursos e dependendo do auxílio das universidades e de amigos, o autor realizou um estudo sistemático do relevo brasileiro, ampliando o conhecimento geomorfológico a respeito da origem e evolução das diferentes formas do relevo do país, que até então só tinham sido estudadas por geógrafos estrangeiros.

Por meio do estudo do relevo e de sua interação com os demais elementos do ambiente, Ab'Saber desenvolveu também uma série de pesquisas sobre o espaço brasileiro. Dois de seus trabalhos mais conhecidos voltam-se para a compartimentação dos domínios morfoclimáticos e a “Teoria dos Redutos”, na qual o autor, seguindo a mesma linha de pensamento da “Teoria da Evolução das Espécies”, teorizou sobre o avanço e o recuo dos diferentes tipos de vegetação conforme as alterações climáticas do planeta. Além dessas duas linhas de pesquisas, o autor dedicou-se também, entre outros temas, ao estudo das Stone Lines (linhas de pedra), Sambaquis, áreas de transição e as paisagens de exceção. Embora fosse especializado em Geomorfologia, AzizAb'Saber era um geógrafo completo. Muito preocupado com as questões ambientais do país, ele desenvolveu diversos estudos considerados de “Geografia Humana” e de planejamento urbano e ambiental. um esforço para regionalizar um megaespaço mal conhecido e mal gerenciado pelos governos que se sucederam no Brasil. A estratégia de um primeiro zoneamento, realizado em células espaciais de indiscutível propriedade, é o primeiro passo para servir a um padrão de desenvolvimento com um máximo de floresta em pé e bio-diversidades integradas. A partir de uma setorização em quadrantes da ordem de 80 a 150 mil km, poderão ser feitos detalhamentos minuciosos de cada subregião pré-identificada, utilizando todos os recursos cartográficos, aerofotogramétricos e, sobretudo, a visualização espacial do Projeto Radam e as notáveis imagens de satélite disponíveis.

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  • A classificação de Aziz Ab´saber foi baseada na primeira decada, e desenvolvida na segunda década do século XX;
  • Segundo o autor os planaltos, deveriam predominar o material desgastado em detrimento do acumulativo nas panicies;
  • Introduziu a abordagem morfoclimatica.

Aziz propôs uma nova divisão do território brasileiro, contando já com a possibilidade do uso da aerofotografia. Aziz manteve grande parte da proposta de Aroldo de Azevedo. Classificou o relevo com base no tipo de alteração predominante na superfície (erosão ou sedimentação). Compreendeu o Planalto Atlântico como duas unidades (Planalto Nordestino e Serras e Planalto do Leste e Sudeste) e acrescentou à nova divisão dois outros planaltos (Maranhão e Piauí e Uruguaio-Sul-Rio-Grandense), elevando para dez o total de grandes unidades do relevo brasileiro.

Bertha Becker

Bertha Becker é conhecida como a geografa da amazonia, por ter dedicad mais de 40 anos de estudos sobre o seu conceito de região e também contribuindo para o entendimento da divisão territorial, a mesma propôs uma divisão regional bem peculiar. Bertha era incansável em seus trabalhos de campo, suas análises profundas sobre o território amazônico e o papel das cidades, e seus projetos para a região. Ela sempre esteve preocupada em associar a ciência que fazia com políticas públicas, e o seu último projeto de pesquisa, era exatamente isso: analisar as suas propostas para a Amazônia e os impasses e desafios para a implementação dos projetos de desenvolvimento. 

Becker dedica-se a estratégias de implementação dessa política, acentuando a importância de uma revolução científica e tecnológica que inclua uma logística específica para a regionalização (uma política de consolidação do desenvolvimento da região que impeça a destruição de seu bem maior: a diversidade do patrimônio natural e cultural. ). Tal logística, em sua opinião, deve-se centrar nas cidades, no fortalecimento institucional e na regionalização, identificando as diferentes áreas dentro da extensa região, com suas potencialidades e limitações. O pensamento que alicerça o entendimento sobre a contribuição de Becker está apontado nessa citação de sua autoria: “Produzir para conservar é um novo paradigma cientifico-tecnológico. Esse novo paradigma precisa de uma logística oferecida pelas cidades, porque são elas que produzem os serviços básicos para os cidadãos.” (2013).

            Becker defende uma concepção de Amazônia com utilidade para a sua população, uma visão utilitarista/econômica que estaria pautada na preservação dessa biodiversidade como consequência da sua exploração consciente, ou seja, a floresta tem valor de pé. Outro ponto destacado é a negligencia do Estado perante a região Amazônica que abrange grande porção do território nacional e carece de maiores políticas que possam desenvolver essa região devido ao seu grande potencial natural. Segundo a geógrafa, é preciso pensar uma Amazônia, não como depositária de processos simples (extrativismo), e sim uma porção do território competitiva e passível de usos, diferente de uma visão simplesmente preservacionista motivo que pode ter contribuído para o atraso econômico.  Concebia em seus estudos e análises sobre o território amazônico uma ótica desenvolvimentista científica-tecnológica na qual contrastava o século XIX, de base extrativista, para o século XXI que deveria haver uma revolução biotecnológica para um desenvolvimento pleno.

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