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Educação Ambiental

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Por:   •  26/3/2015  •  6.987 Palavras (28 Páginas)  •  319 Visualizações

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Coloquio Internacional de Geocrítica

DIEZ AÑOS DE CAMBIOS EN EL MUNDO, EN LA GEOGRAFÍA Y EN LAS CIENCIAS SOCIALES, 1999-2008

Barcelona, 26 - 30 de mayo de 2008

Universidad de Barcelona

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: MAIS UMA EXPRESSÃO DE INTERESSES?

Kenia Diógenes

Especialista em Geografia

Pós Graduação em Geografia - UNICAMP

GEOURBANA - Grupo de Estudos em Geografia Urbana

keniadiogenes@gmail.com

Cristiano Rocha

Doutorando em Geografia – Professor Estagiário do Curso de Geografia da UNICAMP

Pós Graduação em Geografia - UNICAMP

Grupo de Estudos em Geografia Urbana (GEOURBANA)

criscrisrocha@yahoo.com.br

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Educação ambiental: mais uma expressão de interesses? (Resumo)

O planeta vem presenciando uma série de mudanças que afetam as vidas das pessoas e são inerentes, de uma forma geral, ao modo de produção capitalista. Elas vêm sendo denominadas de crise ambiental. Como tentativa para reverter essa crise, a educação ambiental se tornou um caminho. A Educação ganhou a adjetivação de Ambiental devido a característica cartesiana de ensino de divisão dos saberes em contrapartida ao pensamento complexo. Logo, o que vem sendo chamado de “educação ambiental” mais se aproxima de um adestramento ambiental, que também é produzido dentro da ideologia capitalista. A responsabilidade da dita crise ambiental está espraiada, mas o adestramento ambiental está majoritariamente destinado à parcela da sociedade que causa menos danos ambientais. Isso é mais um reflexo das contradições que permeiam o movimento ambientalista e o sistema capitalista. Assim, observaremos aqui a Educação Ambiental e a contribuição da geografia sob uma perspectiva crítica. Diante desse quadro de degradação ambiental, a educação – entendida complexamente – pode ser o caminho mais viável na busca de uma sociedade de convivência saudável com o ambiente e com maior equidade sócio-econômica.

Environmental education: new expression of interests? (Abstract)

Planet comes witnessing a series of changes that affect the lives of the people and are inherent, in a general form, to the way of capitalist production. They come being called of "environmental crisis". As attempt to revert this crisis, the “environmental education” became a way. Education gained the “environmental” adjective of due the positivism characteristic of education and division of on the other hand knowing them to the complex thought. Soon, what it comes more being called "environment education" to approaches to an “environmental training”, that also is produced inside of the capitalist ideology. The responsibility of this crisis is spread, but the environmental training mainly is destined to the parcel of the society that cause little environmental damages. We will observe here the Ambient Education and the contribution of geography under a critical perspective. Ahead of environment degradation, the education - understood like complex mode - can be the way most viable in the search of a society of healthful with the environment and bigger partner-economic equity.

Key words : Environmental Education; Environmental Crisis; Environmental Training; Complexity

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Historicamente, a relação da sociedade com a natureza, como indica Foladori (2001), é uma relação técnica que consiste na utilização destes recursos para satisfazer suas necessidades, a transformação da natureza mediante o trabalho. O que vem mudando desde então com o avanço dos sistemas econômicos, intensificado no modo de produção capitalista, é a modificação das formas de uso dos recursos, a criação de novos produtos para serem consumidos pelas pessoas e mais ainda a criação das necessidades desses novos produtos.

O problema, portanto, não é a utilização da natureza, visto que ela sempre houve no sentido de atender as necessidades básicas da vida. Mas a intensificação da sua transformação, ocorrendo aí uma mudança de valores que estão pautados nos interesses do modo de produção (capitalista), baseado na acumulação de capital. A acumulação de capital é possível através da exploração, seja ela da natureza e/ou de uma parcela da sociedade (proletariado), em benefício de uma determinada classe social (minoritária). Como afirma Foladori, “uma vez surgidas as sociedades de classes, a dominação e a exploração de uma classe sobre outras se traduzem simultaneamente, num comportamento de exploração e dominação da natureza.” (FOLADORI, 2001:108).

Historicamente contextualizada, essa relação sociedade x elementos naturais se intensificou desde a Revolução Industrial do século XVIII, momento em que a exploração da natureza passou por transformações, de escala artesanal para escala industrial. Isso coincide com os primórdios do capitalismo, que, como indica Foladori (2001), cada vez mais consolidado, transformou a relação da sociedade com o entorno a partir de classes sociais, com interesses diferentes e muitas vezes opostos, intensificando a D.I.T. (Divisão Internacional do Trabalho) e as lutas de classes. Logo, a história da degradação dos elementos naturais (incluindo a humanidade e suas relações) é a história da evolução do capitalismo, com todas as relações sociais que são inerentes a ele.

A D.I.T nos mostra que, mesmo que todas as sociedades tenham transformado a natureza, apenas as que faziam parte dos países industrializados se beneficiaram largamente com essa transformação, desenvolvendo uma relação de exploração da mesma no seu sentido mais amplo, cabendo aos países pobres uma ação também exploratória, mas agora para atender as necessidades desses países industrializados (na tentativa de atender as suas) com fornecimento de matéria prima por exemplo, associada a falta de meios para se industrializarem. Sendo a exploração uma ação inerente ao capitalismo e esse se consolidou com a R.I., coube a Brügger constatar que “Se a nossa sociedade industrial e não ambiental se caracteriza por uma desigualdade social provavelmente inédita em toda a história, uma sociedade ambiental

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