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As vertentes geográficas

Por:   •  23/4/2015  •  Bibliografia  •  1.947 Palavras (8 Páginas)  •  1.090 Visualizações

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2.1 GEOGRAFIA TRADICIONAL POSITIVISTA

        Posteriormente à Segunda Guerra Mundial, com todas as destruições ocorridas no mundo, os geógrafos viram a indigência de tomar parte do movimento de reformulação, uma vez que, o mundo necessitava de uma reconstrução imediata. Assim passaram a percorrer novos caminhos, ora procurando modernizar as concepções da Geografia Tradicional, ora irrompendo com ela e procurando criar uma nova geografia. No entanto, constata-se que as propostas de revolução da geografia eram mais revolucionárias que a própria revolução. Em uma visão macro era uma revolução que mudava as coisas para continuar do jeito que estava.

Segundo Andrade (1922), os geógrafos clássicos, chamados a dar uma contribuição à reconstrução do pós-guerra, compreenderam que esta contribuição, dentro dos métodos utilizados, poderia ser dada apenas no levantamento do diagnóstico, não estando mentalmente equipados, na maioria das vezes, para participar dos prognósticos. A geografia que se limitava a observar, a descrever e a explicar a paisagem, utilizando o “olho clínico”, não usava técnicas que levassem a ver o que fazia, de forma invisível, na elaboração da paisagem. Ela não poderia continuar a ser apenas ideográfica, cronológica. Passaram então a intensificar as pesquisas em dados estáticos – até então desprezados ou pouco utilizados –, a desenvolver a cartografia, com a elaboração de mapas temáticos, e a sentir a sedução de fazer projeções para o futuro. Sedução que se acentuava a partir do momento em que, trabalhando em equipes pluridisciplinares, observaram a importância destes dados para os economistas e planejadores.

Percebera-se também que se tornara superada a ideia nos meios geográficos de enfatizar a geografia agrária, ao campo, por estar a agricultura mais ligada a natureza. Estudos de Geografia Econômica e Urbana ganharam importância, dando aos geógrafos âmbitos de novos estudos espaciais.

Mesmos desenvolvida a séculos pelas civilizações orientais, a geografia tornou-se ciência somente no século XIX, quando começou a se ordenar e adentrando as universidades. Primeiramente iniciando-se na Alemanha e na França, estruturada em desempenho de obras dos geógrafos e naturalista Alexandre von Humboldt e de Carl Ritter. No século XX, os trabalhos mais significativos na Alemanha são de Alfred Hettner, na França os de Paul Vidal de La Blache.

Nos primeiros momentos os geógrafos clássicos tentavam explicar mais sobra à acepção da geografia. Hettner no século XX a considerava como uma o estudo da distinção regional da superfície terrestre. Outra acepção refere-se à análise das influências e intercâmbios do homem com o meio. Apesar de haver acordo que geografia continha específico trabalho da superfície terrestre, nas práticas da pesquisa estavam cheias de contrassensos.

Entre elas, duas merecem ser destacadas nesta oportunidade. A primeira dicotomia estava relacionada com a Geografia Física e a Geografia Humana. Representando os conjuntos meio geográfico e atividades humanas, a Geografia Física destinava-se ao estudo do quadro natural, enquanto a Geografia Humana preocupava-se coma distribuição dos aspectos originados pelas atividades humanas (CHRISTOFOLETTI, 1985 : 12-5).

As correntes que caracterizou a geografia como disciplina em universidades europeias quando se constatou uma revolução teórica quantitativa, que identificamos como Geografia Tradicional.

A geografia tradicional em suas diversas versões privilegiou os conceitos de paisagem e região, em torno deles estabelecendo-se a discursão sobre o objeto da geografia e a sua identidade no âmbito das demais ciências (CORRÊA, 1995 : 17).

Seguindo a linha de pensamento Kantiana, influenciada por Newton, onde o espaço e o tempo agregam-se a todos os calibres da vida. A geografia constituir-se-ia na ciência que analisaria todos os prodígios instituídos espacialmente, enquanto a história, analisaria os prodígios conforme a dimensão do tempo.

2.2 NOVA GEOGRAFIA NEOPOSITIVISTA

Transformações na agricultura como a admissão de novas técnicas, o uso de máquinas, utilizou-se ainda, em larga escala, artifícios estatísticos e as cartas temáticas. Estudos de comunicação e dos meios urbanos, ligando de forma mútua, a progressão do processo no meio urbano e no rural, também eram marcantes nesta corrente quantitativista.

...Rompe inteiramente com a Geografia Clássica e se apresentou como Nova Geografia, sem ligações com o pensamento tradicional, apresentando grandes formulações nomotéticas que facilitavam o uso da estatística. Condenou no ensino o uso de excursões, das aulas práticas de campo por achar desnecessária a observação da realidade, substituindo o campo pelo laboratório, onde seriam feitas as medições matemáticas, os gráficos e tabelas sofisticadas, procurando visualizar a problemática através de desenhos e diagramas (ANDRADE, 1922 : 107).

Tendo como prioridade superar com os procedimentos metodológicos da Geografia Regional, e o surgimento de novas perspectivas de abordagem está integrado na transformação profunda provocada pela Segunda Grande Guerra nos setores científico, tecnológico, social e econômico, esta transformação que abrangeu um aspecto filosófico e metodológico foi denominada de ‘revolução quantitativa e teorética da Geografia’.

Para Christofoletti, 1985, em cada ciência o que a diferencia das demais é o seu objeto. Cada ciência contribui para a compreensão da ordem e da estrutura existentes, o setor da geografia é o das organizações espaciais. A abordagem da geografia cientifica está baseada na observação empírica, na verificação de seus enunciados e na importância de isolar os fatos de seus valores. Ao separar os valores atribuídos aos fatos dos próprios fatos, a ciência procura ser objetiva e imparcial.

A metodologia da Nova Geografia, também estimulou a criação de teorias relacionadas com a classificação e arranjo espaciais dos fenômenos, como as teorias econômicas, normalmente as pautadas com a distribuição (Teorias Demográficas), localização e hierarquia de eventos.

A adoção de uma visão epistemológica da ciência, o pensamento hipotético dedutivo foi aprovado como o mais conexo e a teoria foi arquitetada em perfeição intelectiva, assim cria-se um novo conceito em geografia.

O conceito de paisagem, segundo Corrêa (1995), é deixado de lado, e o de região é reduzido ao resultado de um processo de classificação de unidades espaciais segundo procedimentos de agrupamentos e divisão lógica com base em técnicas estatísticas. Lugar e território não são mais conceitos significativos na geografia teorético-quantitativa.

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